Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Os Pioneiros na Industrialização- Reino Unido e EEUU.


Os pioneiros na industrialização

Reino Unido

O Reino Unido foi o pioneiro no processo de industrialização. Mas, por que ele, e não outro como, por exemplo, os Estados Unidos? O Reino Unido tinha as condições básicas que eram necessárias para a industrialização. Condições em sentido econômico, político, social e natural.

O Reino Unido, em 1968, passou a se tornar a mais antiga monarquia parlamentar do mundo. O rei perdeu o poder político, que ficou sob os cuidados do Parlamento. A crescente burguesia mercantil passou a controlar o Estado britânico, usando para apoiar seus objetivos econômicos. A revolução burguesa foi fundamental para a eclosão da Revolução Industrial quase um século depois.
Durante o capitalismo comercial, o Reino Unido acumulou reservas de riquezas, que foram  fundamentais para o processo da Revolução Industrial. Mais do que em qualquer outro país, a acumulação de capitais foi intensa. Essas reservas foram bem utilizadas para a instalação de industrias, ampliação de redes de transportes, extração de recursos minerais, etc. Todos esses fatores juntos, foram fundamentais em avanços técnicos nas indústrias importantes da Primeira Revolução Industrial.
Mas o Reino Unido tinha ainda a vantagem de possuir grandes reservas de carvão mineral, essenciais para o uso de máquinas a vapor. Graças às reservas de ferro e carvão, houve a expansão na siderurgia, e, portanto, o crescimento de outros ramos, como o naval, ferroviário, etc.
O Reino Unido já possuía as principais condições para ocorrer a Revolução Industrial: disponibilidade de matéria-prima e energia, acúmulo de capital, avanços tecnológicos. E o Estado já estava sob o comando da burguesia. Faltava apenas a força de trabalho.
Em fins do século XVII, os camponeses foram sendo expulsos do campo, para trabalhar nas cidades. Motivo: com a Lei do Cercamentos, as terras foram sendo privatizadas, e a atividade agrícola foi substituída pela criação de carneiros para fornecer lã à indústria têxtil. Essa massa de camponeses que foi obrigada a se deslocar aos centros urbanos, se tornou o proletariado urbano. E os capitalistas estabeleceram a ralação de produção baseada no trabalho assalariado. Logicamente, eles aproveitaram para a exploração dos operários, e obtiveram altos lucros.

Localização Industrial
A localização industrial teve uma íntima relação com as jazidas de carvão e os portos. Por isso, houve grande industrialização nas chamadas “regiões negras”, como Yorkshire, Midlands, Northumberland, País de Gales, e outros.
Surgiram várias indústrias têxteis, principalmente em Yorkshire, devido a lã e o algodão que eram utilizados como matéria-prima. Com o desenvolvimento das indústrias de base, a siderúrgica, foi possível a produção de locomotivas e navios movidos a vapor. Era um fator puxando outro: as indústrias de material ferroviário e naval se localizavam perto das siderúrgicas, que por sua vez, se localizavam perto das jazidas de carvão, que também atraiu a industria têxtil.
Outro fator importante foi a existência de portos marítimos e fluviais. Muitas cidades, como Londres e Liverpool, desenvolveram  um importante parque industrial.
Londres sempre foi a maior aglomeração urbana e industrial do país. Devido a disponibilidade de mão-de-obra, de mercado consumidor e rede de transportes, foi favorável a instalação de industrias menos dependentes de matérias-primas. Londres já era na Primeira Revolução Industrial, o maior porto e centro comercial e financeiro britânico. E após a Segunda Revolução Industrial, mais industrias que não dependam de carvão, foram se instalando em Londres, e ampliando cada vez mais a metrópole. Outra cidade importante foi Birmingham, que depois de Londres, era o principal centro industrial do Reino Unido, e possui um parque industrial bem diversificado.
Recentemente com a realocação industrial, as cidades do centro-sul da Inglaterra, passaram a abrigar s industrias mais novas e modernas.

Uma potência que perdeu o 1° lugar
Até o início do século XX, o Reino Unido liderava o avanço industrial. Mas apesar de hoje, ainda ser uma potência, perdeu a força que tinha, em sentido econômico e político. Embora o país tenha crescido após a Segunda Guerra Mundial, não conseguiu acompanhar o ritmo de outros países, como os Estados Unidos, Japão, Alemanha e França.
Essa decadência que ocorreu com o Reino Unido, atinge o país de forma desigual. Há alguns setores em decadência, como a têxtil, siderúrgica, que antes eram as maiores de mundo. Mas existem outros setores bem dinâmicos, como o petroquímico, e o nuclear, que é apoiado tecnologicamente pelos Estados Unidos.
Nas “regiões negras”, que antes eram bem fortes economicamente, hoje é visível a desindustrialização e o desemprego. Essas regiões liberavam migrantes para o sul, principalmente para Londres. O empobrecimento de parte da população ocorreu significativamente na década de 80, quando passou a ter uma maior concentração de renda. Isso ocorreu não só pela perda de competitividade do país, mas também pelas políticas neoliberais, adotadas pela primeira-ministra Margareth Tatcher, que prejudicaram a proteção social que antes eram mantidas pelo Estado.
Apesar de permanecer um custo social elevado, as políticas neoliberais atingiram seu objetivo: a redução do papel do Estado na economia. Assim, muitas empresas estatais foram privatizadas, por exemplo, a British Airways (transporte aéreo), British Petroleum, etc.

Estados Unidos da América

Estados Unidos

Os Estados Unidos iniciaram seu processo de industrialização por volta de 1840, antes da Alemanha, Itália e Japão. Hoje é o país mais influente do mundo, e uma potência em sentido industrial, econômico, militar, cultural e político. Mas como os Estados Unidos se tornou uma potência? Vejamos o processo de industrialização norte-americano.

Território

O território que hoje é os Estados Unidos foi colonizado pelos ingleses, espanhóis e franceses. A primeira colônia formada pelos britânicos na América do Norte foi Jamestown, na Virgínia, em 1607. Até julho de 1776, quando foi rompido os laços com a metrópole, já havia sido constituídas ao todo treze colônias.
Por isso a bandeira norte-americana possui treze faixas horizontais, e no canto superior, cinquenta estrelas, representando sua federação atual, que é de cinquenta estados. Sua capital, Washington, é em homenagem a George Washington, herói da Guerra de Independência. O país tem uma república presidencialista. E sua constituição foi promulgada em 1787, e está em vigência até hoje.
Após a independência, os norte-americanos começaram a expansão territorial, rumo ao Oeste. Foi a fase do imperialismo interno, marcado por forte genocídio dos indígenas. Muitos territórios foram conseguidos após vitórias dos norte-americanos nas várias guerras, ou através de acordos.
Paralelamente a expansão territorial, criou-se condições necessárias para o processo de industrialização do país. A industrialização iniciou-se faixas de terras da região Nordeste, entre os Grandes Lagos e o oceano Atlântico. Foi nessa região que houve condições políticas, sociais e naturais, necessárias a industrialização.

Fatores iniciais para o fenômeno industrial

Quando os Estados Unidos ainda era uma colônia, houve um grande fluxo de imigrantes britânicos que foram se fixando na faixa litorânea, conhecida como Nova Inglaterra. Esses imigrantes trabalhavam em uma agricultura diversificada, em que predominava o trabalho familiar.
A economia das colônias do Norte era diferente das do Sul. Nas colônias do Norte havia uma estrutura de povoamento. Enquanto as do sul, predominava a exploração.
A economia do Sul era baseada nas plantations, ou seja, propriedades monocultoras em que se cultivava principalmente o algodão, com base no trabalho de escravos negros trazidos da África. A maior parte da produção era destinada a exportação para o Reino Unido. Os capitais ficavam concentrados nas mãos dos fazendeiros, e por isso, o mercado interno crescia lentamente.
Nas colônias do Norte predominava o trabalho assalariado, nas cidades, e familiar livre, no campo. Isso deu condições para a expansão das manufaturas, das casas comerciais e dos bancos. Os negócios cresciam rapidamente, e, os capitais se concentravam na burguesia industrial e comercial. A burguesia do Norte passou a ter interesses próprios, até ocorrer a independência em 1776.
 Outra condição importante, além do histórico da população, foi as de ordem natural. O Nordeste dos EUA está próximo ao litoral, o que facilita os transportes e o intercâmbio comercial, além disso, dispunha de jazidas de carvão e de minério de ferro. O país tem importantes reservas minerais e energéticas.
Os Grandes Lagos favoreceram imensamente os transportes, e também a produção de energia. Os desníveis existentes entre os rios e lagos das regiões ajudaram no desenvolvimento. Foram construídas barragens para a produção de energia elétrica. Essa produção de energia foi importante para a expansão industrial, na época da Segunda Revolução Industrial.

