Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

domingo, 16 de setembro de 2012

Entenda como é calculado o PIB


PIB: Indicador é a soma de tudo o que é produzido no país durante um período. Conta é feita pelas óticas da oferta e da demanda.
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma do valor de tudo o que é produzido no país durante um determinado período. Na conta, entram todos os tipos de bens e serviços, do cafezinho ao avião. Mas não entram no cálculo os bens já existentes antes do período (uma casa já construída, por exemplo) – assim, o valor do PIB representa o quanto à economia do país produziu não o quanto ela “vale”.
O cálculo do PIB é feito por dois “lados”: a oferta e a demanda – que, ao final, devem chegar ao mesmo valor.
De um lado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), soma tudo o que é produzido na agropecuária, na indústria e no setor de serviços. Um mesmo produto, no entanto, não conta duas vezes: assim, o pão entra na conta, mas a farinha usada para produzi-lo, não.
Na outra ponta, é somado o que é gasto: pelas famílias, pelo governo e em investimentos, como a compra de máquinas pelas empresas. Exportações e importações também entram nessa conta – mas as importações, como representam dinheiro “saindo” do país, contam negativamente.
Os números do PIB são divulgados pelo IBGE até 90 dias depois do fechamento do ano (ou de um trimestre). Mas o dado definitivo só sai dois anos depois, quando são incorporados dados mais completos sobre renda.
Segundo os economistas, o PIB cresce quando há um equilíbrio entre os “ingredientes”: se há mais investimentos, são gerados mais empregos, mais empresas são abertas, e aumentam a renda e o consumo das famílias.

Entenda o "Mensalão"

Cumprindo o que estava previsto, o ministro Joaquim Barbosa concluiu no dia 02/08/2012 a leitura de seu relatório da Ação pena 470, que incrimina 38 réus acusados de participar do Mensalão, considerado o maior escândalo da história política do país.
A leitura de um resumo do documento, que no total tem 122 páginas, foi o último capítulo de um dia muito tenso e que gerou grande expectativa pra toda a nação brasileira.
O ministro iniciou a leitura pontualmente às 18h35 (horário de Brasília) e apresentou um resumo das acusações. De forma didática, ele apontou o modus operandi da quadrilha organizada por José Dirceu e petistas e outros petistas ilustres e também pelo empresário e publicitário Marcos Valério.
Barbosa explicou também que o petista Sílvio Pereira não será julgado. O secretário-geral do PT fez acordo com o Ministério Público Federal e prestou serviços comunitários em troca do fim do processo contra ele. Exemplificou a decisão lembrando que a mesma corte também decidiu por não julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relator ainda fez menção à compra de apoio político do PP, PL, que mudou para PR em 2006, para membros do PTB e um parlamentar do PTB.
Importante destacar que Barbosa não leu seu voto sobre a inocência ou culpa dos réus. Isso ele só vai fazer depois que todos os advogados apresentarem as defesas. Foi feita apenas a leitura de um resumo da ação penal, que introduz o julgamento, antes que defesa e acusação tratem dos temas da denúncia.
O Mensalão ficou caracterizado pela compra, por parte do PT, de apoio político partidos da base aliada no primeiro ano do governo Lula. A denúncia apresentada dia 03/08/2012, pelo procurador geral da república indicou que recursos públicos foram utilizados para irrigar as contas de empresários e agentes públicos para fazer caixa dois voltado para campanhas eleitorais.
A história do mensalão e os 38 acusados




