Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sábado, 19 de julho de 2014

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Introdução
Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822) não houve desenvolvimento industrial em nosso país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas em nosso território, para que os brasileiros consumissem os produtos manufaturados portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos ingleses.

Começo da industrialização


Foi somente no final do século XIX, (a partir de 1880) que começou o desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais simples. A mão-de-obra usada nestas fábricas era, na maioria, formada por imigrantes italianos.
Porém, foi a partir do processo de independência do Brasil que iniciaram pequenas mudanças econômicas, principalmente, na segunda metade do século XIX (1880), com o desenvolvimento da economia cafeeira em que os altos lucros propiciaram investimentos em outras atividades econômicas, como a indústria.
Foi nesse cenário dos grandes lucros da economia cafeeira que surgiram empresários como Irineu Evangelista de Souza (o Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estradas de ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o crescimento do país. Contudo, as primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX, elas representavam ainda uma baixa participação na economia nacional. Em 1881, havia 46 fábricas têxteis através do país: 12 na Bahia, 11 no Rio de Janeiro, 9 em São Paulo, 9 em Minas Gerais, e 5 em outras províncias.
Mediante a isso, o Brasil importava praticamente todos os produtos industrializados, pois suas indústrias não haviam desenvolvido o suficiente. A Europa, como a região do globo que mais se industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasileiro, pois perderia mercado consumidor. O Brasil, portanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade do século XX e, por isso, enfrentou sérios problemas econômicos e políticos.
Só a partir da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) que o Brasil passa por um processo significativo de desenvolvimento industrial, a Guerra na Europa influenciou decisivamente os rumos da política financeira do Governo Federal e, em longo prazo, provocou importantes transformações econômicas no país. O advento do conflito armado na Europa levou à desorganização do mercado mundial, mas gerou prosperidade e enriquecimento nos países da América Latina. Ocorreu também uma expressiva queda das importações de manufaturados, porque os países em guerra deixaram de produzi-los em grande quantidade. Desse modo, a economia brasileira foi estimulada a produzir internamente os produtos que deixaram de ser importados dos outros países. O resultado foi um vigoroso crescimento do setor industrial.
A expansão do setor industrial levou inevitavelmente ao crescimento da classe operária. Esse crescimento pode ser constatado ao observarmos que em 1880, o país contava com 54 mil operários; em 1920 esse número salta para 200 mil. Por volta de 1919 as fábricas de tecidos, roupas, alimentos, bebidas e fumo eram responsáveis por 70% da nossa produção industrial. A mão-de-obra nessas fábricas era na maioria formada por imigrantes italianos.