Expansão industrial

As diferenças econômicas e políticas do Norte e do Sul resultaram em um conflito armado. Os estados do Sul, que tinham adotado a mão-de-obra escrava, criaram os Estados Confederados da América. Declararam a separação da federação norte-americana, que era dominada pela burguesia industrial e comercial nortista. Essa tentativa de separação resultou na Guerra de Secessão, que durou de 1861 a 1865.
A expansão da industrialização norte-americana ocorreu após a vitória da burguesia do Norte, no final da Guerra de Secessão. Com o interesse de aumentar o mercado consumidor para as ofertas de produtos que aumentavam cada vez mais, a burguesia do Norte ofereceu vantagens para a imigração. Em 1862, foi elaborada a Lei Homestead Act. Essa lei favorecia as famílias que migrassem para o Oeste, eles receberiam 65 hectares de terras, e caso continuassem cultivando por no mínimo cinco anos, teriam a posse definitiva. Essa lei gerou uma grande explosão de imigrantes para as terras do Oeste.

Essa ocupação territorial garantiu uma expansão do mercado interno (mais foi ruim para os índios, que além de perderem as terras, milhares perderam a vida). Em 1863, houve uma decretação do fim da escravidão. Isso possibilitou uma sociedade com relações de trabalho assalariado, que é bem melhor aos interesses da burguesia, pois o escravo que não tem renda, não pode consumir. Assim, foi se consolidando um grande mercado consumidor, que se tornou forte depois da Primeira Guerra Mundial.

Aglomerações industriais

O Nordeste foi a primeira região a se industrializar, e foi por muito tempo aonde a indústria ficou concentrada.
As grandes siderúrgicas se concentraram ao redor de Pittsburgh, na Pensilvânia, devido a facilidade de recepção de minério vindo de Minnesota, e da proximidade dos consumidores. Detroit fica localizada na região central, facilitando o recebimento de matérias-primas, e o envio dos produtos prontos ao consumidor. Tornou-se a capital do automóvel, onde estão sediadas a empresas como a GM, Ford e Chrysler.
Nova Iorque é a capital financeira dos Estados Unidos (ela que antes se chamava Nova Amsterdan, foi fundada por holandeses, e depois tomada pelos ingleses). Nela estão sediadas as principais indústrias, e corporações comerciais e financeiras do país. Isso se deve, pelo fato de que Nova Iorque tinha uma localização estratégica, que servia de ponte entre o litoral e o interior.

Com grandes centros de pesquisa, como a Universidade de Harvard (fundada em 1664), e o Instituto Tecnológico de Massachusetts, surgem em Boston e em Worcester, indústrias de tecnologia de ponta, ligadas a robótica e informática, etc.

Com o tempo houve uma descentralização industrial, surgindo vários e novos ramos de indústrias. Todos esses novos ramos estão espalhados em várias cidades do Nordeste dos Estados Unidos.

A recente industrialização

Seguindo a tendência mundial, nos Estados Unidos também está havendo uma descentralização industrial. Os grupos de empresas procuram novas regiões que possuem um custo de produção menor. Assim, novos centros estão surgindo no Sul e no Oeste do país. Algumas cidades norte-americanas que crescem bastante atualmente como Atlanta, Orlando, Nova Orleans, Seatle, Dallas, etc, estão nessas regiões.
A industrialização no sul se intensificou após a descoberta de jazidas de petróleo, principalmente no Texas. Mas, foi depois da Segunda Guerra Mundial que o processo se intensificou ainda mais.
No Texas, localiza-se o Centro Espacial de Houston, sede da Nasa. Também, há a indústria de aeronáutica, e indústrias ligadas ao petróleo na região de Houston e Dallas.
Uma outra atividade importante no Sul é a prestação de serviços, particularmente o turismo. Na Flórida essa atividade é bem desenvolvida, devido às praias e ilhas próximas a Miami; à Disney World e ao Epcot Center, em Orlando.
A última região a se industrializar foi o Oeste. Muitas indústrias foram atraídas a essa região devido a disponibilidade de mão-de-obra, recursos minerais, potencial hidrelétrico.
No Oeste se encontra a mais importante concentração de indústrias dos Estados Unidos, visto que essa região começou a se industrializar recentemente, e recebeu incentivo governamental. Um bom exemplo é o Vale do Silício, que possui um centro de indústrias de tecnologia avançada, na região ao Sul de São Francisco.
Bem diferente das indústrias pioneiras, essas novas indústrias da Terceira Revolução Industrial, são fábricas leves e limpas, que empregam uma mão-de-obra qualificada e produzem bens sofisticados.

Características gerais:

‐Território colonizado por britânicos (hegemônicos), franceses espanhóis. 
‐ 1776: Declaração de independência dos Estados Unidos da América /13 colônias (documento redigido por Thomas Jefferson).
‐ Reconhecimento dos ingleses: somente no final da Guerra da Independência (1775 – 1783). 
‐ Após a independência, a “Conquista do Oeste”. 
‐ Atualmente: 50 estados, além do Distrito de Colúmbia, onde se localiza Washington, capital do país. 

Fatores que favoreceram a industrialização (em sua fase inicial): 
‐ Os primeiros imigrantes eram, em sua maioria, britânicos, seguidores de religiões cristãs protestantes, principalmente puritanos (como eram chamados os calvinistas na Grã‐Bretanha): essas religiões favoreciam o 
desenvolvimento capitalista, uma vez que não condena condenavam moralmente a riqueza. Ao contrário, pregavam que a riqueza era bem vinda porque era fruto do trabalho, de uma vida austera, que afastava o fiel do pecado e o aproximava da salvação divina. 
‐ Fator de ordem natural: o Nordeste dos Estados Unidos, além de estar próximo do oceano (o que facilita os transportes marítimos e o intercâmbio comercial), possui grandes reservas de carvão nas bacias sedimentares próximas aos Apalaches, nos estados da Pensilvânia e de Ohio, e importantes jazidas de minério de ferro nos escudos próximos ao Lago Superior, nos estados de Minnesota e de Wisconsin. O país dispõe de grandes e diversificadas reservas minerais e energéticas.


A arrancada industrial
Guerra da Secessão ou Guerra Civil Americana (1861 – 1865): conflito armado entre a sociedade nortista, nascida das colônias
de povoamento, e a sociedade sulista, oriunda das colônias de exploração (após a independência).
Representou uma ruptura na história dos Estados Unidos.
definiu, com a vitória nortista, a hegemonia de seus capitais industriais e financeiros e de seu modelo político e econômico.

O Nordeste dos Estados Unidos
Apesar do processo de descentralização dos últimos tempos, na região Nordeste dos Estados Unidos ainda se encontra a maior concentração industrial do país (e, certamente, uma das maiores do mundo).
*Estado da Pensilvânia: concentração dede grandes siderúrgicas (Ex.: United States Steel, em Pittsburgh). 
‐ Disponibilidade de carvão; facilidade de recepção do minério que provém de Minnesota por meio dos Grandes Lagos. 
‐ Pittsburgh: “capital do aço”. 
•Região metropolitana de Detroit (estado de Michigan): foi o grande centro da indústria automobilística. 
‐ Abrigando fábricas das “três grandes” – GM, Ford e Chrysler – e diversas de autopeças, ela tornou‐se a “capital do automóvel”. 
‐ Atualmente sofre com a falência de algumas indústrias e saída de outras, que migram para outras regiões em busca de menores custos de produção. 
‐ Agravamento dos problemas devido à crise financeira de 2008.
“A GM, que por décadas foi a maior automobilística do mundo, pediu concordata em junho de 2009 e, para não falir, foi encampada pelo governo americano, que injetou 50 bilhões de dólares na empresa e passou a controlar 61% de suas ações”.

No mesmo ano, a Chrysler, para evitar a falência, teve parte de suas ações vendidas ao Grupo Fiat. 
A Ford, sediada em Dearborn (Michigan), não enfrentou os mesmos problemas das concorrentes. 

Manufacturing belt ( cinturão industrial) - Se estende por várias cidade, como Chicago, Detroit, Cleveland e Búfalo (às margens dos Grandes Lagos); Pittsburgh e Columbus, na região dos Apalaches; Boston, Nova Iorque, Filadélfia e Baltimore, na costa leste. 