Em maio de 2005, o chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, foi filmado embolsando 3 mil reais de um empresário. O que parecia ser apenas um flagrante de propina transformou-se na origem do pai de todos os escândalos quando Marinho revelou que o dinheiro iria para o PTB, dirigido pelo deputado Roberto Jefferson. Ao perceber que o governo não se esforçaria para impedir a instauração de uma CPI para investigar o assunto, Jefferson afundou atirando. A memória curta dos eleitores não consegue guardar todas as cenas de um dos maiores shows de horrores que tiveram como palco o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Veja alguns dos melhores momentos do caso que monopolizou a atenção do Brasil durante três meses.
Acusados nominalmente por Roberto Jefferson, os integrantes da cúpula do PT, com o endosso do presidente Lula, dispararam negativas. “Nunca ouvi, nunca conversei, nunca tratei com nenhum parlamentar de troca de apoio por dinheiro”, rebateu José Genoíno, então presidente do Partido dos Trabalhadores. “Nunca tinha ouvido falar”, emendou o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira.
O dinheiro utilizado para pagar os parlamentares vinha de “recursos não contabilizados” doados por empresas para o financiamento de campanhas políticas e de verbas desviadas de estatais. No dia 12 de agosto, o publicitário Duda Mendonça, que organizou a campanha vitoriosa de Lula, contou que recebeu milhões de dólares em contas no exterior, orientado pelo empresário Marcos Valério.
O deputado Valdemar Costa Neto, acusado de receber dinheiro do PT em nome da sigla que presidia o Partido Liberal (atual PR), ensaiou o mesmo discurso. Mas o depoimento de sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira esmagou a argumentação do deputado. Em menos de duas semanas, Valdemar renunciou ao mandato para não ser cassado.
As repercussões do mensalão atrapalharam por algum tempo os projetos políticos dos envolvidos no escândalo, mas não encerraram a carreira dos réus. José Genoíno, que não conseguiu se eleger deputado federal em 2010, hoje despacha numa sala no Ministério da Defesa, contratado como assessor especial. Valdemar Costa Neto aproveitou-se da sobra de votos do palhaço Tiririca para ganhar uma cadeira na Câmara dos Deputados, de onde continuou comandando o PR. Aos indignados, resta aguardar o destino dos 38 acusados no Superior Tribunal Federal (STF), que aceitou a denúncia em 2007, no processo relatado pelo ministro Joaquim Barbosa.
Os 38 acusados
Os réus foram divididos em três grupos: núcleo principal (ou político); núcleo operacional e financeiro, a cargo do esquema publicitário; e o núcleo operacional e financeiro. Além desses grupos, há ainda um grupo formado por políticos, assessores e outros profissionais ligados a instituições financeiras ou envolvidos na campanha.
Os núcleos eram:
Principal (ou político): formado pelos políticos José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno. Eles são apontados como os líderes do esquema e tinham o objetivo de pagar dívidas do PT, negociar apoio político, custear gastos de campanha e outras despesas do partido e de seus aliados.
JOSÉ DIRCEU
Ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, em 2003, onde permaneceu até 2005. Foi acusado pelo ex-deputado petebista Roberto Jefferson de ser o mentor do mensalão. Deixou a Casa Civil em 2005 e voltou à Câmara dos Deputados, onde teve mandato cassado em dezembro do mesmo ano e tornou-se inelegível por oito anos. Foi indiciado por corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.

JOSÉ GENOÍNO
Ex-deputado federal e presidente do PT na época do escândalo do mensalão. Teria feito empréstimos no Banco Rural tendo como fiador o empresário Marcos Valério. Renunciou à presidência do PT em 2005 e deixou o cargo de deputado federal. Foi reeleito deputado no ano seguinte.


DELÚBIO SOARES
Ex-tesoureiro do PT. Foi acusado de criar e executar o esquema do mensalão. Quando o escândalo veio à tona, assumiu a responsabilidade e disse que o fez por conta própria, eximindo de culpa o partido e outros líderes da legenda. Foi expulso do PT em 2005.

SILVINHO PEREIRA
Ex-secretário-geral do PT. Organizou e distribuiu cargos no governo após a eleição de Lula em 2002. É acusado de receber propina de uma empresa ligada ao esquema. Pediu demissão após o escândalo vir à tona. Em 2008, fez um acordo com a Procuradoria Geral da União e deixou de ser réu no processo. Ele cumpriu pena de 750 horas de serviços comunitários. Não trabalhou mais em cargos públicos.

Núcleo operacional e financeiro, a cargo do esquema publicitário: encabeçado por Marcos Valério, era composto ainda por Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Segundo a denúncia, em conjunto com os dirigentes do Banco Rural, Marcos Valério desenvolveu um esquema de utilização de suas empresas para transferência de recursos financeiros a campanhas políticas. A origem das verbas era simulada como empréstimo do Banco Rural e não eram declaradas à Receita Federal.

