Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Questões Comentadas – Atualidades Fundação Cesgranrio



01) (Fundação Cesgranrio 2008) Fidel Castro, como figura política latino-americana, chamou a atenção da opinião pública internacional, no início de 2008, por ter tomado a decisão de

 a) comandar a resistência dos guerrilheiros colombianos.
b) deixar o posto de chefe de Estado da República de Cuba.
c) pressionar o governo equatoriano a ceder espaço às FARC.
d) negociar com os governos da Venezuela e da Colômbia contra as FARC.
e) anistiar os dissidentes da Revolução Cubana residentes no exterior.



02) (Fundação Cesgranrio - IBGE) Em discurso realizado no dia 05/05/06, o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre sua condução das negociações para pôr fim ao impasse com o Presidente boliviano Evo Morales, acerca das questões a respeito da nacionalização das instalações petrolíferas na Bolívia, declarou o seguinte:
Tem gente que acha que ser duro resolve o problema, às vezes, acho que ser carinhoso resolve melhor.  A Bolívia é um país pobre, que quer tirar seu sustento do gás. Somos um país rico perto da Bolívia. Jornal O Globo, 06 maio 2006. “ Nessa frase, é possível afirmar que o Presidente brasileiro, utilizando-se de figura de  linguagem, citou um dos princípios que regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil, que é o da “solução pacífica dos conflitos”. Dentre as opções abaixo, assinale aquela que prevê outro desses princípios.

(A) Promoção do bem de todos, sem preconceitos e sem quaisquer formas de discriminação.
(B) Garantia do direito de propriedade.
(C) Constituição de uma sociedade livre, justa e solidária.
(D) Erradicação da pobreza e da marginalização e redução das desigualdades sociais.
(E) Cooperação entre os povos para progresso da humanidade.


03) (Fundação Cesgranrio - BNDES - 2008) O Grupo Hamas foi o grande vencedor nas últimas eleições legislativas palestinas. Tendo em vista o perfil político do Hamas e o resultado eleitoral, pode-se afirmar que esse grupo:

(A) representará a vitória da Resolução nº 242, da ONU, de trocar “terra por paz”.
(B) seguirá os fundamentos de Yasser Arafat, fundador desse partido político.
 (C) atuará mais consistentemente contra a existência do Estado de Israel.
(D) influirá no reconhecimento internacional do Protocolo de Oslo, de 1993.
(E) tenderá a reproduzir, em geral, as estratégias políticas praticadas pelo aliado Fatah.


04) (Instituto Estadual do Ambiente - Fundação Cesgranrio 2008) Segundo o 4o relatório do IPCC (sigla, em inglês, para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), não há mais incerteza sobre a origem antropogênica do aquecimento global. Foi proposto um grande plano onde estão listadas as ações que gerariam uma redução, até 2050, das emissões ao nível de 40% apenas do total emitido em 2000. NÃO está incluída, nestas ações, a de:

(A) aumentar a reciclagem em todos os níveis da cadeia produtiva e no consumo.
(B) aumentar a proporção de energias de origem fóssil em detrimento das energias renováveis (tais como, eólica e solar).
(C) reduzir e mesmo parar o desmatamento que hoje representa 18% das emissões globais.
(D) incrementar o reflorestamento de áreas desmatadas e tornar áreas apropriadas florestas de crescimento rápido.
(E) desenvolver projetos de carros-híbridos (gasolina-elétrico; gasolina-etanol, por exemplo)
competitivos.
    
05) (Fundação Cesgranrio - BNDES 2008) “Amazônia: Finalmente, a lei que regulamenta o aluguel de florestas públicas vai permitir a exploração sustentável da região”. Revista Época, 27 mar. 06. A nova lei brasileira que trata da Gestão de Florestas Públicas implica o seguinte aspecto prático:

(A) as empresas madeireiras estrangeiras terão acesso à compra de florestas primárias.
(B) as concessões serão condicionadas à inclusão de uma destinação comunitária.
(C) os órgãos de fiscalização serão ampliados, extinguindo-se o atual IBAMA.
(D) os territórios especialmente protegidos para as populações locais não estão previstos nessa lei.
(E) a Amazônia será a área privilegiada por conter a totalidade das florestas públicas do País.