Café e industrialização


Na realidade a queda do café teve seu início por volta de 1920, devido ao contínuo, descontrolado e excessivo aumento da safra de café que chegava a espantosos 21 milhões de sacas para um consumo mundial de 22 milhões, período onde o governo federal (Presidente Wenceslau Braz) adotou uma política financeira austera, e foi responsável pela queima de três milhões de saca de café que estavam estocadas para evitar a queda nos preços do produto. Mais uma vez a política de valorização do café foi aplicada como desejavam as oligarquias cafeicultoras. 
.Por volta de 1928, tínhamos uma enorme safra e nesse período tivemos uma queda nas nossas exportações em torno de 11%, Os EUA, França, Itália, Holanda e Alemanha, que compravam 84% da nossa produção, passaram a comprar de outros países, pois a nossa fama era péssima, uma vez que misturávamos pedras, terra e gravetos para aumentar o peso das sacas, além de incluirmos café de qualidade inferior adulterando o produto final. Para piorar o contexto, em outubro de 1929 os fazendeiros ainda estavam exportando a safra de 1927 e a safra de 1928 estava toda estocada em armazéns.
A crise nos EUA começou 19/10/1929 e como já vivíamos uma crise com o café, essa só fez se alarmar.
Causas da crise
Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.
Efeitos da crise
Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores.
A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.
Efeitos no Brasil
A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.
Muitos cafeicultores passaram a investir em estabelecimentos industriais, principalmente no eixo São Paulo e Rio de Janeiro. A Indústria brasileira nasceu principalmente do capital proveniente do ciclo do café, os bancos brasileiros funcionavam como agentes financiadores da instalação de novas indústrias no Brasil, emprestando parte do dinheiro depositado pelos Barões do café aos empreendedores industriais.
A política industrial do governo federal era a de substituir as importações, visando à obtenção de um superávit cada vez maior na Balança Comercial (regista, portanto, as importações e as exportações de bens e serviços entre os países, quando as exportações são maiores que as importações registram-se um superávit na balança, e quando as importações são maiores que as exportações registram-se um déficit).
GOVERNO VARGAS E A POLÍTICA DE "SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES"
De 1930 a 1956, a industrialização no país caracterizou-se por uma estratégia governamental de implantação de indústrias estatais nos setores de bens de produção e de infraestrutura: siderurgia (Companhia Siderúrgica Nacional - CSN), petroquímica (Petrobras) e bens de capital (Fábrica Nacional de Motores - FMN, que além de caminhões e automóveis, fabricava máquinas e motores), e também da extração mineral (Companhia Vale do Rio Doce - CVRD) e da produção de energia hidrelétrica (Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf). A implantação desses setores industriais e de infraestrutura estratégica necessitava de investimento inicial muito elevado. Como o retorno do capital era muito lento, essas atividades, na época, eram pouco atraentes ao capital privado, fosse ele nacional ou estrangeiro.
Portanto, a ação do Estado foi decisiva para impulsionar e diversificar o parque industrial do país, combatendo os principais obstáculos ao crescimento econômico. Além de fornecer os bens de produção e os serviços de que os industriais privados necessitavam em suas indústrias de bens de consumo, o Estado cobrava por tudo isso preços mais baixos que aqueles que seriam cobradas pelas empresas privadas, fossem elas nacionais ou estrangeiras. Essa medida visava ao fortalecimento do parque industrial brasileiro. Era uma política fortemente nacionalista.
Embora a expressão substituição de importações possa ser utilizada desde que a primeira fábrica foi instalada no país, permitindo substituir a importação de determinado produto, foi o governo Getúlio Vargas (1930-1945) que iniciou a adoção de medidas fiscais e cambiais que caracterizaram uma política industrial voltada à produção interna de mercadorias que até então eram importadas.
As duas principais medidas adotadas foram à desvalorização da moeda nacional (réis até 1942 e, a seguir, o cruzeiro) em relação ao dólar, o que tornava o produto importado mais caro (desestimulando as importações), e a implantação de leis e tributos que restringiam, e às vezes proibiam, a importação de bens de consumo e de produção que pudessem ser fabricados internamente.
Getúlio Vargas - o presidente que mudou o rumo da economia do Brasil
Getúlio Vargas assumiu o poder durante a recessão mundial decorrente da crise mundial de 1929. Foi o presidente empossado pela Revolução de 1930, de cunho modernizador. Até então, o mundo capitalista acreditava no liberalismo econômico, ou seja, que as forças do mercado deveriam agir livremente para promover maior desenvolvimento e crescimento econômico. Com a crise, iniciou-se um período em que o Estado passou a intervir diretamente na economia para evitar novos sobressaltos do mercado. Essa prática de intervencionismo estatal na economia ficou conhecida como Keynesianismo.
Em 1934, Getúlio Vargas promulgou uma nova Constituição, que incluiu a regulamentação das relações de trabalho. Entre as principais medidas que beneficiaram o trabalhador, figuravam a criação do salário mínimo, as férias anuais e o descanso semanal remunerado. Com essa atitude, que garantia o apoio da classe trabalhadora, e com o apoio das elites agrária e industrial, Vargas conseguiu aprovar uma nova Constituição, em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da Segunda Guerra em 1945.
Nesse período, conhecido como Estado Novo (1937-45) houve repressão à oposição e manipulação das notícias por intermédio de severa censura aos meios de comunicação e muitos investimentos estatais. Foram criados órgãos estatais de regulamentação da atividade econômica, encabeçados pelo CNE (Conselho Nacional de Economia).
Foram criadas também indústrias em setores estratégicos, visando combater os obstáculos ao crescimento econômico. A intervenção estatal no setor de base da economia (petroquímica, siderurgia, energia elétrica e indústria de cimento), foi priorizada.
Devido à afinidade ideológica de Getúlio Vargas com o nazi fascismo, que foi derrotado na Segunda Guerra, as oposições liberais se fortaleceram e, em 1945, conseguiram depor o presidente. Vargas retornou ao poder em 1951, dessa vez eleito pelo povo.
O GOVERNO DUTRA E O PLANO SALTE
Com sua saída, assumiu a presidência o general Eurico Gaspar Dutra, em 1946, que instituiu o Plano Salte, destinando investimentos aos setores de saúde, alimentação, transportes, energia e educação. Até 1950, quando terminou seu mandato, o Brasil passou por grande incremento da capacidade produtiva.
Durante a Segunda Guerra, o país exportou diversos produtos agrícolas, industriais e minerais para os países europeus em conflito, obtendo enorme saldo positivo na balança comercial. Esse saldo, porém, foi utilizado no decorrer do governo Dutra, com importação de máquinas e equipamentos para as indústrias têxteis e mecânicas, com o reequipamento de sistemas de transportes e com incremento da extração de minerais metálicos, não metálicos e energéticos.
  Além disso, houve forte mudança na política econômica do país com a abertura à importação de bens de consumo, o que contrariava os interesses da indústria nacional.  Boa parte das reservas cambiais acumuladas ao longo da Segunda Guerra foi utilizada na importação de pastas de dente, geladeiras, óleos lubrificantes, chocolates, brinquedos, artigos decorativos e muitos outros produtos que agradavam à classe média. Ao utilizar as reservas, essa mudança obrigou o governo a desvalorizar o cruzeiro em relação ao dólar e emitir papel-moeda, o que levou à inflação e consequente queda de poder aquisitivo dos salários.
O RETORNO DE GETÚLIO E DA POLÍTICA NACIONALISTA
Ao retornar à presidência em 1951, eleito pelo povo, Getúlio Vargas retomou seu projeto nacionalista: passou a investir em setores que deram suporte e impulsionaram o crescimento econômico - sistemas de transportes, comunicações, produção de energia elétrica e petróleo - e restringiu a importação de bens de consumo. Apoiado por um grande movimento nacionalista popular, Getúlio dedicou-se à criação da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No confronto entre os getulistas, defensores da política nacional-desenvolvimentista, e os liberais, que preferiam promover a abertura da economia aos produtos e capitais estrangeiros, o projeto de Getúlio acabou sendo derrotado. Os liberais argumentavam que, com a economia fechada, a modernização e a expansão do parque industrial nacional ficavam dependentes do resultado da exportação de produtos primários.
No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se matou.
JUSCELINO KUBITSCHEK E O PLANO DE METAS
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), houve um grande crescimento econômico em consequência da implantação do chamado Plano de Metas. Tratava-se de um amplo programa de desenvolvimento que previa maciços investimentos estatais em diversos setores da economia - agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e construção civil - tornando o Brasil um país atraente aos investidores estrangeiros. Embalado por uma ideologia desenvolvimentista, o governo divulgava o objetivo de fazer o país crescer "50 anos em 5". Foi nessa época que a capital federal foi transferida do litoral para o interior, com a construção de Brasília, inaugurada em 1960.
Na execução desse plano, 73% dos investimentos dirigiram-se aos setores de energia e transportes. Isso permitiu um grande aumento da produção de hidroeletricidade e de carvão mineral, forneceu o impulso inicial ao programa nuclear, elevou a capacidade de prospecção e refino de petróleo, pavimentação e construção de rodovias (14.970 km), além de melhorias nas instalações e serviços portuários e reaparelhamento e construção de pequena extensão de ferrovias (827 km).
Paralelamente, devido aos investimentos estatais em obras de infraestrutura e incentivos do governo, houve expressivo ingresso de capital estrangeiro, responsável por grande crescimento da produção industrial, principalmente nos setores automobilístico, químico-farmacêutico e de eletrodomésticos. O parque industrial brasileiro passou, assim, a contar com significativa produção de bens de consumo duráveis, o que sustentou e deu continuidade à política de substituição de importações.
O sucesso do Plano de Metas resultou num significativo aumento da inflação e da dívida externa. O afastamento da capital federal do centro econômico e populacional do país e a opção pelo transporte rodoviário, sistema não recomendável em países territorialmente extensos, como o nosso, marcaram economicamente o Brasil de forma duradoura. Esses problemas estruturais, que diminuíram a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e influenciaram negativamente a nossa economia, foram identificados já a partir de meados da década de 1960 e têm consequências até os dias atuais.