MARCOS VALÉRIO
Publicitário e dono da SMP&B Publicidade. Apontado pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pelo esquema. Segundo o MPF, tinha a função de operacionalizar o esquema com Delúbio Soares e seria avalista de diversos empréstimos feitos por outras pessoas ligadas ao esquema, alguns em nome do PT, nos bancos rural e BMG. É acusado de manter esquema semelhante com o PSDB em 1998, em Minas Gerais.

RAMON CARDOSO
Sócio da empresa de Marcos Valério na SMP&B. Acusado de envolvimento em empréstimos fraudulentos realizados pelo banco BMG ao PT e ao grupo de empresas pertencentes a Marcos Valério.

CRISTIANO DE MELO
Era sócio presidente e foi acusado de participar de empréstimos e distribuição de recursos a políticos para conseguir firmar contratos de publicidade com o governo. Em depoimento, negou participação no escândalo e disse que desconhecia parte das atividades de Marcos Valério.

ROGÉRIO LANZA TOLENTINO
Advogado da SMP&B e apontado como braço direito do empresário Marcos Valério.

SIMONE REIS
Diretora financeira da SMP&B. Teria feito saques diretamente na Agência do Banco Rural em Brasília e entregue a parlamentares.

GEIZA DIAS
Ex-funcionária da agência SMP&B, de Marcos Valério. Seria uma das responsáveis pelo repasse de verbas a pessoas ligadas ao esquema. Sua defesa alega que Simone nunca soube de pagamentos feitos a parlamentares, partidos políticos e outras pessoas, com a finalidade descrita na denúncia. Ela sustenta que, na qualidade de mera funcionária, nunca questionou seus superiores sobre o destino das quantias descritas na denúncia, além de não ter obtido qualquer vantagem com os fatos descritos na acusação do Ministério Público.


Núcleo operacional e financeiro: composto por José Roberto Salgado, Ayanna Tenório, Vinícius Samarane e Kátia Rabello. De acordo com a denúncia, este grupo estabelecia “mecanismos de operacionalização dos vultosos pagamentos em espécie às pessoas indicadas pelo núcleo de Marcos Valério de forma a possibilitar a não identificação dos efetivos beneficiários, bem como burlar a legislação e normas infra legais que estabelecem a necessidade de identificação e comunicação às autoridades competentes de operações com indicativos de lavagem de dinheiro. Além disso, o grupo é acusado de “injetar cifras milionárias nas contas da quadrilha para viabilizar o cometimento dos crimes” denunciados.


KÁTIA RABELLO
Presidente do Conselho de Administração do Banco Rural. Acusada de ter negociado empréstimos para o PT e alimentar o valerioduto – esquema liderado por Marcos Valério. A atuação de Kátia seria para conseguir vantagens na liquidação do Banco Mercantil do Pernambuco. É apontada também como sócia de uma empresa nas Ilhas Cayman.

JOSÉ ROBERTO SALGADO
Vice-presidente do Banco Rural. É acusado de ter facilitado empréstimos para o PT e para as empresas de Marcos Valério.

VINÍCIUS SAMARANE
Ex-diretor do Banco Rural na época do escândalo. Atualmente, é o vice-presidente da mesma instituição. É acusado de facilitar empréstimos para o PT.


AYANNA TENÓRIO
Ex-vice-presidente do Banco Rural. Acusada de autorizar empréstimos a membros do esquema.


Outros acusados: Os demais acusados eram, em sua maioria, os “mensaleiros” – políticos que recebiam dinheiro em troca de votos em favor do governo. Além disso, fazem parte deste grupo alguns empresários acusados de lavagem de dinheiro, assessores e o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes Silveira. O ex-deputado Jose Janene também fazia parte da lista dos mensaleiros. Ele morreu em setembro de 2010.

JOÃO PAULO CUNHA
Deputado federal pelo PT e presidente da Câmara dos Deputados na época do escândalo do mensalão. Documentos do Banco Rural apontam que a mulher do deputado teria feito um saque de R$ 50 mil. O dinheiro teria sido dado pela empresa de publicidade SM&PB, do empresário Marcos Valério. Cunha foi julgado e absolvido pelo Plenário da Câmara e reeleito em 2006 e 2010. Está em seu quinto mandato como deputado estadual. Atualmente é candidato à prefeitura de Osasco.