06) (Instituto Estadual do Ambiente / Fundação Cesgranrio / 2008) Uma pesquisa inovadora promete consolidar a posição estratégica do Brasil como um grande produtor mundial de biocombustíveis. Pesquisadores da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) desenvolveram uma tecnologia para a obtenção de etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que poderá aumentar em 40% a produção nacional desse bicombustível e incrementar a participação das fontes renováveis na matriz energética do país. Disponível em: http://ciênciahoje.uol.com.br. A vantagem ecológica de melhorar a produção de álcool, a partir do produto vegetal que já é obtido, é :

(A) diminuir a mortandade de aves dos leitos fluviais adjacentes à refinaria.
(B) reduzir a emissão de CO2 pela combustão do álcool.
(C) aumentar a produção de álcool, sem haver necessidade de expandir a área cultivada.
(D) incrementar a eficiência do álcool como combustível, comparado à gasolina.
(E) facilitar o trabalho dos cortadores de cana-de-açúcar.




GABARITO:
01) Gab:B
A Revolução Cubana foi um marco na história do continente americano e ainda hoje é um assunto bastante discutido na atualidade. Em 19 de fevereiro de 2008, Fidel Castro se afastou definitivamente do poder de Cuba após 49 anos, no seu lugar assumiu seu irmão, Raúl Castro, que vem conduzindo Cuba para um processo de abertura. Com isso, o atual governo de Cuba investiu em setores como turismo, agricultura, mineração, energia e combustível.
Em junho de 2009, a OEA, em decisão histórica, decidiu reintegrar Cuba nas atividades da  organização, fruto do afastamento de Fidel Castro e do processo de abertura em curso, Cuba, que estava suspensa desde 1962 volta a OEA.

02) Gab: E
Nessa questão, trabalha-se a crise entre Brasil e Bolívia que ocorreu em 2006 na área energética. A crise ocorreu devido à postura do governo de Evo Morales na nacionalização de poços de petróleo, gás natural e refinarias pertencentes à Petrobras em território boliviano. Essa questão causou um grande mal estar diplomático entre Brasil e Bolívia. Além da retomada das instalações antes adquiridas pela empresa brasileira, houve também  quebra de contrato em relação aos preços definidos de fornecimento de gás natural da Bolívia para o Brasil.

03) Gab: C
A questão do Oriente Médio envolve uma série de fatores geopolíticos que classificam aquela área como uma região com alto grau de instabilidade política. Israel e Palestina fazem parte dessa complexa realidade e desde o término da 2ª Guerra Mundial e posteriormente com a saída da Inglaterra da região da Palestina em 1948, Israelenses e Palestinos lutam por território sem haver um avanço significativo. Desde 2006, o Hamas, grupo terrorista da Faixa de Gaza, vem atuando como partido político e sua postura em relação a Israel é uma postura radical ou rejeicionista, pois eles simplesmente não reconhecem a existência de Israel. Além disso, são constantes os conflitos internos dentro da Palestina entre membros do Hamas e do Fatah, partido político palestinoradicalizado na Cisjordânia.


04) Gab: B
Um dos maiores problemas vividos pela humanidade são os efeitos já visíveis do aquecimento global, por isso a substituição em larga escala da energia de origem fóssil (petróleo) é uma prioridade no mundo atual. Uma das ações propostas pelo IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) de Paris frente à origem humana (antropogênica) no aumento da temperatura comprovada nas ultimas décadas é justamente a procura por fontes limpas de geração de energia. Ou seja, fontes que não trazem efeitos colaterais para o meio ambiente como a energia solar, eólica,  hidráulica entre outras.     

05) Gab: E
O projeto de gestão de florestas públicas no Brasil consiste em concessões de exploração econômica baseada nos conceitos de desenvolvimento sustentável, ou seja, a idéia é buscar o equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico, principalmente para a população local, com atividades que possam gerar renda sem que haja impacto ambiental. 
Desenvolvimento sustentável e responsabilidade sócio-ambiental são temas primordiais na formulação de políticas públicas e na gestão privada. O principal objetivo do desenvolvimento sustentável é procurar satisfazer as necessidades presentes de produção e consumo, sem comprometer a capacidade das gerações futuras.