O GOVERNO JOÃO GOULART E A TENTATIVA DE REFORMAS
João Goulart, conhecido como Jango, foi um político ligado ao trabalhismo que exerceu o cargo de Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas e se elegeu duas vezes como vice-presidente, nos mandatos de JK e Jânio Quadros. Na época, era permitido votar em presidente e vice-presidente de partidos ou coligações diferentes. No decorrer do seu governo, o Brasil passou por uma grande crise política, iniciada em 25 de agosto de 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, empossado poucos meses antes. A crise agravou-se com os problemas econômicos herdados do governo JK, como a dívida externa e, sobretudo, a inflação.
A posse de Jango, em 25 de setembro de 1961, ocorreu após a instauração do parlamentarismo, que reduziu os poderes do chefe do executivo. Essa manobra política foi à solução encontrada para resolver uma crise institucional que abalava a unidade dos setores militares: os três ministros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) pressionavam o Congresso a votar pela desqualificação de Jango como presidente por motivos de "segurança nacional" (no contexto da Guerra Fria, uma forma de desqualificar um governante aos olhos dos setores conservadores da sociedade era taxá-lo de comunista). Contudo, vários comandantes regionais, encabeçados pelo III Exército (Rio Grande do Sul), defendiam a posse do vice-presidente para que a Constituição não fosse violada.
Durante o período parlamentarista do governo João Goulart (até início de 1963), como o presidente não conseguiu estruturar uma diretriz de política econômica, houve aumento da inflação e do desemprego e redução nas taxas de crescimento, problemas que haviam provocado várias greves em 1962. Nesse contexto, fortaleceu-se a posição dos que defendiam a realização de um plebiscito pelo qual a população poderia optar entre a continuação do regime parlamentarista ou o retorno ao presidencialismo.
Em 6 de janeiro de 1963, o retorno ao presidencialismo foi aprovado com 82% dos votos, o que conferiu amplos poderes ao presidente, permitindo encaminhar as reformas de base. Propunha-se uma ampla reforma dos sistemas tributários, bancário e eleitoral, a regulamentação dos investimentos estrangeiros e da remessa de lucros ao exterior, além da reforma agrária e de investimentos maciços em educação e saúde. Tal política, de caráter claramente nacionalista, foi tachada como comunista pelos setores mais conservadores da sociedade civil e militar, proporcionando as condições para o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964.
O PERÍODO MILITAR
Em 1° de abril de 1964, após um golpe de Estado que tirou João Goulart do poder, iniciou-se no país o regime militar, de caráter ditatorial. O Brasil possuía o 43° PIB do mundo capitalista e uma dívida externa de 3,7 bilhões de dólares. Em 1985, ao término do regime, o Brasil apresentava o 9° PIB do mundo capitalista e sua dívida externa era de aproximadamente 95 bilhões de dólares, ou seja, crescemos à custa de um pesado endividamento. O parque industrial cresceu de forma bastante significativa e a infraestrutura nos setores de energia, transportes e comunicações se modernizou. Porém, embora os indicadores econômicos tenham evoluído positivamente, a desigualdade social foi muito ampliada nesse período, concentrando renda nos estratos mais ricos da sociedade. Segundo o IBGE e o Banco Mundial, em 1960 os 20% mais ricos da sociedade brasileira dispunham de 54% da renda nacional, em 1970 passaram a contar com 62% e em 1989, com 67,5% dela.
Entre 1968 e 1973, período conhecido como "milagre econômico", a economia brasileira desenvolveu-se em ritmo acelerado. Esse ritmo de crescimento foi sustentado por grandes investimentos governamentais que promoveram grande expansão na oferta de alguns serviços prestados por empresas estatais, como energia e comunicações. No entanto, várias obras tinham necessidade, rentabilidade ou eficiência questionável, como as rodovias Transamazônica e a Perimetral Norte e o acordo nuclear entre Brasil e Alemanha. O setor de comunicações também foi beneficiado nesse período. Os investimentos foram feitos graças à grande captação de recursos no exterior, o que elevou a dívida externa, pois boa parte desse capital foi investida em setores não rentáveis da economia.
Outro aspecto importante na questão do crescimento econômico no período militar foi o dos investimentos externos. O capital estrangeiro penetrou em vários setores da economia, principalmente na extração de minerais metálicos (projeto Carajás, Trombetas e Jari), na expansão das áreas agrícolas (monoculturas de exportação), nas indústrias química e farmacêutica e na fabricação de bens de capital (máquinas e equipamentos) utilizados pelas indústrias de bens de consumo.
A taxa de lucro dos empresários foi ampliada com a diminuição dos salários reais, ou seja, reduzindo-se o poder aquisitivo dos trabalhadores. Aumentava-se, assim, a taxa de reinvestimento dos lucros nos setores que geravam empregos, principalmente para os trabalhadores qualificados e excluindo os pobres, o que deu continuidade ao processo histórico de concentração da renda nacional.
  Diante dessa nova realidade, a saída imposta pelo governo para obter recursos que permitissem honrar os compromissos da dívida se resumiu na frase: "Exportar é o que importa". Porém, como tornar os produtos brasileiros internacionalmente competitivos? Tanto em qualidade como em preço, as mercadorias produzidas em um país em desenvolvimento como o Brasil, que quase não investia em tecnologia, enfrentavam grandes obstáculos.
As soluções encontradas foram desastrosas para o mercado interno de consumo:
  • Arrocho salarial;
  • Subsídios fiscais para exportação (cobrava-se menos imposto por um produto exportado que por um similar vendido no mercado interno);
  • Negligência com o meio ambiente;
  • Desvalorização cambial (a valorização do dólar em relação ao cruzeiro, moeda da época, facilitava as exportações e dificultava as importações);
  • Combate à inflação por meio da diminuição do poder aquisitivo. 
A consequência dessa medida foi à redução da competitividade do parque industrial brasileiro frente ao exterior ao longo dos anos 1980. Os industriais não tinham capacidade financeira para importar novas máquinas e, por causa da falta de competição com produtos importados, não havia incentivos à busca de maior produtividade e qualidade dos produtos. Com isso, as indústrias, com raras exceções, foram perdendo a competitividade no mercado internacional e as mercadorias comercializadas internamente tornaram-se caras e tecnologicamente defasadas em relação às estrangeiras.
Outro aspecto negativo da política econômica do período militar merece destaque: se as medidas adotadas tinham como objetivo o crescimento do PIB a qualquer custo, o que fazer com as empresas ineficientes, à beira da falência? A solução encontrada para esse problema foi à estatização. O Estado brasileiro adquiriu empresas em quase todos os setores da economia utilizando recursos públicos, em parte acumulado com o pagamento de impostos por toda a população. O crescimento da participação do Estado na economia, de 1964 a 1985, foi muito grande. em 1985, cerca de 20% do PIB era obtido em empresas estatais, enquanto os serviços tradicionalmente públicos, como saúde e educação, estavam se deteriorando por causa da falta de recursos, que eram redirecionados dos setores sociais para os produtivos.
O fim o período militar ocorreu em 1985, depois de várias manifestações populares a favor de eleições diretas para presidente. Os problemas econômicos herdados do regime militar foram agravados no governo que se seguiu, o de José Sarney, e só foram enfrentados efetivamente nos anos 1990, quando aumentam no mundo as práticas do processo de globalização.
Indústria Contemporânea no Brasil
A Indústria no Brasil está se desenvolvendo e ocupando um lugar de destaque no cenário internacional.
O Brasil durante muito tempo ocupou destaque somente no setor primário, com a agropecuária e o extrativismo (vegetal mineral e animal). Após consecutivas crises econômicas, atualmente o Brasil é considerado um dos mais industrializados países, por isso ocupa o décimo quinto lugar nesse segmento em escala global.
A intensificação da indústria brasileira faz com que o país possua um enorme e variado parque industrial que produz desde bens de consumo à tecnologia de ponta.
A configuração como país industrializado não reflete na realidade nacional, isso porque a industrialização não ocorre de forma homogênea no país, ou seja, ela se encontra irregularmente distribuída no território, onde algumas áreas são densamente industrializadas e outras praticamente desprovidas dessa atividade econômica.
A maior concentração de indústrias brasileiras está situada na Região Sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados onde o processo de industrialização teve início. Os estados citados detêm parques industriais modernos e diversificados que atuam com maior destaque na produção de produtos químicos, além da indústria automobilística e tecnologia de ponta.
Outra região que ocupa grande destaque no cenário nacional é a Região Sul. Segundo lugar em industrialização, essa porção do país desenvolve indústrias que atuam especialmente no beneficiamento de produtos primários, atividade denominada de agroindústria, que desempenha um importante papel na economia nacional. A Região Sul sobressai também na produção de peças e metalurgia.
No Sudeste, a base industrial encontra-se vinculada a produtos tradicionais, como a produção têxtil, de álcool e açúcar. Entretanto, recentemente o parque industrial dessa região tem ingressado em um processo de modernização e diversificação da indústria.
O Norte e o Centro-Oeste são as regiões de menor expressão no setor industrial do país, pois se encontram limitados à agroindústria e ao extrativismo.
Nos últimos anos, a economia brasileira ficou marcada pela privatização das empresas estatais nas áreas de mineração, bancária e telecomunicações. Apesar de o Brasil enfrentar diversos problemas sociais, o país está desenvolvendo e ocupando um lugar de destaque no cenário internacional.
O Brasil tem se destacado no cenário internacional, visto que houve uma intensa expansão da área de atuação de suas empresas. Durante a década de 1970, existia cerca de 70 filiais de empresas brasileiras instaladas no exterior e, em 2010, esse número chegou a 350.
A estabilidade política e econômica, além do fortalecimento da moeda nacional (Real), foram fatores determinantes para o sucesso das empresas brasileiras em terras internacionais. Em 2008, os investimentos brasileiros no exterior foram de 152 bilhões de dólares, sendo superior aos investimentos estrangeiros aplicados no país. De acordo com o Banco Central, o Brasil ocupa o 12° lugar no ranking dos maiores investidores do mundo, estando à frente de nações como a Austrália, Países Baixos, China e Federação Russa.
As empresas transnacionais do Brasil atuam em vários segmentos: alimentício, aviação, construção civil, celulose, cosméticos, peças de automóveis, máquinas e equipamentos, tecnologia da informação, logística, mineração, etc.