Devido à crise de indústrias com forte presença na região e o consequente fechamento de inúmeras fábricas, muitos têm afirmado que essa região deveria ser chamada de rust belt (cinturão da ferrugem) devido à decadência industrial. 

Descentralização industrial nos EUA
Manufacturing belt: já chegou a concentrar, no início do século XX, mais de 75% da produção industrial dos Estados Unidos. De lá para cá sua participação vem se reduzindo, e hoje ela é inferior a 50%.
‐ Um das razões: elevação dos custos de produção (devido ao grande crescimento das cidades do nordeste). 
‐ Novos centros surgiram no Sul e no Oeste do país, e centros mais antigos nessas mesmas regiões se expandiram, acarretando uma dispersão industrial. 
‐ Algumas das cidades norte‐americanas que mais têm crescido nessas regiões: Atlanta, Dallas, Houston, Seatle e São Francisco.


O Sul dos EUA
1880: primeiras fábricas (fios e tecidos)
Início do século XX: industrialização ganha impulso, após a descoberta de enormes lençóis petrolíferos, principalmente no Texas.
Pós II Guerra: desenvolvimento do programa espacial estimulou a expansão industrial do Sul.

‐ fábrica de aviões em Marieta (Geórgia) 
‐ construção de um dos centros da Nasa (Alabama) 
‐ fábrica de aviões militares e mísseis da Boeing (Alabama) 

 Texas 

‐ Importante Centro Espacial de Houston, sede da Nasa. 
‐ Importantes indústrias aeronáuticas (em Fort Worth e San Antônio). 
‐ Grandes indústrias petrolíferas (destaque para a Exxon Mobil, que em 2008 era a 2ª. colocada na lista das 500 maiores da revista Fortune, com um faturamento de 443 bilhões de de dólares, valor equivalente ao PIB da Bélgica). 
* A maior do mundo era a anglo‐holandesa Royal Shell, com um faturamento de 458 bilhões de dólares. 



Região Oeste dos EUA 

Entre os fatores que contribuíram para a instalação de indústrias nessa região, destacam‐se: 
‐disponibilidade de mão de obra, que foi se concentrando desde a época da Corrida do Ouro, em meados do século XIX, quando a exploração desse metal na Serra Nevada (Califórnia) atraiu muita gente; 
‐ existência de outros minérios, como ferro e cobre, nas Montanhas Rochosas e na Serra Nevada, e de petróleo e gás natural na Bacia da Califórnia; 
‐ disponibilidade de elevado potencial hidrelétrico, principalmente nos rios Columbia e Colorado. 
•Em Seatle (estado de Washington): importante concentração da indústria aeronáutica (aviões comerciais da Boeing). 

* Em Portland (Oregon): concentração de indústrias ligadas ao alumínio. 

*Califórnia (estado mais importante do Oeste): parque industrial bastante diversificado, localizado principalmente no eixo São Francisco – Los Angeles – San Diego, com indústrias petroquímicas, automobilísticas, aeronáuticas, navais, alimentícias etc. 


Região leste:
Última região dos Estados Unidos a se industrializar
Bastante vinculada à indústria bélica (por isso recebeu forte incentivos governamentais) ligada a importantes universidades e centros de pesquisas apresenta as mais importantes concentrações dede indústrias de alta tecnologia dos EUA, principalmente no tecnopolo do Vale do Silício.

Os principais tecnopolos

Vale do Silício (Silicon Valey) – norte da Califórnia: 
‐ serviu de modelo para outros tecnopolos que surgiram no mundo. 
‐ abrange as cidades de Palo Alto, Santa Clara, San Jose e Cupertino, entre outras localizadas em torno da Baía de São Francisco. 
‐ Origem do nome (Vale do Silício): formação baseada nas indústrias de semicondutores (microchips) e produtos de informática cuja matéria‐prima é o silício. 
‐ início de sua industrialização remonta aos anos 1930, mas a expressão “Vale do Silício” surgiu em 1971. 
Grande desenvolvimento da região durante a Guerra Fria, por causa da corrida armamentista e aeroespacial (fornecimento de transistores para mísseis, entre outros componentes).


 A importância das universidades
Importantes universidades como a universidade Stanford, a universidade da Califórnia e a universidade de San Jose, tiveram um importante papel no desenvolvimento desse tecnopolo, pois atraíram indústrias de alta tecnologia, principalmente do setor de microeletrônica e informática. Tiveram ainda papel crucial na formação de mão de obra qualificada, entre outros aspectos.
Muitas empresas dos setores de microeletrônica e informática, que hoje estão entre as maiores do mundo, foram gestadas na região. Exemplo:
fundação, em 1939, da HP*, por dois estudantes da Universidade Stanford.
* HP: 32ª. Posição no ranking da Fortune (2008)
Importantes empresas no Vale do Silício: Intel, AMD, Apple, Oracle e Adobe, entre outras (além de filiais da Microsoft, IBM etc.).
Presença de corporações japonesas e europeias, que mantêm centros de pesquisa na região.
Importantes empresas que se desenvolveram recentemente com a expansão da internet, como a Google (fundada em 1998), também têm sede no Vale do Silício.

Tecnopolo de Boston 
A leste/nordeste do país destaca‐se outro importante tecnopolo, localizado na região metropolitana de Boston (Massachusetts), que se desenvolveu a partir dos anos 1960 ao longo da Rota 128, autoestrada que contorna as cidades da metrópole. 

Principais características: 
‐ também possui vínculos com a indústria bélica 
‐ abriga inúmeras empresas do setor eletrônico 
‐ mais recentemente têm se desenvolvido novos setores de alta tecnologia na região, destacando‐se os de biotecnologia e de equipamentos médicos. 
Passou por um processo de reconversão industrial: setores ligados à nova economia informacional surgiram, muitas vezes, nono lugar de antigas fábricas, como como asas têxteis ou navais. 
Transformou‐se num tecnopolo porque dispõe do ativo mais importante da revolução informacional: conhecimento científico‐tecnológico avançado.
‐ Pesquisadores de Harvard, do MIT – Instituto Tecnológico de Massachusetts, da Universidade de Boston e de mais 50 outras instituições de ensino e pesquisa da região.
Enfraquecimento dos EUA Em 2008, os EUA tinham 140 corporações na lista da revista Fortune. Entretanto, em 2001 chegou a ter 197 empresas na lista. De lá para cá, empresas de países emergentes, especialmente da China, têm ocupado esse espaço. “Isso é mais uma evidência do enfraquecimento relativo dos Estados Unidos e, paralelamente, do crescente fortalecimento das economias emergentes no mundo atual”.

FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 2: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2011.




Industrialização tardia: Alemanha e Japão.