GUSHIKEN
Ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Quando o escândalo veio à tona ele deixou de ser ministro e passou a ocupar o cargo de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos. Segundo a promotoria, teria desviado verbas do Fundo de Investimento VISANET, constituído com recursos do Banco do Brasil S/A para o PT e para o grupo de Marcos Valério. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu, entretanto, que ele fosse absolvido do processo por falta de provas.

HENRIQUE PIZZOLATO
Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Junto com Gushiken, é acusado de desviar verbas do Fundo de Investimento VISANET, constituído com recursos do Banco do Brasil S/A para o PT e para o grupo de Marcos Valério.

PEDRO SILVA CORREIA NETO
Era diretor do PP na época do escândalo e estava em seu sexto mandato. Foi cassado em 2006. É acusado de receber, junto com outros parlamentares, cerca de R$ 4,1 milhões como propina entre os anos de 2003 e 2004.
PEDRO HENRY
Deputado do PP na época do escândalo e reeleito em 2010, mesmo após ser considerado fica-suja. Também foi acusado de receber cerca de R$ 4,1 milhões como propina, junto com outros parlamentares.

JOÃO CLÁUDIO GENU
Filiado ao PP e ex-assessor de Janene. Foi agente administrativo do Ministério da Cultura e demitido por improbidade administrativa. Acusado de recebimento de vernas de forma ilegal.



ENIVALDO QUADRADO
Sócio das empresas Bônus Banval Participações Ltda. e Bônus Banval Commodities Corretora de Mercadoria Ltda. No esquema do Mensalão, teria recebido verbas do grupo de Marcos Valério. Confirmou a realização de vários saques a pedido de Simone Vasconcelos e Marcos Valério em, no mínimo, quatro oportunidades, totalizando R$ 605 mil. Em 2008, foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com 361,445 euros escondidos na cueca, meias e bagagens.

BRENO FISCHBERG
Ex-diretor da corretora Bônus Banval. Teria praticado crimes de lavagem de dinheiro do valerioduto por meio da corretora Natimar, beneficiando líderes do PP.

CARLOS ALBERTO QUAGLIA
Ex-sócio da corretora Natimar. Teria facilitado um esquema de lavagem de dinheiro para líderes do PP por meio de sua empresa.

VALDEMAR COSTA NETO
Deputado e ex-presidente do PL na época do escândalo. Acusado de montar uma estrutura criminosa voltada para a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Admitiu ter recebido dinheiro do PT em troca de apoio ao governo. Renunciou em 2005 para evitar a cassação. Articulou a fusão do PL com o PRONA para criação do PR e atualmente é um dos líderes do partido. Foi eleito deputado em 2006 e reeleito em 2010.

JACINTO DE SOUZA
Apontado como homem de confiança de Valdemar da Costa Neto. Teria feito saques de contas ligadas ao valerioduto.

ANTÔNIO DE PÁDUA
Irmão de Jacinto Lamas. Também acusado de realizar saques de contas do valerioduto.

BISPO RODRIGUES
Conhecido como o Bispo Rodrigues, o ex-deputado federal é fundador da Igreja Universal. Foi acusado de receber vantagens indevidas do núcleo de Marcos Valério em troca de votos em favor do governo no Plenário da Câmara. Teria mandado um motorista buscar R$ 150 mil do Banco Rural. Renunciou ao mandato em 2005 para evitar a cassação. Não ocupou mais cargos públicos, mas ainda teve o nome envolvido em outros escândalos, como a Operação Sanguessuga da Polícia Federal.

ROBERTO JEFFERSON
Ex-deputado federal e presidente do PTB na época são um dos principais nomes do escândalo. Foi ele quem denunciou o esquema, inicialmente à imprensa e depois à Justiça. Divulgou nomes dos parlamentares que estariam ligados ao caso, acusando-os de receber periodicamente recursos do Partido dos Trabalhadores em razão do seu apoio ao Governo Federal. Foi cassado em 2005 e perdeu seus direitos políticos por oito anos. Aposentado como deputado recebe cerca de R$ 8,8 mil de proventos da Câmara.

EMERSON ELOY PALMIERI
Tesoureiro informal do PTB. Confirmou ter recebido verbas do empresário Marcos Valério.