Entre as principais representantes do Brasil no mercado internacional estão: Vale (mineração), Petrobras (petróleo e gás), Gerdau (aço), Embraer (aviação), Votorantim (diversificada), Camargo Corrêa (diversificada), Odebrecht (construção e petroquímica), Aracruz (celulose e papel), Tigre (construção), ALL (logística), Perdigão (alimentícia), Natura (cosméticos), Sadia (alimentícia), Itautec (tecnologia da informação), Sabó (peças de automóveis), WEG (máquinas e equipamentos), etc.

A ÁSIA ORIENTAL

1. A Ásia Oriental  é chamada também de Extremo Oriente, está localizado a leste do continente asiático e abrange um território que ocupa uma área de cerca de 12 milhões de km2, onde vivem as populações de China (1,3 bilhão), Japão (127 milhões), Coreia do Sul (49 milhões), Coreia do Norte (23 milhões), Taiwan (23 milhões), Hong Kong (6 milhões), Mongólia ( 2 milhões) e Macau ( 450 mil).
Essa porção da Ásia (também chamado ou Leste da Ásia ou ainda Leste Asiático)  apresenta, em grande parte do território, clima do tipo temperado, em decorrência de sua localização geográfica, uma vez que é cortado pelo Trópico de Câncer. Essa característica climática não faz parte da realidade de uma porção meridional da China e de Taiwan, pois ambos estão sob influência da zona tórrida da Terra ou intertropical, a qual recebe uma quantidade maior de luz solar, apresentando temperaturas mais elevadas.
Na Ásia Oriental se encontram dois dos poucos países remanescentes do sistema socialista: China e Coreia do Norte, lembrando que a economia chinesa já modificou bastante sua configuração e vem se distanciando cada vez mais dos princípios do socialismo e se aproximando dos princípios capitalistas. Alguns países, como Macau, tiveram seus respectivos territórios anexados e administrados pelo governo chinês, tornando-se regiões administrativas.
No Extremo Oriente encontra-se o país com a maior população do mundo, China, com aproximadamente 1,3 bilhão de habitantes, número significativo visto que a população mundial absoluta é cerca de 7 bilhões. A densidade populacional do lugar é de 131 habitantes por km², ou seja, cerca de 3 vezes a média mundial (de 45 habitantes/km²).