INTRODUÇÃO
O processo de industrialização alemão apresenta uma grande via de peculiaridades que foram fundamentais para a estrutura apresentada nos dias atuais da indústria alemã. Tais peculiaridades só foram possíveis, e foram também consequências, devido à estrutura política que o que hoje conhecemos como o Estado Alemão apresentava no início do século XIX.
Esta estrutura política e econômica que é caracterizada pelo Estado Prussiano a partir do século XVIII até a unificação em 1871 sob a tutela de Otto Von Bismack, é o que analisaremos no primeiro capítulo deste texto. A partir da unificação e da aceleração do processo industrial alemão, é que a Alemanha surge como grande potência industrial e a sua inserção no comércio internacional com maior intensidade trás a tona diversas consequências políticas que seriam verificadas no início do século XX.
Não entraremos no mérito das consequências deste processo de industrialização, nosso texto ficará restrito à aspectos gerais da industrialização, tendo em vista, principalmente, a participação do Estado e as características bases da indústria nascente. Este será o objeto do nosso segundo capítulo.
Por fim, buscaremos analisar um pouco do legado deixado por este processo para a Alemanha, e de como a indústria alemã desenhada naquele período permanece até os dias atuais.
A ALEMANHA PRÉ-INDUSTRIAL
É importante salientar que embora o processo industrial alemão tenha sido tardio, a Alemanha pré-industrial não se caracterizava pelo subdesenvolvimento. Portos, cidades comerciais e bancos alemães eram fortes atores na economia europeia. A contribuição alemã para as ciências, para a literatura e para a música eram de grande magnitude. Também os alemães foram os que formularam as exigências da Reforma Protestante, que ajudara na autonomia dos Estados frente à Igreja Católica. Tal industrialização tardia pode ser considerada por seu sistema político descentralizado e sobretudo à existência (e persistência) de relações de caráter feudal e semifeudal (servidão) em suas regiões de maiores riquezas potenciais.
Com a Paz de Westfália, a Alemanha dividida politicamente fora um grande entrave ao processo de industrialização. A classe dominante, dos senhores de terra, tinham seus interesses principalmente voltados para a manutenção das relações vigentes de trabalho e excedente, o que impossibilitava maiores avanços industriais. Coube ao Estado Prussiano o papel impulsionador da indústria para que pudesse suprir interesses do mesmo como suprir necessidades do exército, diminuir a dependência de produtos estrangeiros, sobretudo dos ingleses e franceses. Tais ações eram burocraticamente controladas e dependiam em larga escala da eficiência administrativa dos oficiais do Estado Tal centralização é fundamental para entendermos as razões pelo qual o desenvolvimento industrial alemão se deu basicamente através de grandes conglomerados, monopólios ou oligopólios.
Vale ressaltar que, embora a Prússia fosse o maior dos Estados alemães, este não representava necessariamente os interesses de todos. Tanto que mesmo a União Alfandegária (Zollverein) em 1834, representava 18 dos 39 Estados da Confederação Alemã. Somente a partir de 1866 quando a Prússia derrota a Áustria e sobretudo a partir de 1871, com a total adesão dos Estados do Sul, é que tais políticas econômicas ganham o impulso necessário para o boom industrial.
A partir da Zollverien é que as bases para a desenvolvimento industrial são lançados. Com tarifas unificadas. O objetivo de impulsionar o comércio e indústria nacional, aos poucos vai se concretizando. A criação do Banco da Prússia em 1846, a expansão ferroviária vertiginosa, transformações na política como a Confederação da Germânia do Norte, o processo substitutivo de importações e altas taxas protecionistas, foram os elementos responsáveis para a revolução industrial que se sucedeu à unificação alemã em 1871.
A partir deste momento, a Alemanha experimenta o seu período de revolução industrial, que se estende até 1914 onde tal poderio é parte fundamental das razões que levaram à Primeira Grande Guerra.
A INDÚSTRIA ALEMÃ
Como já antecipamos, a indústria alemã é fortemente caracterizada por conglomerados, monopólios e oligopólios que são facilmente explicados pela política realizada pela Prússia Cameralista e também pelo I Reich (Império), de intervenção em prol de cartéis e de altas barreiras protecionistas.
Uma das principais razões para o rápido avanço da indústria alemã foram fatores que a diferenciavam das demais indústrias europeias entre eles o alto grau de instrução da classe trabalhadora. Tal nível de educação foram fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias eficientes e o alto nível de inovação apresentado por todos os setores. Outra grande razão para o sucesso alemão foi a articulação financeira entre os seus bancos e indústrias, tanto privados quanto bancos de fomento públicos. Os cartéis permitiam que bancos e indústrias tivessem sempre o retorno desejado com os investimentos, o que incentivava cada vez mais a expansão industrial e tecnológica. Por fim, a política de "potência de bem-estar" realizada pelo Estado, aperfeiçoada por Bismarck. Tal política era responsável pela forte presença do Estado na Economia, permitindo o crescimento qualitativo e quantitativo das ferrovias, serviços postais e telegráficos, e também propiciando bases para o alto nível de instrução.
A Indústria Alemã foi caracterizada principalmente pela indústria química e elétrica. A indústria química favorecida pelo forte investimento em pesquisa e desenvolvimento e pela disponibilidade de matérias-primas. Já a indústria elétrica, responsável pela invenção do dínami e a lâmpada elétrica de filamento branco, foi de vital importância para o êxito alemão. Com destaque também temos a indústria naval e também as indústrias de base que foram fomentadas anteriormente pelo governo prussiano.
Porém, é importante notar que, embora a industrialização alemã seja considerada de grande êxito, ainda uma grande parte da Alemanha ainda apresentava características pré-industriais. Tal fato pode ser visto através da grande atividade agrícola e da sobrevivência de artesões que perduram até os dias atuais. A Alemanha fora também pioneira nos direitos sociais dos trabalhadores e tais políticas se sustentavam primeiro pelo fato da indústria ser financiada e protegida pelo Estado, o que faz com que os industriais fossem induzidos a aceitar tais políticas e também pelos interesses nacionais militaristas que se desenvolvia no processo industrial alemão. Tais interesses incluíam a segurança bélica do Estado Alemão e a expansão do mercado para as indústrias alemães. Estes fatores são fundamentais no entendimento das crises políticas e das guerras que se seguiram[9].
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de industrialização alemão foi um processo rápido e que foi impulsionado por objetivos específicos do Estado Alemão. Não sendo caracterizada pelo liberalismo econômico e sim pelo protecionismo estatal, permitiu a condução do processo no sentido de suprir interesses da nação alemã (representada no Reich). Somada a isso, ao entrar direto da chamada "segunda revolução industrial", permite competir em condições iguais com seus principais concorrentes que também só estavam chegando naquele momento à indústria do aço, da eletricidade e da química.
A política interna, com a existência de socialdemocratas, socialistas e comunistas, obrigavam a Alemanha é dar passos importantes na condição de igualdades sociais e o papel centralizador do Estado na condução da política econômica nos aproximam de que a Alemanha fora o embrião do Welfare State (Estado de bem estar social) e do estado intervencionista teorizado posteriormente por Keynes em seu livro "Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro."
Com as derrotas nas duas Grandes Guerras, o Estado Alemão e sua indústria ficaram bastante enfraquecidos, no entanto a êxito da política industrial foi tamanho que permitiu o reerguimento da potência posteriormente. Hoje a Alemanha é a grande potência industrial da Europa, com vantagem sobre Ingleses, Franceses e Italianos, sendo o Vale do Ruhr[10] o principal pólo industrial Europeu até os dias atuais.

ALEMANHA: Crescimento de uma potência


Mostraremos como a Alemanha, apesar de passar por duas guerras mundiais, conseguiu superar outros países e se tornar hoje uma potência, e como a guerra também contribui para o crescimento.

A Alemanha apesar de hoje ter a terceira maior economia do mundo, se industrializou depois do Reino Unido e da França. Foi somente em 1870 que a Alemanha teve sua arrancada industrial. Esse atraso ocorreu por fatores geopolíticos, visto que até 1871, a Alemanha era dividida em 39 unidades políticas.

O Segundo Reich alemão, surgiu após vitórias importantes contra a Dinamarca, a Áustria, e na guerra Franco-prussiana. Assim, começou a surgir a Alemanha como Estado unificado, tanto política como territorialmente.

Início da industrialização

O processo de industrialização alemão foi rápido. Em fins do século XIX, a Alemanha já havia ultrapassado o Reino Unido e a França, e junto com os Estados Unidos, liderou os avanços para a Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento foi muito rápido, mas por quê? Porque com a unificação político-territorial em 1871, a Alemanha se tornou não só um único Estado, como também um único mercado. Ou seja, houve também uma unificação econômica. As possibilidades de se acumular capitais aumentou com a instituição de uma moeda única, com a constituição de um grande mercado interno e a padronização das leis.

Devido à facilidade de transportes, e a disponibilidade de jazidas de carvão mineral, se concentrou indústrias quase na fronteira com os Países Baixos, aonde os rios Ruhr e Reno se encontram. Nessa região, que antes era rota de comércio ligando o norte da Itália a Flandres, os banqueiros concentraram capitais, e passaram a investir cada vez mais na indústria.

Aos poucos a população que residia no campo, foi migrando para as cidades e, formando a mão-de-obra necessária. Assim, com o trabalho assalariado aumentando, crescia paralelamente o mercado consumidor. Também se deve lembrar que a França, após perder a guerra de 1871, foi obrigada a pagar uma grande indenização à Alemanha, de acordo com o Tratado de Frankfurt, e ceder as províncias da Alsácia e da Lorena, ricos em carvão e minério de ferro. Isso significou mais recursos e novas fontes de energia e matérias-primas. Todos esses fatores juntos ajudaram na industrialização alemã.

A Alemanha se deparou com vários problemas para sustentar seu processo de industrialização. Com a derrota na Primeira Guerra Mundial, os vitoriosos impuseram várias sanções através do Tratado de Versalhes: pagar indenizações, restrições em termos militares e perdas territoriais, sendo que a Alemanha teve de devolver as províncias de Alsácia e Lorena.

Em consequência do Tratado Versalhes, a Alemanha caiu em uma crise econômica e social, que criou as condições necessárias para o Terceiro Reich, com Adolf Hitler no poder, em 1933. Com a influência nazista, o país procurou conquistar territórios que eram considerados vitais para a expansão econômica.