06) Gab : C
A produção em larga escala de Biocombustível surge como uma alternativa de substituição do combustível fóssil a médio prazo, porém a produção de biocombustíveis tem vantagens e desvantagens. Eles podem causar sérios impactos ambientais assim como pode ser um elemento predominante no aumento da escalada de preços de alimentos no mundo. A questão trabalha a possibilidade de se aproveitar o bagaço da cana-de-açúcar como fonte produtora de energia. Esse é o conceito da Biomassa: utilizar elementos derivados de outros produtos num determinado processo de produção que não eram aproveitados para gerar energia.  

Protestos no Oriente Médio: país por país




Líbia
Protestos contra o regime de Muamar Khadafi deixaram um número não confirmado de mortos e feridos desde o dia 16 de fevereiro. O grupo de defesa de direitos humanos Human Rights Watch afirmou que 233 pessoas morreram no país desde o início dos protestos, mas o governo afirma que os relatos são "exagerados.
Benghazi, segunda maior cidade do país, foi o principal foco de revoltas e de violência. Testemunhas afirmaram que forças de segurança usaram metralhadoras e artilharia pesada contra multidões.
Os protestos se espalharam para a capital, Trípoli, no dia 20 de fevereiro. O filho de Khadafi, Saif al-Islam, advertiu em pronunciamento pela TV para o risco de uma guerra civil poderia atingir o país.
O governo bloqueou a internet e vem dificultando o trabalho da mídia estrangeira, o que torna difícil ter uma idéia da proporção real dos distúrbios no país.
Protestos são proibidos na Líbia, mas a revolta foi detonada pela prisão de um advogado conhecido por ser um crítico aberto do governo.
Khadafi é o líder há mais tempo no poder na África e no Oriente Médio - desde 1969 - e um dos mais autocráticos.
Bahrein
A monarquia sunita que governa o país ofereceu diálogo com representantes da maioria xiita do Bahrein, após dias de protestos na principal praça da capital, Manama.
Após usar tropas para dispersar manifestantes da Praça Pérola no dia 17 de fevereiro - em uma operação que deixou quatro mortos ao menos - o governo parece ter recuado, permitindo que os manifestantes reocupassem a praça.
O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu calma ao Bahrein, que é um país estrategicamente importante para os EUA.
O rei Hamad pediu a seu filho mais velho, o príncipe regente Salman, que dê início a um "diálogo nacional" para pôr fim à revolta.
Representantes de alto escalão do principal grupo político xiita do país, Wefaq, pediram a renúncia do governo. Entre outras demandas está a libertação dos presos políticos e conversas sobre uma nova Constituição. Manifestantes xiitas reclamam de problemas econômicos, falta de liberdade política e discriminação no mercado de trabalho a favor de sunitas.
Marrocos
O principal grupo de oposição do Marrocos afirmou que a "autocracia" será varrida do país, se reformas econômicas profundas não forem implementadas.
O país enfrenta vários problemas econômicos. O governo anunciou um aumento nos subsídios do Estado para tentar conter o aumento no preço das commodities.
No começo do ano, a reputação do Marrocos foi atingida quando o site Wikileaks revelou documentos com acusações de corrupção na família real e entre pessoas próximas ao rei Mohammed 6º.
O rei diz que a luta contra a pobreza no país é uma prioridade, o que lhe valeu o epíteto de "guardião dos pobres". A liberalização da economia atraiu investimentos estrangeiros, e as autoridades afirmam que estão realizando melhorias em favelas e áreas rurais do país.
Mas organizações não-governamentais dizem que pouco mudou, que a pobreza e o desemprego ainda são grandes no país. O Marrocos vem sendo atingido por greves, nos setores público e privado.
O Marrocos, como Egito e Argélia, dá pouco espaço para a liberdade de expressão e até agora tem sido capaz de conter protestos maiores. Assim como a Jordânia, o país é uma monarquia, que tem apoio de grandes setores da população.
Argélia
Protestos esporádicos vêm acontecendo no país desde o começo de janeiro, com manifestantes pedindo a renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika.
Grupos de manifestantes se uniram em seu movimento contra o governo, incluindo pequenos sindicatos e partidos políticos menores.
O gatilho para os protestos parece ter sido principalmente econômico - em particular o aumento acentuado no preço dos alimentos.
No começo de fevereiro o presidente Bouteflika prometeu suspender o estado de emergência - em vigor no país desde 1992 - em um "futuro próximo", mas ainda não o fez.
O governo da Argélia conta com riqueza considerável vinda de suas exportações de petróleo e gás, e tenta responder a reclamações econômicas e sociais com um grande programa de gastos públicos.
Tunísia
Protestos continuam na Tunísia apesar da decisão do presidente Zine al-Abidine Ben Ali de renunciar em janeiro.
Ele deixou o país após semanas de manifestações e choques entre manifestantes e a polícia.
O gatilho foi o ato desesperado de um jovem desempregado, no dia 17 de dezembro. Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo, quando autoridades de sua cidade impediram-no de vender legumes nas ruas de Sidi Bouzid sem permissão.
O gesto detonou protestos que se espalharam pelo país. A resposta violenta das autoridades - com a polícia abrindo fogo contra manifestantes - parece ter exacerbado a ira da população e fomentado novos protestos, que terminaram levando à derrocada do presidente.