As principais religiões são o Budismo (principalmente Mahayana), Confucionismo, Neoconfucionismo e Taoísmo na China e nas Coreias e Xintoísmo no Japão.
2.0 A CHINA

2.0 A CHINA
DADOS PRINCIPAIS
ÁREA: 9.536.499 km²
CAPITAL: Pequim
POPULAÇÃO:  1.351.718.015 (2012)
Com uma população de mais de 1,3 bilhões e escassez de recursos naturais, a China está muito preocupada com seu crescimento populacional e tentou, com resultados diversos, implementar uma política rigorosa de planejamento familiar, conhecida como "política do filho único". A meta do governo é de uma criança por família, com exceções para as minorias étnicas e com certo grau de flexibilidade nas áreas rurais. Espera-se que o crescimento populacional da China estabilize-se nas primeiras décadas do século XXI, embora algumas projeções estimam uma população entre 1,4 bilhões e 1,6 bilhões até 2025. O Ministro de Planejamento Familiar da China indicou que a política do filho único será mantida pelo menos até 2020. No entanto, essa estratégia do governo encontra resistência, particularmente nas áreas rurais do país, por causa da necessidade de trabalho agrícola e de uma tradicional preferência por meninos (que mais tarde podem servir como herdeiros do sexo masculino). As famílias que não respeitam essa política frequentemente mentem durante os censos. Um estudo recente sugere que até três milhões de bebês chineses sejam escondidos pelos seus pais a cada ano. De acordo com o censo de 2010, os homens representavam 51,27% do total da população, enquanto as mulheres compunham 48,73% do total.
MOEDA:  Iuan
NOME OFICIAL: REPÚBLICA POPULAR DA CHINA (Zhonghua Renmin Gongheguo).
NACIONALIDADE: chinesa
DATA NACIONAL: 1 e 2 de outubro (Dia da Pátria, Proclamação da República Popular da China). 
DIVISÃO ADMINISTRATIVA: 22 províncias, 5 regiões especiais (Hong Kong e Macau), 5 regiões autônomas e 4 municipalidades.
GOVERNO: Estado Unipartidário (Unipartidarismo, Sistema Unipartidário ou Sistema de Partido Único é um sistema partidário próprio dos regimes autoritários em que um único partido político é legal, confundindo-se com o próprio Estado, sendo que legalmente não podem existir outros partidos. Às vezes o termo unipartidarismo é utilizado para descrever um sistema de partido dominante, em que existem outros partidos, mais as leis impedem a oposição de obter legalmente poder. Um regime unipartidário não deve ser confundido com uma democracia não partidária que proíbe os partidos políticos. Este sistema pode surgir de ideologias comunistas, fascistas ou nacionalistas, ou senão do processo de descolonização, porque este partido teve um papel importante nas lutas de independência).
PRESIDENTE: Xi Jinping

2.1. GEOGRAFIA DA CHINA:
LOCALIZAÇÃO: leste da Ásia
FUSO HORÁRIO: + 11 horas em relação à Brasília
CLIMA DA CHINA: de montanha (O e SO), árido frio (N, NO e centro), de monção (litoral S).
CIDADES DA CHINA (PRINCIPAIS): Xangai, Pequim (Beijing), Tianjin; Shenyang, Wuhan, Guangzou (Cantão), Nanquim.
REGIÃO ESPECIAL ADMINISTRATIVA: Hong Kong
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: A China reconhece oficialmente 56 grupos étnicos distintos, sendo o maior deles os chineses da etnia han, que constituem cerca de 92% da população total do país. Os grupos étnicos minoritários 7,5% (chuans, manchus, uigures, huis, yis, duias, tibetanos, mongóis, miaos, puyis, dongues, iaos, coreanos, bais, hanis, cazaques, dais, lis), outros 0,5%.
IDIOMAS: mandarim (principal), dialetos regionais (principais: min, vu, cantonês).
RELIGIÕES: De acordo com várias fontes, o budismo na China possui entre 660 milhões (50%) a 1 bilhão de membros (80%),  enquanto que o número de taoistas é de 400 milhões de pessoas (~30%). Porém outros dados indicam que sem religião (40,2%), crenças populares chinesas (28,9%), budismo (8,5%), ateísmo (8%), cristianismo (8,5%), crenças tradicionais (4,4%), islamismo (1,5%).
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 140,1 hab./km2 (2012)
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 0,493% por ano (2012)
TAXA DE ANALFABETISMO: 7,8% (dados de 2008).
RENDA PER CAPITA: US$ 9.100 (estimativa 2012).
IDH: 0,699 (PNUD 2012) - médio
ECONOMIA DA CHINA:
Produtos Agrícolas: arroz, batata-doce, trigo, milho, soja, cana-de-açúcar, tabaco, algodão em pluma, batata, juta, legumes e verduras.
Pecuária: equinos, bovinos, búfalos, camelos, suínos, ovinos, caprinos, aves.
Mineração: carvão, petróleo, chumbo, minério de ferro, enxofre, zinco, bauxita, asfalto natural, estanho, fosforeto.
Indústria: têxtil (algodão), materiais de construção (cimento), siderúrgica (aço), equipamentos eletrônicos.
PIB: US$ 8,28 trilhões ou 51,93 trilhões de iuanes (2012) crescimento de 7,8% em 2012 - incluindo Hong Kong e Macau.
Exportações (2012): US$ 2,05 trilhão
Importações (2012): US$ 1,81 trilhão
RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Banco Mundial, FMI, Apec, OMC, ONU.
POLÍTICA: A República Popular da China, ao lado do Vietnã, do Laos e de Cuba, é um dos quatro Estados restantes que se declaram socialistas no mundo.
No entanto, na prática, a estrutura política da China não pode ser caracterizada de maneira tão simples. O governo chinês tem sido descrito como comunista e socialista, mas também como autoritário, com fortes restrições remanescentes em muitas áreas, principalmente em relação à internet, imprensa, liberdade de reunião, direitos reprodutivos e liberdade de religião. Seu atual sistema político/econômico é denominado por seus líderes como "socialismo com características chinesas".
O país é governado pelo Partido Comunista da China (PCC), cujo poder está consagrado na constituição. O sistema eleitoral chinês é hierárquico, segundo o qual os Congressos Populares locais são eleitos diretamente e todos os níveis mais elevados de Congresso Popular até a Assembleia Popular Nacional (APN) são eleitos indiretamente pelo Congresso Popular de nível imediatamente inferior. O sistema político é parcialmente descentralizado, com poucos processos democráticos internos ao partido e ao nível das vilas locais, embora estas experiências tenham sido marcadas pela corrupção. Há outros partidos políticos na China, referidos nos países como partidos democráticos, que participam da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC).
2.2. Problemas ambientais
Nas últimas décadas, a China sofreu com a grave deterioração ambiental e poluição de seu território. Embora algumas legislações, tais como a Lei de Proteção Ambiental de 1979, sejam bastante rigorosas, elas são mal aplicadas, já que são frequentemente desconsideradas pelas comunidades locais e funcionários do governo em favor do rápido desenvolvimento econômico. Como resultado, os protestos públicos e distúrbios por questões ambientais têm se tornado cada vez mais comum no país.
Ativistas ambientais, tais como Ma Jun advertiram sobre o perigo de que a poluição da água representa para a sociedade chinesa. De acordo com o Ministério chinês de Recursos Hídricos, cerca de 300 milhões de chineses não têm acesso à água potável e 40% dos rios do país estavam poluídos por resíduos industriais e agrícolas no final de 2011. Esta crise é agravada pelo problema perene da escassez de água, sendo que 400 das 600 cidades chinesas pesquisadas apresentavam poucos recursos de água potável. Além disso, várias grandes cidades costeiras do país, incluindo Xangai, são consideradas altamente vulneráveis a inundações de larga escala. No entanto, a China é investidor mundial líder em tecnologias de energias renováveis, com 52 bilhão dólares investidos apenas em 2011. O país produz mais turbinas eólicas e painéis solares do que qualquer outro e projetos de energia renovável, como o aquecimento solar de água, são amplamente adotados, em nível local.