Mas o resultado dessa busca de territórios foi a derrota na Segunda Guerra Mundial. Os alemães ganharam: destruição, maiores perdas territoriais e fragmentação política. Porém, a Alemanha mostraria que mesmo sofrendo perdas territoriais é possível um país crescer economicamente.

Reconstruindo o Estado alemão

Com a derrota na Segunda Guerra Mundial a Alemanha foi praticamente destruída. Suas industrias, suas cidades, sua infraestrutura foram arrasadas. Mas, então, como ela é hoje a terceira economia do mundo?

Em 1949, o país foi dividido em dois. A RFA (República Federal Alemã) foi constituída com a administração norte americana, francesa e britânica, tendo a capital em Bonn. Os soviéticos constituíram a RDA (República Democrática Alemã), com a capital em Berlim oriental. Berlim ocidental tinha influência capitalista, mesmo sendo no meio da RDA. Assim, em 1961, foi construído pelos comunistas o muro de Berlim. Com isso Berlim oriental ficou isolada, pois esse muro visava impedir que alemães se deslocasse para o setor ocidental da cidade.

Com a divisão a Alemanha passou a ter dois Estados, duas economias e uma nação. Na Alemanha Ocidental passou a ter uma economia de mercado, baseada na livre concorrência e estruturou-se uma política pluripartidária, sob a forma republicana de poder. Devido a elevação da produtividade e, consequentemente, dos salários houve uma melhora na qualidade de vida e capacidade de consumo da população.

Ao mesmo tempo, na RDA passou a vigorar uma economia planificada, sendo que os meios de produção eram controlados pelo Estado. Estruturou-se uma ditadura de parido único sob a influencia soviética. A produtividade se desenvolvia lentamente, e o padrão de vida e de consumo não era o mesmo da parte ocidental, por isso houve um descontentamento da população, que foi detida pela censura e à repreensão.

A Alemanha Ocidental tinha um sistema econômico bem dinâmico e competitivo. Beneficiou-se, também, com o Plano Marshall, que forneceu milhões de dólares em forma de subsídios. O país entrou para a atual União Europeia, que foi essencial para a rápida reconstrução econômica do país no pós-guerra. Quando ocorreu a reunificação política, foi percebida não só diferenças econômicas, sociais e políticas, mas também culturais.

Localização Industrial

As indústrias foram reconstruídas nos mesmos lugares antes da guerra. As principais concentrações continuaram sendo na confluência dos rios Reno e Ruhr. No período pós-guerra, porém, o parque industrial se modernizou rapidamente, tendo ganhos de produtividade superiores aos do Reino Unido e França.

Mapa da Alemanha

Na região do Ruhr (cidades como Colônia e Essen) estão situados vários setores industriais. A reconstrução dos Konzerns possibilitou a formação de vários conglomerados voltados aos setores carboquímica, siderúrgico, metalúrgico e bélico.

A Renânia é uma das maiores regiões industriais do mundo. Stuttgart é uma das cidades de destaque da região, apresentando uma importante concentração de industrias mecânicas. Nessa cidade está sediado o maior grupo  industrial da Alemanha, o Daimler-Benz, que fabrica os automóveis Mercedes-Benz.

Na cidade de Munique destaca-se indústrias químicas e é sede da Bayer, um dos maiores conglomerados químicos do mundo. Na Baviera se encontra a sede da indústria e veículos BMW.

Em Frankfurt se concentram várias indústrias, e é a cidade de maior mercado de capitais da Alemanha e do mundo; tem um aeroporto que faz conexões com várias cidades de toda Europa, sendo um dos mais movimentados do continente.

Da cidade de Wolfsburg até Hannover, há uma concentração variada de indústrias. Em Wolfsburg se situa a sede da Volkswagen, que compete com a montadora de veículos da Itália, a Fiat.

Nessa densa concentração industrial na Alemanha, há uma enorme e moderna rede de transportes, que inclui rodovias nas quais não existe limite de velocidade (isso nos ajuda a entender porque os carros atingem uma velocidade bem alta, sendo que no Brasil as melhores rodovias só se permitem a velocidade de até 120 km/h), modernas ferrovias e vários rios e canais que ligam os principais produtores aos portos.

Na antiga Alemanha Oriental está havendo uma profunda crise, resultante do seu pouco dinamismo. As indústrias ocidentais estão entre as mais modernas e, isso faz com que as indústrias da região oriental percam a concorrência, e muitas fecharam. Isso provocou o aumento do desemprego e problemas sociais.

Um exemplo da diferença entre as indústrias da antiga Alemanha Oriental para a Ocidental era os Trabies. Eles eram carros feios, barulhentos e de baixo rendimento. Com os novos da Mercedes-Benz, Volkswagen, etc, os Trabies foram parar literalmente no lixo, eles eram abandonados nas ruas pelos seus donos. Os alemães do leste já não queriam mais os produtos que eles mesmos produziam, pois eram antiquados.

Com a reunificação alemã, o governo tem direcionado grandes recursos para modernizar a infraestrutura da ex-Alemanha Oriental. Isso acabou levando ao aumento do déficit público e da unificação. O Bundesbank (banco central alemão) manteve em, em 1992 e 1993, uma política de altas taxas de juros para captar recursos do mercado. Essa política acabou causando problemas para o sistema monetário europeu.

No entanto, a economia alemã se estabilizou e retomou ao crescimento, sendo uma das maiores economias do mundo, e como vimos nesse ano (2006) foi sede da Copa do Mundo, com modernos estádios.

INDUSTRIALIZAÇÃO DO JAPÃO

O Japão é atualmente a segunda maior economia do planeta. Conseguiu emergir dos destroços deixados pela Segunda Guerra Mundial tornando-se umas das economias mais importantes do planeta. Seu processo de industrialização explica esse vertiginoso crescimento.

ORIGENS DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO


Do séc. XVII ao séc. XIX o Japão foi governado pelo clã Tokugawa, país isolado do mundo exterior. Em 1639, sob o Xogunato Iyemitsu (regime militar feudal), iniciou-se um período de reclusão em que os japoneses não poderiam sair do território e os estrangeiros eram proibidos de entrar. A única exceção eram as trocas comerciais feitas com holandeses. Em 1853, os Estados Unidos aportam no Japão pondo fim ao isolamento do país e encontram um país ainda feudal e defasado economicamente. Em 1854, os EUA forçam a abertura do Japão através da assinatura do tratado de Kanagawa, fato que influencia na aceleração da desintegração do sistema feudal vigente. Em 1868 é dado fim ao domínio do clã Tokugawa.

»No final do séc. XIX os Estados Unidos emergem como potência e se lançam a busca de pontos estratégicos no Oceano Atlântico e no Pacífico. Desde então o Japão se torna um país muito importante. Entretanto, os interesses da elite japonesa se chocam com os interesses estrangeiros e o Japão inicia um período de viabilização da sua industrialização com intervenção do Estado na economia e do militarismo. Assim como a Alemanha e a Itália, o Japão é um país de capitalismo e imperialismo tardio, e em consequência, ocorre uma aliança entre esses três no contexto da 2ª Guerra Mundial, formando o eixo Berlim-Roma-Tóquio, na tentativa de dominar o mundo. Nesse momento, a maior pretensão do Japão é dominar territórios que viabilizassem sua expansão econômica.

A industrialização e modernização só irá ocorrer efetivamente em 1868 com o fim do Xogunato e restauração do império com ascensão do imperador Mitsuhito, dando início à Era Meiji. Essa Era foi de fundamental importância para a arrancada industrial do Japão, pois caracterizou-se pela implantação de políticas modernizantes como:
» investimentos na criação de infraestrutura;
» fábricas;
» maciços investimentos na educação, voltada para qualificação da mão-de-obra;
» abertura (tecnologia e produtos estrangeiros);
A Constituição de 1889 estabeleceu que o Imperador seria o chefe (sagrado e inviolável), e também a Dieta (Parlamento).
Por conta dessas políticas modernizantes implantadas pela Era Meiji o Japão passou por um vertiginoso processo de industrialização, mas enfrentava problemas estruturais, como escassez de energia e matérias-primas, e limitado mercado interno.
Para suprir esses problemas o Japão se lança a busca de novos territórios, principalmente na Ásia e Pacífico, investindo maciçamente em seu fortalecimento militar.
Ocupa Taiwan com a vitória na Guerra Sino-Japonesa (1894-1895); Em 1910, anexa a Coréia ao seu território; Em 1904-1905, tomam as Ilhas Sacalinas, até então território russo, com vitória na guerra contra a Rússia. Em 1931, ocupam a Manchúria (território chinês) e implantam Manchukuo, em 1934, estabelecendo um Estado Fantoche sob o governo de um ex-imperador chinês destituído pela adoção da República.
Em 1937 inicia uma confrontação total com a China, por conta dessa política expansionista, que estende-se até a 2ª Guerra Mundial, mas essa política irá causar grande destruição do Japão que sai derrotado da Guerra.
Em 1941, o Japão ataca de surpresa a base naval de Pearl Harbor (Havaí) superestimando seu poderio militar e antecipando a entrada dos EUA na guerra que acaba o derrotando.
Em resposta, em 1945 os EUA lançam as bombas atômicas sobre Hiroxima e Nagasaki. A única saída do Japão é render-se, fato que acontece com a assinatura, em setembro de 1945, da rendição do Japão. Essa rendição torna-se símbolo da superioridade tecnológica e militar norte-americana.