O presidente do Parlamento, Foued Mebazaa, foi empossado como presidente interino, e pediu ao premiê Mohammed Ghannouchi, chefe do governo desde 1999, para formar uma coalizão nacional. O premiê também prometeu abandonar o poder após eleições, que deverão ser realizadas dentro de seis meses.
Jordânia
Milhares de jorndanianos saíram às ruas ao longo das últimas cinco semanas, pedindo melhores perspectivas de emprego e redução nos preços de alimentos e combustível.
Em resposta, o rei Abdullah 2º demitiu o primeiro-ministro Samir Rifai, acusando-o de promover reformas lentas. Marouf al-Bakhit, ex-general do Exército e embaixador do país em Israel, foi nomeado em seu lugar.
Um novo gabinete com 26 integrantes foi empossado no dia 10 de fevereiro.
O Reino Hachemita da Jordânia é um país pequeno, com poucos recursos naturais, mas desempenha um papel crucial na luta por poder no Oriente Médio.
A morte do rei Hussein, que governou por 46 anos, deixou a Jordânia na briga pela sobreviência econômica e social, assim como pela paz regional.
Seu filho, Abdullah, que o sucedeu no trono, enfrenta o desafio de manter a estabilidade e atender a demandas por reforma.
Um plano para mudanças políticas, econômicas e sociais de longo prazo - conhecido como Agenda Nacional - ainda não foi implementado.
Egito
Centenas de milhares de pessoas se reuniram no Cairo no dia 18 de fevereiro para marcar uma semana da queda do presidente Hosni Mubarak
O líder de 82 anos renunciou no dia 11 de fevereiro, após 18 dias de protestos. Ele estava no poder desde 1981.
O Egito há muito vinha sendo um centro de estabilidade em uma região volátil, mas isso mascarava problemas, que vieram à tona nas demandas de manifestações populares contra o governo de 30 anos de Mubarak, no dia 25 de janeiro.
Os principais gatilhos foram pobreza, inflação, exclusão social, raiva contra a corrupção e o enriquecimento da elite política do país.
Com Mubarak fora do jogo, as Forças Armadas do país assumiram o poder através de um Conselho Militar, que governará pelos próximos seis meses, até que eleições sejam realizadas.
O grupo islamista conservador Irmandade Muçulmana tem chances de ter um bom desempenho em quaisquer eleições livres e justas, mas temores de que o timão político no Egito se volte para o lado do conservadorismo islâmico é a principal fonte de preocupação do Ocidente e de Israel.
Síria
O presidente Bashar al-Assad prometeu promover reformas políticas após herdar o poder de seu pai, Hafez, em 2000, após três décadas de um regime autoritário.
Leis de emergência vigoram no país desde 1963. Após a morte de Hafez al-Assad, a Síria sofreu um certo grau de distensão. Centenas de presos políticos foram libertados. Não ocorreram, entretanto, mudanças como o aumento das liberdades políticas ou mudanças na economia fortemente dominada pelo Estado.
Irã
O governo iraniano convocou uma manifestação para a sexta-feira 18 de fevereiro para manifestar seu repúdio à oposição do país.
O chamado se seguiu a manifestações organizadas pelas duas principais figuras de oposição ao governo em apoio a protestos em países vizinhos. O protesto rapidamente se transformou em uma manifestação antigoverno, que deixou dois mortos e vários feridos.
O sistema político complexo e incomum do Irã combina elementos de uma teocracia islâmica com democracia.
Uma rede de instituições não sujeitas a voto popular e controladas pelo altamente poderoso Líder Supremo do país tem como contrapartida um presidente e um Parlamento eleitos pelo povo.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad, eleito em 2005, é um adepto da linha-dura, que prometeu reprimir qualquer protesto contra o regime.
Ele acusou manifestantes de querer "manchar o brilhantismo nacional iraniano".
Arábia Saudita
Um dos países mais insulares e pios do Oriente Médio, a Arábia Saudita deixou de ser um reino desértico e pobre para tornar-se uma das nações mais ricas da região, graças a seus vastos recursos petrolíferos.
Mas seus governantes enfrentam a tarefa delicada de responder a pressões por reforma e, ao mesmo tempo, combater o problema crescente da violência extremista islâmica. A família real saudita sempre tentou preservar a estabilidade na região e reprimir extremistas islâmicos. Movimentos de oposição são proibidos no país.
Regionalmente, o país é importante, com o rei Abullah Bin-Abd-al-Aziz Al Saud visto no mundo árabe como um defensor dos interesses árabes.
Foi para a Arábia Saudita que o líder deposto da Tunísia, Zine al-Abidine Ben Ali, fugiu em janeiro.
Manifestantes em Sanaa, capital do Iêmen
Iêmen
Após dias de protestos, o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou, no dia 2 de fevereiro, que não concorreria a outro mandato, após três décadas no poder.
Ele também disse ao Parlamento que não passaria o poder a seu filho, afirmando: "Nenhuma extensão, nenhuma herança, nenhum cronômetro zerado".
Mas os protestos continuam, com pessoas saindo às ruas nas cidades de Sanaa, Aden e Taiz.
Manifestantes antigoverno pedindo reformas políticas entraram em choque com grupos leais ao governo, e a polícia foi enviada para reprimir manifestações.
O Iêmen é o país mais pobre do mundo árabe, onde quase metade da população vive com menos de US$2 por dia.