2.3. Situação Atual da China
 Desde a introdução de reformas econômicas em 1978, a China tornou-se uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, 9 sendo o maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta. A industrialização reduziu a sua taxa de pobreza de 53% (em 1981) para 8% (em 2001). O país tem sido considerado uma superpotência emergente por vários acadêmicos, analistas econômicos e militares. A importância da China como uma grande potência é refletida através de seu papel como segunda maior economia do mundo (ou segunda maior em poder de compra) e da sua posição como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e de várias outras organizações multilaterais, incluindo a Organização Mundial do Comércio, Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, Grupo dos Vinte, BRICS e da Organização para Cooperação de Xangai. Além disso, o país é reconhecido como uma potência nuclear, além de possuir o maior exército do mundo em número de soldados e o segundo maior orçamento de defesa. Com mais de 2,3 milhões de soldados ativos, o Exército de Libertação Popular (ELP), em inglês People's Liberation Army (PLA), é a maior força militar do mundo, em termos de número de tropas, e possui o segundo maior orçamento de defesa do mundo.
A China está rapidamente desenvolvendo seu sistema de ensino, com ênfase na ciência, matemática e engenharia. Em 2009, o país produziu mais de 10 mil Ph.D.s graduados em engenharia e cerca de 500 mil BScs graduados, mais do que qualquer outro país. O país é também o segundo que mais publica trabalhos científicos no mundo, produzindo 121.500 só em 2010, incluindo 5.200 nos principais periódicos científicos internacionais. Empresas de tecnologia chinesas, como a Huawei e a Lenovo, se tornaram líderes mundiais em telecomunicações e computação pessoal, e os supercomputadores chineses são consistentemente classificados entre os mais poderosos do mundo. A China é ainda o maior investidor mundial em tecnologia de energias renováveis.
O programa espacial chinês é um dos mais ativos no mundo e é um grande orgulho nacional.

O SOLO

SOLO:
O solo é um importante  recurso natural, apresentando várias possibilidades de exploração econômica, o que torna sua preservação muito importante para  a manutenção do seu equilíbrio socioambiental. Em áreas de exploração mineral ou agrícola, é importante reduzir as agressões ambientais causadas por essas atividades.
O solo é a base para o desenvolvimento das plantas e de diversos animais, incluindo a espécie humana. É nele que:
  • As plantas fixam suas raízes e obtém a água, o ar e os nutrientes utilizados no processo da fotossíntese;
  • A água é armazenada originando as nascentes que formam os rios e lagos e abastecem as cidades;
  • Fazemos o alicerce das casas, dos prédios e de outras obras que construímos.

A erosão dos solos compromete a produção agrícola, causa assoreamento nos rios, represas e zonas portuárias. A retirada de vegetação e ocupação dos solos por moradias em encostas íngremes provoca os escorregamentos frequentemente noticiados pela imprensa, que causam muitas mortes e danos materiais.
        Erosão do solo - um dos principais problemas decorrente do mau uso do solo.
A ação humana no ambiente por meio de práticas agrícolas e formas de ocupação urbana sem planejamento ou preocupação com a conservação dos solos, acelera muito a degradação e compromete a sustentabilidade ambiental, social e econômica.
A FORMAÇÃO DO SOLO
Os diferentes conceitos de solo estão relacionados às atividades humanas que nele se desenvolve e às ciências  que o estudam. Para a mineração, solo é um detrito que deve ser separado dos minerais explorados e depois removido; para algumas ciências, como a ecologia, é um sistema vivo composto por partículas minerais e orgânicas que possibilita o desenvolvimento de diversos ecossistemas. A geografia, em particular a pedologia (ciência que estuda a formação, desenvolvimento e composição dos solos), considera solo a parte natural e integrada à paisagem que dá suporte às plantas que nele se desenvolvem; para a edafologia (ciência que estuda  os solos, relacionando-os com as possibilidades de aproveitamento agrícola) define solo como um meio natural no qual o homem cultiva plantas, interessando-se pelas características ligadas à produção agrícola.
O solo é formado, num processo contínuo, pela desagregação e decomposição das rochas. Quando expostas à atmosfera, as rochas sofrem a ação direta do calor do Sol e da água da chuva, entre outros fatores, que modificam seus aspectos físicos e a composição química dos minerais que as compõem. Em outras palavras, sofrem a ação do intemperismo físico e químico. Em regiões tropicais e úmidas, são necessários, em média, 100 anos para a formação de apenas dois centímetros de solo. Em áreas de clima frio e seco, esse período é ainda maior.
O solo que resulta do intemperismo químico e físico das rochas e da adição de matéria orgânica em sua superfície se organiza em camadas com características diferentes que são denominadas horizontes. Os horizontes são identificados por letras e vão se diferenciando cada vez mais da rocha mãe à medida que aumenta sua distância em relação a ela. Ao processo que origina os solos e seus horizontes dá-se o nome de pedogênese.