RECONSTRUÇÃO INDÚSTRIAL APÓS A 2° GUERRA MUNDIAL
O Japão prosperou muito após a Segunda Guerra Mundial, ocasião em que o país foi parcialmente destruído; para tanto, contribuíram para os seguintes fatores: ajuda militar e financeira dos Estados Unidos (o Plano Marshall foi só para a Europa); política de controle populacional; prioridade à educação e ao domínio da tecnologia; produção voltada para a exportação. Após a Segunda Guerra Mundial o Japão renunciou à postura imperial e militarista, inserindo-se nas relações internacionais através de uma aliança subordinada com os Estados Unidos (especialmente durante a Guerra Fria), país que possui grandes bases militares em território japonês. Não se deve esquecer que o "império do sol nascente" foi o único país do mundo a sofrer um bombardeio nuclear, e isto fez com que a elite nipônica jamais houvesse pensado novamente em seguir uma linha independente. Assim, se desenha outra característica das relações internacionais do país, centradas especialmente no plano econômico, também em associação com os EUA, nação em grande parte responsável pelo crescimento econômico japonês. O Japão chegou a ser apontado como sucessor dos EUA como primeira potência mundial. Mas esta análise desconsidera o fato de que o país é vulnerável em termos de matérias primas e energia e depende dos EUA. Contrariando as expectativas otimistas, no início dos anos 1990 a “bolha especulativa” explodiu, com uma desvalorização dos ativos japoneses e uma estagnação econômica surpreendente (crescimento de apenas 1% ao ano desde 1990). Enquanto isto, a China crescia quase dez vezes mais, estando atualmente em vias de ultrapassar o Japão como segunda potência econômica, além do fato de Pequim ter assento no CS da ONU como membro permanente, indústria aeroespacial, armas nucleares e uma força militar autônoma, fatores que Tóquio (a cidade mais populosa do mundo) não possui.
Na primeira metade dos anos 1990 o consenso político doméstico desmoronou e o país simplesmente não consegue definir um novo equilíbrio interno, nem definir uma política externa. Por um lado, há os que desejam manter a aliança com os EUA, dentro de uma estratégia antichinesa, o que tem sido a tendência do governo Koisumi. Outros, contudo, consideram que o fim da Guerra Fria e a crescente integração entre as economias do leste asiático fazem com que uma aliança com a China e a inserção regional seja o caminho futuro. Um grupo menor, saudosista, deseja um Japão independente, armado e buscando seus interesses isoladamente. O processo de tomada de decisões em política externa é extremamente fragmentado no Japão, com agências governamentais concorrendo entre si, além do papel das grandes companhias. Assim, o país arrisca ser colocado no centro da estrutura de poder mundial, sem ter definido seus interesses, apenas seguindo diretrizes norte-americanas. Isto tudo alimentado pela estagnação econômica e a regressão demográfica (a população está em declínio). Desta forma, a elite japonesa necessita identificar seus objetivos diplomáticos, o que provavelmente só ocorrerá em decorrência de algum acontecimento mundial impactante, que obrigue o país a reagir.

DISTRIBUIÇÃO DAS INDÚSTRIAS

A industrialização no Japão teve inicio em 1880, onde predominavam as indústrias têxteis. A partir do início do séc. XX, começaram a investir nas indústrias de base. Em 1901 foram construídas as primeiras metalúrgicas pelo governo de Iawata. E , logo após, investiram nas indústrias de bens de consumo. Ocorreram alguns avanços tecnológicos.
Apesar de todo esse progresso, o Japão é muito dependente de matéria-prima internacional, pois o país possui pouca jazida de minério e as reservas de combustível fóssil são insuficientes.
Para compensar as despesas com importações e as limitações do mercado interno, o Japão passou a exportar mais produtos industrializados e importar produtos primários.
O parque industrial japonês está localizado próximo de grandes portos, nas planícies litorâneas, onde estão as maiores aglomerações urbano-industriais, porque o solo era próprio para o plantio de arroz.
Outra aglomeração se encontra no eixo Tóquio- Osaka. Nessa região se concentra cerca de 85% da produção do país, sendo Tóquio e Osaka as principais responsáveis por cerca da mertade dessa produção.
O Japão é o maior fabricante de produtos industrializados e nele está sede de várias corporações multinacionais do planeta: Honda e Toyota.
Ele é um dos líderes em novas tecnologias e nele há vários centros de pesquisas e muitas indústrias de alta tecnologia.
A Cidade da Ciência de Tsukuba é o principal tecnopolo japonês e um dos mais importantes do mundo. Ali se instalaram vários centros de pesquisas governamentais. Hoje existem 46 institutos de educação e pesquisa em funcionamento.
Outro tecnopolo é o Kansai, que abrange os municípios de Kyoto, Osaka e Nara e é a segunda região mais industrializada do Japão.
O Japão é líder mundial na robótica. Porém, com a crise de 1990, os robôs vem perdendo terreno desde 1998. Mas com a utilização dos robôs em várias indústrias principalmente na automobilística, ocorreu um grande aumento na produção e na venda deles, fazendo com que aumentasse a competitividade. No Japão há mais de 200 empresas de robôs.
Andando sempre em grandes grupos econômicos, o Japão, após Segunda Guerra Mundial, conseguiu conquistar um lugar no mercado exterior.
Em 1990, houve a crise japonesa, que é consequência dos sucessos nos anos anteriores, pois acumularam grandes riquezas e os bancos começaram a fazer empréstimos sem critérios e acabavam não recebendo de volta, o que levou muitos bancos e empresas a falência. Com isso, a população começou a reduzir o consumo, o que aumentou a taxa de poupança interna e dificultou a retomada do crescimento econômico.
O Japão é hoje um dos países mais desenvolvidos do mundo. Suas técnicas com eletroeletrônicos não são conhecidas na maioria das demais nações e o mais impressionante é que o país esteve constantemente em conflitos durante seu desenvolvimento, todos os possíveis para atrasar e dificultar ao máximo seu processo de desenvolvimento, e é claro, de industrialização.

O Japão está concentrado em um território de muito risco, suas cidades, altamente desenvolvidas, estão localizadas sob fendas de placas tectônicas e, veja bem, estar perto desses encontros tectônicos já não é boa coisa, imagine estar sob duas fendas, exatamente em cima das fendas, já pensou? Tudo isso causa muito transtorno pois terremotos são comuns, os perceptíveis, que atingem 4 ou 5 na escala, mas já houveram muitos que chegaram a 6 ou 7 na mesma escala e estes deixaram para trás grandes heranças.

Sempre que o país começava a se fortificar aconteciam estes estragos. Outro fator que ajudou no atraso do país foi o estopim da Segunda Guerra Mundial, o Japão estava ao lado da Alemanha, ou seja, estava contra todos os demais países, e quando Alemanha e Itália já haviam se rendido, o Japão tentou segurar a Guerra, mas foi tarde de mais: Havia uma hipótese de que os Estados Unidos da América teriam conseguido construir uma bomba atômica, mas eram poucos os que acreditavam, mas para acabar oficialmente com a guerra e tornar-se a primeira grande potência, os Estados Unidos jogaram esta bomba sob Hiroshima, de certa forma também era uma vingança devido a Pear Harbor, mas não satisfeitos, jogaram outra bomba, desta vez em Nagasaki, três dias depois da primeira.