ROMEU FERREIRA
Ex-deputado pelo PTB. Acusado de receber verbas de forma ilegal do valerioduto. Foi reeleito deputado federal por MG em 2010 pelo PSD.

JOSÉ RODRIGUES BORBA
Ex-deputado federal. Teria recebido verbas do valerioduto para votar a favor do governo. Renunciou em 2005. Atualmente, é prefeito de Jandaia do Sul, no Paraná.

PAULO ROBERTO ROCHA FALCÃO
Ex-deputado federal (PT-PA). Acusado de receber verbas do valerioduto para votar a favor do governo. Entre 2002 e 2006 seu patrimônio aumentou em mais de 1000%. Renunciou em 2005 e foi reeleito deputado em 2006 e 2010.

ANITA LEOCÁDIA PEREIRA DA COSTA
Assessora de Paulo Rocha (PT-PA). Teria recebido R$ 620 mil em nome do deputado. Pediu demissão após o escândalo vir à tona.

PROFESSOR LUIZINHO
Ex-deputado pelo PT e líder do governo na Câmara na época do escândalo. Teria recebido R$ 20 mil do valerioduto. O dinheiro foi sacado na agência do Banco Rural em Brasília por José Nilson dos Santos, seu assessor parlamentar. Escapou da cassação, mas não conseguiu se reeleger para nenhum cargo que disputou depois do escândalo.

JOÃO MAGNO DE MOURA
Ex-deputado federal pelo PT-MG. Teria recebido cerca de R$ 350 mil das empresas de Marcos Valério. Após ter sido denunciado, admitiu ter recebido recursos por orientação de Delúbio Soares. Foi absolvido do processo de cassação em 2006. Atualmente, não ocupa nenhum cargo público.

ANDERSON ADAUTO
Ex-ministro dos Transportes. Teria recebido, junto com seu chefe de gabinete, José Luiz Alves, R$ 1 milhão do valerioduto. O dinheiro teria sido recebido por meio do seu Chefe de Gabinete pela sistemática de lavagem disponibilizada e operacionalizada pelos dirigentes do Banco Rural.

JOSÉ LUIZ ALVES
Chefe de gabinete do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. Teria recebido, junto com o ex-ministro, R$ 1 milhão do valerioduto. O dinheiro foi recebido por meio de um esquema de lavagem de dinheiro encabeçado por membros Banco Rural.

DUDA MENDONÇA
Publicitário e responsável pela campanha vitoriosa e pela mudança na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Confessou ter recebido cerca de R$ 10 milhões e uma conta nas Bahamas.  A conta teria sido aberta por instrução do também publicitário Marcos Valério.

ZILMAR FERNANDES
Sócia de Duda Mendonça. Teria dividido o dinheiro recebido do valerioduto com Mendonça. Também é acusada de ter feitos saques de cerca de R$ 250 mil do Banco Rural.

JOSÉ JANENE
Ex-líder do PP na época do escândalo. Também acusado de receber cerca de R$ 4,1 milhões como propina, junto com outros parlamentares. Morreu em 14 de setembro de 2010.

CRISE NA UNIÃO EUROPEIA


AGÊNCIA DE RISCO MOODY'S DIZ QUE NENHUMA NAÇÃO ESTÁ IMUNE À QUEDA NO RATING
A agência de classificação de risco Moody's adverte em comunicado que o contínuo e rápido aumento da crise da dívida na zona do euro ameaça a avaliação econômica de todos os países da União Europeia (UE).
Diante da ausência de políticas que permitam estabilizar as condições de mercado em curto prazo, o risco do crédito continua em aumento, acrescenta a Moody's.
Segundo a agência, as autoridades do euro enfrentam cada vez mais limitações ante a crescente pressão para agir rapidamente com o objetivo de restabelecer a confiança creditícia.
"Apesar de a zona do euro em seu conjunto contar com uma grande força econômica e financeira, as debilidades institucionais dificultam a resolução da crise", destaca o comunicado.
Quanto ao âmbito político, a Moody's percebe que a zona do euro se aproxima de uma encruzilhada, que pode levar tanto a uma maior integração do bloco quanto à sua fragmentação.
A agência alerta que um ímpeto político a um plano que resolva o problema só pode surgir após uma série de choques, que podem fazer com que mais países percam acesso a financiamento por um período sustentado de tempo.
Isso pode levar as avaliações desses países a entrarem numa área especulativa à luz dos testes de solvência que devem ser requeridos, indica a nota.
Nas últimas semanas, a possibilidade de mais cenários negativos aumentou, segundo a Moody's, devido às incertezas políticas na Grécia e Itália e de perspectivas econômicas piores que as estimadas pelos analistas.
"A possibilidade de mais suspensões de pagamentos por parte de países da zona do euro não é mais ignorada. Segundo a Moody's, quanto mais se estender a crise de liquidez, a possibilidade de default (moratória) aumentará com maior rapidez", diz a agência. O comunicado assinala que uma série de calotes pode aumentar a possibilidade de um ou mais países abandonarem a zona do euro.
A Moody's lembra ainda que a situação é fluente e os políticos podem reagir aos riscos com novas medidas.
CRISE DO EURO - 10 ANOS DA MOEDA