Os horizontes O, A e B são os mais importantes para a agricultura dada a sua fertilidade: quanto maior a disponibilidade equilibrada de certos elementos químicos, como o potássio, o nitrogênio, o sódio, o ferro e o magnésio, maior é sua fertilidade e o seu potencial de produtividade agrícola. Esses horizontes também são importantes para o ecossistema, por causa da densidade e variedade de vida em seu interior.

O processo de formação dos solos, assim como a erosão, são modeladores do relevo. Ao longo do tempo geológico e em condições propícias, as rochas que sofreram intemperismo vão se transformando em solo e a sua porosidade (porcentagem de espaços vazios em relação ao volume do material sólido) permite a penetração de ar e água, criando condições favoráveis para o desenvolvimento de organismos vegetais e animais, bem como de microrganismos. Esses organismos passam a agir intensamente, acelerando a ação do intemperismo e fornecendo a matéria orgânica que participa da composição do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade.

O solo é constituído de: Partículas minerais: apresentam composição e tamanhos diferentes, dependendo da rocha que lhe deu origem. Quanto ao tamanho, as partículas podem ser classificadas em frações: argila, silte, areia fina, areia grossa e cascalho (variando do menor ao maior tamanho).
                                                                               Cascalho
Matéria orgânica: formada por restos vegetais e animais não decompostos e pelo produto desses restos depois de decompostos por microrganismos. O produto resultante dessa decomposição é o húmus.
                                                                            Húmus
Água: fica retida por tempo determinado nos poros do solo. Sua reposição é feita, principalmente, pela chuva ou pela irrigação. A água do solo contém sais minerais, oxigênio e gás carbônico, constituindo um importante veículo para fornecer nutrientes aos vegetais.
                                             Muita água no solo prejudica a colheita
Ar: ocupa os poros do solo não preenchidos pela água. É essencial para as plantas, que, por meio das raízes, absorvem oxigênio; além disso, em abundância, favorece a produção de húmus.

FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS
  O material de origem, o clima, o relevo, os organismos e a ação do tempo são os fatores determinantes para a origem e a evolução dos solos.
Material de origem: sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha dá origem a um tipo de solo diferente, dependendo de sua constituição mineralógica. Assim, os solos podem se desenvolver de materiais derivados de rochas ígneas ou metamórficas claras, como os granitos e os quartzitos, de rochas ígneas escuras, como o basalto, de materiais derivados de sedimentos consolidados, como os arenitos e as rochas calcárias, e de sedimentos não consolidados, como as dunas de areia e cinzas vulcânicas. Os materiais derivados do arenito podem originar solos arenosos; se o arenito for pobre em calcário, o solo será quimicamente pobre.
             Solo de terra roxa - origina-se a partir do derramamento de lavas vulcânicas
Clima: a temperatura e a umidade regulam a velocidade, a intensidade, o tipo de intemperismo das rochas, a distribuição e o deslocamento de materiais ao longo do perfil. Quanto mais quente e úmido for o clima, mais rápida e intensa será a decomposição das rochas, pois o aumento da temperatura e da umidade acelera a velocidade das reações químicas.
                              Em áreas de clima semiárido predomina o intemperismo físico
Relevo: com suas diferentes formas, proporciona desigual distribuição de água da chuva, de luz e calor, além de favorecer ou não os processos de erosão. A chuva, a princípio, é igual em uma área relativamente pequena, mas as diferenças da topografia facilitam  o acúmulo de água em áreas mais baixas e côncavas. As vertentes mais expostas à insolação tornam-se mais quentes e secas que outras faces menos iluminadas, que, no Hemisfério Sul, volta-se predominantemente para a direção sul.
                                      Relevo - outro fator essencial na formação do solo
Organismos: compreendem os microrganismos (bactérias, algas e fungos), os vegetais e animais. Agem na decomposição dos restos vegetais e animais e na conservação do solo. 

Tempo: período de exposição da superfície terrestre às condições da atmosfera. Solos jovens são normalmente mais rasos que solos mais velhos.
                                 Solos jovens - geralmente estão próximos à superfície
CONSERVAÇÃO DOS SOLOS
A perda anual de milhares de solos agricultáveis, sobretudo em consequência da erosão, é um dos mais graves problemas ambientais e o que abrange as maiores extensões terrestres. A principal causa da erosão, notadamente em países de clima tropical, é a retirada total da vegetação (muitas vezes feita por meio de queimadas) para implantação das culturas agrícolas e das pastagens.


                      Desmatamento e queimadas - um dos principais causadores da erosão
Caso predomine a erosão hídrica, quanto maior a velocidade de escoamento e o volume de água, maior a capacidade de transportar material em suspensão; quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação e intensidade da erosão. Por sua vez, a velocidade e o volume do escoamento dependem da declividade do relevo, da quantidade e intensidade de chuva, da densidade da cobertura vegetal e do tipo de solo, fatores que podem facilitar ou dificultar a infiltração. Em uma floresta essa velocidade é baixa, pois a água encontra muitos obstáculos (como raízes, troncos e folhas) e fica maior tempo em contato com o solo, o que favorece a infiltração. Em uma área desmatada, a velocidade de escoamento superficial é alta e a água transporta muito material em suspensão, o que intensifica a erosão e diminui a quantidade de água que se infiltra no solo.
                 O desmatamento gera problemas não só no campo, mas também nas cidades.
Toda atividade agrícola provoca a degradação dos solos, mas a intensidade varia, dependendo do tipo de cultura e das técnicas utilizadas (uso de agroquímicos, espaçamento entre fileiras, cobertura do solo, prática de queimadas, entre outras).
  Algumas práticas possibilitam a quebra da velocidade  de escoamento das águas das chuvas e consequentemente diminuem a erosão. São elas:
Terraceamento: consiste em fazer cortes nas superfícies íngremes para formar degraus - terraços. Esse procedimento possibilita a expansão de áreas agrícolas em regiões montanhosas e populosas, por isso é muito comum em países asiáticos como a China, Japão, Tailândia e Filipinas.
                          