Mesmo com todos esses possíveis atrasos o Japão conseguiu se reerguer e hoje é uma das maiores potências do mundo. Tem a mais alta tecnologia em seus limites locacionais, tem indústrias que investem em expandir a tecnologia. É do Japão que sai, praticamente, todos os modelos de celulares, todos os modelos de computadores, de notebooks, de pen-drives. Tudo que é tecnologia é sinônimo de Japão!

FONTE: Sene, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 3: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2011.

CARACTERÍSTICAS E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 2ª parte


População é o conjunto de pessoas que residem em determinado território, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segundo sua religião, nacionalidade, local de moradia, atividade econômica e tem seu comportamento e suas condições de vida retratada através de indicadores sociais.
A população de um país pode conter várias nações, como é o caso de diversos países da África, onde os colonizadores europeus estabeleceram as atuais fronteiras em função dos próprios interesses econômicos e geopolíticos.

Em uma dada população, mesmo que as pessoas tenham ideais comuns e formem uma nação, há grandes contrastes no que se refere a participação dos habitantes na renda nacional, ou seja, existem as classes sociais, e daí surge a necessidade da ação do Estado para intermediar os conflitos de interesses. Nos países subdesenvolvidos, o Estado costuma estar a serviço dos interesses privados de uma minoria da população e os serviços públicos são relegados a último plano.

Quanto mais acentuadas as diferenças sociais, maior a concentração da renda, maiores as distâncias entre a média dos indicadores sociais de população e a realidade em que vive a maioria dos cuidados. Por exemplo, se a taxa de natalidade de um país for alta, é necessário considerar o que está acontecendo nas suas diferentes regiões ou classes sociais: os pobres costumam ter mais filhos que os ricos.

População absoluta número total de habitantes e relativa por quilômetros quadrado. Um país é considerado populoso quando o número absoluto de habitantes é alto.

Porém, quando a análise parte do pressuposto que interessa, ou seja, da qualidade de vida da população, esses conceitos devem ser relativizados. Os Países Baixos, apesar de apresentarem uma população relativa alta 429 hab./km, possuem uma estrutura econômica e serviços públicos que atendem as necessidades dos seus cidadãos e não podem, portanto, ser considerados um país superpovoados. Já o Brasil, com uma baixa população relativa, é “muito povoado”, devido a carência de serviços públicos. Nesse contexto, o que conta é a analise das condições socioeconômicas da população, e não a análise demográfica.

O crescimento populacional ou demográfico

Do inicio dos anos 70 até hoje, o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,6% ao ano, o numero de mulheres que utilizaram algum método anticoncepcional aumentou de 10% para 50% e o número médio de filhos por mulher em países subdesenvolvidos caiu de 6 para 4. Ainda assim, esse ritmo continua alto e, caso se mantenha, a população do planeta duplicará até 2050.

O crescimento demográfico está ligado a dois fatores: o crescimento natural ou vegetativo, e a taxa de migração, que é a diferença entrem a entrada e a saída de pessoas de um território.

O crescimento da população foi, explicado a partir de teorias. Vejamos as principais.

Teoria de Malthus

Em 1798, Malthus publicou uma teoria demográfica que apresenta basicamente dois postulados:

- A população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica.

- O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética e possuiria em limite de produção, por depender de um fator fixo: o próprio limite territorial dos continentes.

Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção alimentar. Previa ainda que um dia estariam esgotadas as possibilidades de aumento da área cultivada, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e a população do planeta continuaria crescendo. A consequência seria a fome, a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta.

Hoje, sabe-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos e a produção de alimentos cresceu no mesmo ritmo do desenvolvimento tecnológico. Os erros dessa previsão estão ligados principalmente as limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões a partir da observação do comportamento demográfico em uma região limitada. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado a agricultura.

A fome que castiga mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição, e não da carência na produção de alimentos. A fome existe porque as pessoas não possuem o dinheiro necessário para suprir suas necessidades básicas, fato facilmente do enorme volume de alimentos exportados, as prateleiras dos supermercados estão sempre lotadas e a panela de muitas pessoas não tem nada para comer.

Teoria  neomalthusiana

Foi realizada uma conferencia de paz em 1945, em São Francisco, que deu origem a Organização das nações Unidas. Foram discutidas estratégias de desenvolvimento, visando evitar a eclosão se um novo conflito militar em escala mundial.

Mas havia um ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades econômicas no planeta.

Passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, é óbvio, diminuíram as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países subdesenvolvidos em direção ao caixa dos países desenvolvidos.

Foi criada a teoria demográfica neomalthusiana, ela é defendida pelos países desenvolvidos e pelas elites dos países subdesenvolvidos, para se esquivarem das questões econômicas. Segundo essa teoria, uma população jovem numerosa, necessita de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, diminuem os investimentos produtivos nos setores agrícolas e industriais, o que impede o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, portanto, da melhoria das condições de vida da população.

Segundo os neomalthusianos, quanto maior o numero de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes econômicos.

Ela passa, então, a propor programas de controle de natalidade nos países subdesenvolvidos e a disseminação da utilização de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa de encobertar os efeitos devastadores dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos a partir de uma argumentação demográfica.

Teoria reformista

Nessa teoria uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, onde o padrão de vida da população é elevado, o controle da natalidade ocorreu paralelamente a melhoria da qualidade de vida da população e espontaneamente, de uma geração para outra.

É necessário o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.

Para os defensores dessa corrente, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias brasileiras de classe baixa e as de classe média. Á medida que as famílias obtém condições dignas de vida, tendem a diminuir o números de filhos para não comprometer o acesso de seus dependentes aos sistemas de educação e saúde.

Essa teoria é mais realista, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia-a-dia das pessoas.

O crescimento vegetativo ou natural

Atualmente, o que se verifica é uma queda global dos índices de natalidade e mortalidade, apesar de estar aumentando o numero de pessoas que vivem na miséria e passam fome. Essa queda está relacionada principalmente ao êxodo rural, e suas consequências no comportamento demográfico:

- Maior custo para criar os filhos: é muito mais caro e difícil criar filhos na cidade, pois é necessário adquirir maior volume de alimentos básicos, que não são cultivados pela família. As necessidades gerais de consumo com vestuário, lazer, medicamentos, transportes, energia, saneamento e comunicação aumentam substancialmente.

- Trabalho feminino extradomiciliar: no meio urbano, aumentam sensivelmente o percentual de mulheres que trabalham fora de casa e desenvolvem carreira profissional.

- Aborto: sabe-se, porém, que a urbanização elevou bastante a sua ocorrência, contribuindo para uma queda da natalidade.

- Acesso a tratamento médico, saneamento básico e programa de vacinação: esses fatores  justificam um fenômeno: nas cidades, a expectativa de vida é maior que no campo. Mas isso não significa que a população esteja vivendo melhor, vive apenas mais.

Em alguns países desenvolvidos, as alterações comportamentais criadas pela urbanização e a melhoria do padrão de vida causaram uma queda tão acentuada dos índices de natalidade que, em alguns momentos, o índice de crescimento vegetativo chegou a ser negativo.

Nos países subdesenvolvidos, de forma geral, embora as taxas de natalidade e mortalidade venham declinando, a de crescimento vegetativo continua elevado de 1,7% ao ano.

O movimento populacional

O deslocamento de pessoas pelo planeta se deve principalmente por causas econômicas. Nas áreas de repulsão populacional, observa-se crescente desemprego, subemprego e baixos salários, enquanto nas áreas de atração populacional são oferecidas melhores perspectivas de emprego e salário.

Há tipos diferenciados de movimentos populacionais: espontâneos, quando o movimento, étnica ou política e, por fim, controlados, quando o estado controla numérica ou ideologicamente a entrada de imigrantes.

Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências demográficas e culturais. Tem crescido, a cada ano, os conflitos entre povos que passam a compartilhar o mesmo espaço nacional em seu cotidiano. Em todo o planeta, crescem os movimentos neonazistas e separatistas, que estão assumindo dimensões criticas na Europa, tendo em consequência do grande fluxo de movimento populacional.

Controle de Natalidade
O controle de natalidade é uma questão bastante discutida e um tanto polêmica.
Os pesquisadores, estudiosos, cientistas demonstram relatórios que incentivam o controle de natalidade.
No entanto esse controle é direcionado aos países do sul (subdesenvolvidos) e não aos países do norte (desenvolvidos), eles recomendam, mas não praticam, pelo contrário, nesses países ocorrem incentivos para que as famílias tenham mais filhos.

Essa polêmica tem explicação, é que a densidade demográfica dos países do norte está quase que decrescendo diferentemente dos países do sul que possuem altos índices de crescimento natural/vegetativo.