Há dez anos, em 1o de janeiro de 2002, entrou oficialmente em circulação o euro, a moeda única corrente em países que compõem a União Europeia (UE). O lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no século 20, enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que quase provocou uma terceira.
A Eurozona é composta por 17 dos 27 Estados-membros da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. A moeda é usada diariamente por 332 milhões de europeus. O euro também é a segunda maior reserva monetária internacional e a segunda maior comercial, atrás somente do dólar americano.
A moeda que passou a ser usada pelos europeus, há uma década já era corrente entre os mercados financeiros desde 1999. Nesse ano, os governos aboliram moedas locais nas transações comerciais entre países. O objetivo era unir mais as nações e gerar mais desenvolvimento econômico.
Apesar disso, a Europa enfrenta desde 2009 uma crise de débito que ameaça a estabilidade do bloco, obrigando os governos a fazerem reformas impopulares que já derrubaram nove líderes político nos últimos três anos. Em países como Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, a dívida pública e o déficit no orçamento ultrapassam em muito os limites estabelecidos para a Eurozona.


Sudão do Sul - Após Independência Permanece os Conflitos


Quase 900 sul-sudaneses morreram durante uma onda de violência envolvendo tribos pecuaristas rival entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012, afirmou a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira, criticando o Exército do recém-criado país por sua incapacidade de proteger civis.
O Sudão do Sul, que se separou do Sudão há um ano, vem tentando impor a sua autoridade num país subdesenvolvido do tamanho da França e inundado por armas de fogo.
Num dos episódios mais sangrentos desde a independência, cerca de 7.000 jovens fortemente armados da tribo Lou Nuer atacaram aldeias pertencentes à tribo rival Murle, no Estado de Jonglei (leste), roubando dezenas de milhares de cabeças de gado e sequestrando mulheres e crianças.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram das suas casas devido ao incidente, que matou 612 pessoas e desencadeou uma onda de retaliações que provocou outras 276 mortes, segundo relatório da divisão de direitos humanos da Missão da ONU no Sudão do Sul.
A cifra de mortos estimada pela ONU é inferior à apresentada inicialmente por autoridades locais, que falaram em 2.000 a 3.000 mortos. O relatório disse que a missão da própria ONU também não conseguiu controlar a violência por estar carente de soldados e equipamentos.
Em nota, a alta comissária de Direitos Humanos da entidade internacional, Navi Pillay, disse ser vital que "os perpetradores e instigadores de todos os lados sejam responsabilizados".
Nos últimos tempos, a região sul do Sudão (país africano) era referida como Sudão do Sul, uma região autônoma que lutava pela independência política. Também conhecido como Sudão Meridional, o processo de independência foi iniciado em 2005, quando o governo sudanês concordou em conceder à autonomia à região a partir do Tratado de Naivasha.
O tratado foi assinado em 9 de janeiro de 2005, na cidade de Nairóbi, capital do Quênia, como forma de acabar com a Segunda Guerra Civil do Sudão. A decisão seria finalizada por meio de um referendo com os eleitores da região.
A maior cidade e capital da região é Juba. O referendo ocorreu no início de 2011, no dia 7 de fevereiro, foi publicado o resultado no qual confirmou a vontade de mais de 98 % dos votos favoráveis à independência. O resultado foi recebido com grande alegria pela população.
No Sudão do Norte a população é, predominante, mulçumana de origem árabe, enquanto que no sul, a população é de origem negra, cristã e animista.  O novo país é rico em petróleo, mas grande parte da infraestrutura está na região norte.
Para afastar qualquer ameaça de novos conflitos armadas, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, havia dito pela televisão que aceitaria e apoiaria o resultado da votação. Com esse resultado, o EUA já planejou retirar o Sudão da lista de países mantenedores do terrorismo no mundo.
O Sudão do sul nasce como uma nação pobre, carente de infraestrutura e energia elétrica, apesar de ser uma região rica em petróleo. Hoje, o novo país herda mais de 2 milhões de mortes causadas por mais de 40 anos de guerra civil travada entre o exército sudanês e o Exército de Libertação do Povo Sudanês.
O novo país tem o tamanho do estado de Minas Gerais, com cerca 8,5 milhões de habitantes. O Sudão, maior país da África, com a separação, perderá 25 % de seu território.
Apesar dos conflitos terem terminado, a situação social não melhorou, considerando a população feminina, 92 % das mulheres são analfabetas. A água potável é distribuída por uma empresa privada que disponibiliza caminhões tanque, mais da metade da população não tem água potável. O país não possui estradas e ruas pavimentas, o que prejudica o trabalho de auxílio social de ong´s e da ONU.
Os pais do menino na foto morreram durante os bombardeios e violência em Abyei, em maio. Essa região é disputada entre o Sudão do Norte e o Sudão do Sul, que se separam oficialmente em 9 de julho. A mulher ao lado do menino é Abouk, que perdeu toda sua família nos confrontos.