                                                 Sistema de terraceamento na Indonésia
CURVAS DE NÍVEL: prática que consiste em arar o solo e depois semeá-lo seguindo cotas altimétricas do relevo (curvas de nível ou isoípas), o que por si só já reduz a velocidade de escoamento superficial da água da chuva. Para reduzi-la ainda mais, é comum a construção de obstáculos no terreno, espécies de lombadas, com terras retiradas dos próprios sulcos resultantes da aração. Com esse método simples, a perda de solo agricultável é sensivelmente reduzida.
                                         
                                                                          Cultivo em curvas de nível
ASSOCIAÇÃO DE CULTURAS: em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão (como algodão e café), é comum plantar, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas, como o feijão, que recobrem bem o terreno. Além de evitar a erosão, essa prática favorece o equilíbrio orgânico do solo.
                     Associação de culturas - uma prática de evitar o desgaste do solo
CULTIVO DE ÁRVORES: em regiões onde os ventos são fortes e a erosão eólica é intensa, podem-se cultivar árvores em linha para formar uma barreira que quebre sua velocidade e, consequentemente, reduza a capacidade erosiva.
                             Os quebra-ventos, uma forma de reduzir a erosão eólica.
Alguns cuidados podem manter ou até mesmo melhorar a fertilidade do solo, o que contribui para a sua conservação. É importante adequar as culturas aos tipos de solo, respeitando seu limite de possibilidade de uso; adubar o solo, tanto para corrigir uma deficiência como para repor o que a cultura lhe retira, e revezar culturas, já que cada uma delas tem exigências diferentes em relação aos nutrientes do solo.
                                         Adubação - uma das formas de cuidar do solo
VOÇOROCAS
 As chuvas fortes também podem originar sulcos no terreno. Se não forem controlados, podem se aprofundar a cada nova chuva e, com o escoamento que ocorre no subsolo, resultar em sulcos de enormes dimensões, chamados voçorocas (ou boçorocas). Em alguns lugares as voçorocas chegam a atingir dezenas de metros de largura e profundidade, além de centenas de metros de comprimento, impossibilitando o uso do solo tanto para atividades agrícolas como urbanas.
                                                               Voçoroca em Avaré – SP
Para impedir a formação das voçorocas, a primeira ação deve ser o desvio do fluxo de água. Se a topografia do relevo não permitir esse desvio, deve-se controlar a velocidade e o volume da água que escorre sobre o sulco. Isso pode ser feito com o plantio de grama (se a declividade das paredes do sulco não for muito acentuada) ou com a construção de taludes - degraus responsáveis pela diminuição da velocidade de escoamento da água.
  Outra solução bastante utilizada e difundida é a construção de uma barragem e o consequente represamento da água que escoa tanto pela superfície quanto pelo subsolo. Esse represamento faz com que a voçoroca fique submersa e receba sedimentos trazidos pela água, que com o tempo a estabilizam.
               Fazer o plantio de árvores é uma das soluções para conter as voçorocas
MOVIMENTOS DE MASSA 
  Em encostas que apresentam declividade acentuada, os movimentos de massa são fenômenos naturais, ou seja, fazem parte da dinâmica externa da crosta terrestre e são agentes que participam da modelagem do relevo ao longo do tempo.
  Os movimentos de massa devem ser analisados considerando-se basicamente dois fatores: a natureza do material movimentado (solo, detritos ou rocha) e a velocidade do movimento. Nos extremos, podem ocorrer quedas ou rolamentos de grandes blocos de rocha montanha abaixo ou escoamento lento de solo em vertentes de baixa declividade, mas os movimentos mais frequentes e que causam mais impactos sociais e ambientais são os escorregamentos de solo em encostas.
         Construções em encostas - um dos grandes problemas das áreas urbanas
No Brasil, onde existem muitas regiões serranas sujeitas a elevados índices pluviométricos, os escorregamentos de solos nas encostas são muito frequentes, principalmente no verão, quando as chuvas são abundantes e tornam o solo mais saturado e pesado. Esse fenômeno faz parte da dinâmica da natureza e acontece independente da intervenção humana.
                                            Deslizamento de terra em Petrópolis- RJ
Há, entretanto, um grande número de movimentos de massa provocados pela ação antrópica. Geralmente estão associados ao desmatamento e ao peso acumulado sobre o solo, como pedreiras e depósitos de lixo.
CONSERVAÇÃO DOS SOLOS EM FLORESTA 
Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto da chuva no solo. A retirada da cobertura vegetal prejudica o solo, expondo-o aos fatores de intemperismo e erosão, cujas consequências são graves, como:
  • Aumento do processo erosivo e empobrecimento do solo;
  • Assoreamento de rios e lagos, resultante do aumento no volume de sedimentos, o que provoca desequilíbrio nos ecossistemas aquáticos, enchentes e, muitas vezes, prejudica a navegação;
  • Extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo, pode provocar problemas de abastecimento de água nas cidades e na agricultura;
  • Possível diminuição nos índices pluviométricos e da evapotranspiração;
  • Elevação das temperaturas locais e regionais, como consequência da maior radiação de calor para a atmosfera por causa do solo exposto;
  • Agravamento dos processos de desertificação e arenização graças à combinação dos fenômenos como diminuição de chuvas, elevação das temperaturas, empobrecimento dos solos e acentuada diminuição da biodiversidade;
  • redução ou fim das atividades extrativas vegetais e a inviabilização do turismo ecológico;
  • proliferação de pragas e doenças pelos desequilíbrios nas cadeias alimentares. 
               Preservar as florestas é a melhor forma de conter a erosão do solo
FONTE: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio/ Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2011.