Sem dúvida medidas de implantação de controle de natalidade pode ser o alicerce para a solução de vários problemas que assolam a sociedade atual, seja nos países do norte ou do sul.

Quanto aos problemas ambientais, podemos encontrar algumas soluções se diminuirmos a quantidade de pessoas automaticamente diminuiremos o consumo. A água, por exemplo, que é dos grandes problemas desse século, poderia ser mais poupada, se diminuir a quantidade de pessoas que necessitam desse recurso teremos mais reservas e lançaremos menos detritos na natureza, reduzindo a poluição.

No campo energético não seria necessário construir novas usinas hidrelétricas, que em suas instalações provocam profundos impactos ambientais e sociais.
Outro fator importante é referente à emissão de gases que consequentemente seria amenizada, e que de certa forma, iria contribuir para neutralizar o processo do aquecimento global.
Ainda com essa medida não seria necessário abrir novas áreas de cultivo para a produção de alimentos.
No campo social o controle de natalidade serviria para diminuir o crime, pois o governo poderia assistir melhor os jovens, a quantidade de empregos possivelmente aumentaria, haveria diminuição da fome devido aos programas sociais que poderiam atender melhor a população, a saúde, a educação e mais uma série de outros problemas contemporâneos poderiam ser solucionados.
Mas, o primordial do contexto é garantir as condições de vida na Terra, pois essa não possui recursos infinitos para suprir a sociedade de consumo, e nem capacidade de regeneração de todos os “lixos” que essa sociedade produz.
A natureza já está apresentando sinais de cansaço e saturação e apenas o homem pode decidir o futuro das próximas gerações.

Hoje em dia a prática por países como:

China
O mais significativo moderno sistema de controle de população é a China 's política do filho único , em que, com várias exceções, tendo mais de um filho é desencorajado. Nascimentos não autorizadas são punidos com multas, mas também houve denúncias de ilegais forçadas abortos e esterilização forçados .
O governo chinês introduziu a política em 1978 para aliviar os sociais e problemas ambientais da China . De acordo com funcionários do governo, a política tem ajudado a evitar que 400 milhões de nascimentos. O sucesso da política tem sido questionada, e redução da fertilidade também tem sido atribuída à modernização da China.  A política é controversa, tanto dentro como fora da China por causa das questões que levanta, a maneira pela qual a política tem foram implementadas e por causa de preocupações negativas consequências económicas e sociais.
Índia
Apenas aqueles com dois ou menos filhos são elegíveis para uma panchayat Gram , ou governo local.
Somos dois, temos dois ("Hum não, hamare fazer" em hindi) é um slogan que significa uma família, dois filhos e se destina a reforçar a mensagem de planejamento familiar contribuindo assim para o controle da população. Planeamento familiar na Índia se baseia em grande parte os esforços patrocinados pela indiana governo . No período 1965-2009, o uso de contraceptivo mais do que triplicou (de 13% das mulheres casadas em 1970 para 48% em 2009) e a taxa de fertilidade tem mais de metade (de 5,7 em 1966 para 2,6 em 2009), mas a nacional taxa de fertilidade é ainda suficientemente elevada para provocar a longo prazo de crescimento da população.  A Índia soma (100.000) pessoas à sua população a cada 15 dias.
Irã
Irã conseguiu reduzir drasticamente sua taxa de natalidade nos últimos anos. No Irã obrigatórios cursos de contraceptivos são necessários para os machos e as fêmeas antes de uma licença de casamento pode ser obtida. O governo enfatiza os benefícios de famílias menores eo uso de contracepção. A República do Irã tem um programa abrangente e eficaz de planejamento familiar . Enquanto a população do Irã cresceu a uma taxa de mais de 3% / ano entre 1956 e 1986, a taxa de crescimento começou a declinar no final dos anos 1980 e início de 1990 depois que o governo iniciou um programa de controle de grande população. Em 2007 a ​​taxa de crescimento caiu para 0,7 por cento por ano, com uma taxa de natalidade de 17 por 1.000 pessoas e uma taxa de mortalidade de 6 por 1.000.  Relatórios da ONU mostram as políticas de controle de natalidade no Irã para ser eficaz com o país no topo da lista de maiores quedas de fertilidade. Divisão das Nações Unidas de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais diz que entre 1975 e 1980, o número total de fertilidade era de 6,5. O nível projetado para a taxa de nascimento do Irã de 2005-2010 é menor do que dois.
Singapura
O controle da população de Singapura abrange duas fases distintas: primeiro a retardar e reverter o boom de nascimentos que começou após a Segunda Guerra Mundial , e então, a partir da década de 1980, para incentivar os pais a terem mais filhos, porque os números de natalidade haviam caído abaixo dos níveis de reposição . Governo eugenia políticas sabor ambas as fases. Em 1960 e 1970, as políticas anti-natalidade floresceu. O Planejamento Familiar e População Board (FPPB) foi criada, inicialmente defendendo famílias pequenas, mas acabou executando a parar em dois programa, que empurrou para as pequenas duas crianças famílias e promovida a esterilização . A partir de 1969 também foi usado por líderes do governo para atingir as mulheres humildes, educadas e de baixa renda em um experimento com eugenia políticas para resolver as preocupações sociais.
Estados Unidos
Promulgada em 1970, Título X da Lei de Serviço de Saúde Pública oferece acesso a serviços contraceptivos, insumos e informação para aqueles em necessidade. Prioridade para os serviços é dado a pessoas com baixa renda. O Título X programa de planejamento familiar é administrada por meio do Escritório de Assuntos da População no âmbito do Gabinete de Saúde Pública e da Ciência. É dirigida pelo Escritório de Planejamento Familiar.  Em 2007, o Congresso destinou cerca de 283 milhões dólares para planejamento familiar no Título X, pelo menos 90 por cento do que foi utilizado para os serviços em clínicas de planejamento familiar. Título X é um fonte vital de financiamento para clínicas de planejamento familiar em todo o país, de prestação de cuidados de saúde reprodutiva.
A educação e os serviços prestados pelo Título X-financiados clínicas apoiar os indivíduos jovens e famílias de baixa renda. Os objetivos de desenvolvimento das famílias saudáveis ​​são realizados por ajudar os indivíduos e casais decidir se quer ter filhos e quando o momento apropriado para fazê-lo seria.
Título X fez a prevenção de gravidezes não desejadas possível. Ele permitiu que milhões de mulheres americanas a receber cuidados de saúde necessários reprodutiva, planear as suas gravidezes e prevenir abortos. Título X dedica-se exclusivamente ao financiamento de planejamento familiar e serviços de saúde reprodutiva.
Título X como uma percentagem do financiamento público total para serviços de planejamento familiar de clientes tem vindo a diminuiu de 44% dos gastos totais em 1980 para 12% em 2006. Medicaid aumentou de 20% a 71% no mesmo tempo. Em 2006, Medicaid contribuiu com US $ 1,3 bilhão para o planejamento familiar público.
Uzbequistão
Segundo relatos, a partir de 2012, forçada e esterilização forçados são a política do atual Governo no Uzbequistão para mulheres com duas ou três crianças como um meio de impor o controle da população e para melhorar as taxas de mortalidade materna.  Em novembro de 2007, um relatório do Comitê das Nações Unidas contra a Tortura informou que "o grande número de casos de esterilização forçada e remoção dos órgãos reprodutivos de mulheres em idade reprodutiva após a sua primeira ou segunda gravidez indicam que o governo usbeque está tentando controlar a taxa de natalidade no país "e observou que essas ações não eram contra o Código Penal nacional  , em resposta a que a delegação do Uzbequistão para a conferência associado foi "intrigado com a sugestão de esterilização forçada, e não podia ver como isso pode ser forçado.
Em 15 de maio de 2012, durante uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou o presidente usbeque Islam Karimov disse: "estamos fazendo tudo em nossas mãos para se certificar de que a taxa de crescimento da população [no Uzbequistão] não exceder 1,2-1,3 "  A versão usbeque da RFE / RL informou que com esta declaração de Karimov indiretamente admitiu que a esterilização forçada de mulheres está realmente acontecendo no Uzbequistão.  O principal canal de televisão do Usbequistão, O'zbekiston, cortar declaração Karimov sobre o taxa de crescimento populacional, enquanto a transmitir sua conversa com Putin.
É relatado que o Uzbequistão tem vindo a prosseguir uma política de esterilizações forçadas, histerectomias e inserções de DIU desde os anos 1990, a fim de impor o controle da população.