MERCOSUL suspende Paraguai até 2013 e adere Venezuela


O MERCOSUL decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como “membro de pleno direito”.
O anúncio foi feito pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao fechar o encontro de cúpula semestral do bloco. “O MERCOSUL suspendeu temporariamente o Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular no país”, disse a presidente argentina, ao lado da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente uruguaio, José Mujica.
As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, ocorrido em 22/06/2012, que foi repudiado pelos países sul-americanos.

Venezuela
A Venezuela foi incorporada ao bloco em cerimônia que será realizada no Rio de Janeiro, em 31 de julho.
Segundo Dilma, o Mercosul inicia uma nova etapa com o ingresso da Venezuela, passando a contar com uma população de 270 milhões de habitantes e um PIB em torno de US$ 3 trilhões, o que representa cerca de 83% do PIB sul-americano e 70% da população da América do Sul. A presidenta disse ainda que Mercosul torna-se um dos principais produtores mundiais de alimentos e de minérios.

Dilma também comentou a situação do Paraguai, suspenso provisoriamente do MERCOSUL por causa do processo político que levou, em junho deste ano, ao processo de impeachment do então presidente paraguaio Fernando Lugo. A suspensão vigora até abril de 2013, quando ocorrem as eleições presidenciais naquele país. Dilma disse esperar que o Paraguai normalizasse sua situação.

“O governo brasileiro, assim como os demais países que integram o MERCOSUL, apresentamos com toda a clareza nossa visão no que se refere à situação no Paraguai. O que moveu a totalidade da América do Sul foi compromisso inequívoco com a democracia. Os países do MERCOSUL, assim como os da Unasul, têm agido de forma coordenada nessa questão com o sentido único de preservar e fortalecer a democracia em nossa região (…). Nossa perspectiva é que o Paraguai normalize sua situação institucional interna para que possa reaver seus direitos plenos no MERCOSUL”.
Ela argumentou que a decisão de incorporar o país vai permitir que o bloco regional se fortalecesse perante os embates da crise internacional.
O processo de ingresso da Venezuela havia se iniciado em 2006, após ser solicitado um ano antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do Paraguai a ratificar o processo.

Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai no dia 22/06/2012, após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país.

Crise na Síria - Entenda


Os conflitos na Síria agravaram-se com a chegada de forças rebeldes à capital Damasco e a morte de autoridades do primeiro escalão do governo. Quase um ano e meio após o início das manifestações pró-democracia, mais de 10 mil pessoas já morreram em confrontos que a Cruz Vermelha classifica agora como guerra civil.
A ONU tenta negociar uma saída diplomática para a crise. Porém, todas as propostas de sanções para forçar a renúncia do presidente Bashar Al Assad foram emperradas pela Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança.
Os protestos na Síria começaram em 15 de março de 2011, na sequência de revoltas conhecidas como Primavera Árabe, que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito. Na época, os sírios manifestaram-se contra a prisão e tortura de estudantes que grafitaram um muro com críticas ao regime de Al Assad.
A repressão do Exército só aumentou a revolta da população. O governo fez algumas concessões, como o fim do estado de emergência, que vigorava há 48 anos, e a aprovação de uma nova constituição. Mas os manifestantes, que no começo pediam democracia, passaram a exigir a renúncia do presidente, há 11 anos no poder.
A oposição ao regime organizou-se em duas frentes principais: o Conselho Nacional Sírio (CNS), ligado ao fundamentalismo islâmico, e o Exército Livre da Síria (ELS), braço armado composto por militares desertores.
O Exército passou a usar artilharia pesada contra o povo, promovendo massacres. Em maio, mais de 100 pessoas foram mortas na cidade de Houla, a maioria mulheres e crianças. Na semana passada, outras 200 morreram em um ataque militar à aldeia de Tremseh.
A ONU estima em mais de 10 mil o número de mortos, enquanto ativistas de direitos humanos calculam 17 mil.
No dia 15 de julho, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha declarou que o país se encontra em guerra civil. Com isso, passa a valer a Convenção de Genebra, tratado que garante a proteção dos civis e possibilita a abertura de processos por crimes contra a humanidade.
No dia 18, um atentado em Damasco matou o ministro da Defesa e outros dois generais que compunham a cúpula de segurança do ditador (um deles cunhado de Al Assad). O ataque, reivindicado pelo ELS, causou as primeiras mortes de autoridades do regime.
Diferenças étnicas
O que torna a crise na Síria mais difícil, em relação aos outros países afetados pela Primavera Árabe, são as diferenças étnicas e religiosas. A população de 23 milhões de habitantes divide-se em uma maioria sunita (74%) e minorias alauítas (12%), cristãos ortodoxos (10%) e drusos (3%).
Durante séculos, os sunitas formaram a elite política, econômica e militar do país. Em 1960, contudo, golpes de Estado colocaram os alauítas no poder. Em 1971, o alauíta Hafez Assad, pai do atual líder sírio, assumiu a Presidência e permaneceu no cargo por 30 anos.
Nesse período, Assad concedeu privilégios às demais minorias étnicas do país – cristãos e drusos –, gerando descontentamento entre os sunitas. No começo dos anos 1980, a ditadura reprimiu de forma violenta protestos organizados pela Irmandade Muçulmana. Temendo novas revoltas, o governo aparelhou as Forças Armadas e o serviço secreto, que hoje reprimem os rebeldes.
O medo de um massacre étnico também explica o porquê do presidente Al Assad se recusar a deixar a Presidência.
Rússia
A situação geopolítica da Síria é outro fator que dificulta uma solução para o caos nas ruas de Damasco. Por que não há uma ofensiva militar como ocorreu, por exemplo, na Líbia, que depôs o líder Muammar Gaddafi em agosto do ano passado?
A Síria, aliada do Irã, é uma das poucas nações árabes que se opõem aos interesses dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio. Uma intervenção direta de Washington traria mais instabilidade política à região, já conturbada por guerras entre israelenses e palestinos.
Pelo mesmo motivo, o Conselho de Segurança da ONU não consegue aprovar resoluções mais duras contra Al Assad.
A Rússia tem recusado qualquer plano de afastamento do ditador sírio. Não somente por interesses comerciais (contratos bilionários de venda de armamentos à Síria), mas também políticos.
De um lado, países como Estados Unidos, França e Reino Unido querem forçar o governo sírio a aceitar uma proposta de cessar-fogo e a renúncia de Al Assad, que teria como consequência o isolamento do Irã. Do outro, China e Rússia querem manter o presidente, alegando que as razões humanitárias são um pretexto para a hegemonia ocidental no mundo muçulmano.