Entenda a crise na Grécia e suas implicações



Num momento de protestos populares e instabilidade política, o país deve precisar de mais ajuda econômica da EU. A crise financeira da Grécia pode ter profundas implicações para outros países europeus e para a economia mundial.
Num momento de protestos em Atenas contra as medidas de austeridade impostas pelo governo, o premiê George Papandreou tenta se manter no cargo, após anunciar mudanças no seu gabinete.
O premiê tenta também aprovar novas medidas de contenção de gastos necessárias para que a União Europeia e o FMI continuem efetuando os pagamentos do pacote de resgate que prometeram à Grécia.
A próxima parcela de 12 bilhões de euros (cerca de R$ 27 bilhões) do pacote quase certamente será paga, o que deve sustentar o governo grego por mais algumas semanas. É provável que um segundo pacote seja discutido por ministros das Finanças do bloco europeu neste domingo, mas ainda não está claro quais serão os termos do novo acordo.
Por que a Grécia já precisa de um segundo pacote de resgate?
O pacote original foi aprovado há pouco mais de um ano, em maio de 2010.
A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldades em obter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI. A ideia era dar à Grécia tempo para sanear sua economia, o que reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado.
Mas isso não ocorreu até agora. Pelo contrário: a agência de classificação de risco S&P recentemente deu à Grécia a pior nota de risco do mundo (dentre os países monitorados pela agência).
Assim, o país continua tendo diversas dívidas a serem quitadas, mas não é capaz de obter dinheiro comercialmente para refinanciá-las.
Por que a Grécia está nessa situação?
A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.
Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos - deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008. O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos que refinanciem sua dívida.
O que a Grécia está fazendo para reverter a crise?
A Grécia apresentou planos para cortar seu deficit de maneira escalonada.
Para alcançar isso, o Parlamento grego aprovou em maio um pacote de medidas de austeridade para economizar 4,8 bilhões de euros. O governo quer congelar os salários do setor público e aumentar os impostos e ainda anunciou o aumento do preço da gasolina.
Pretende também aumentar a idade para a aposentadoria, em uma tentativa de economizar dinheiro no sistema de pensões, já sobrecarregado.
A população reagiu com protestos, alguns deles violentos. Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central. Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidas de austeridade como "antipopulares" e "bárbaras".
Por que a Grécia não declara moratória de suas dívidas?
Se o país não fosse membro da zona do euro, talvez fosse tentador declarar a moratória, o que significaria deixar de pagar os juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da dívida.
No caso da Grécia, isso traria enormes dificuldades. As taxas de juros pagas pelos governos da zona do euro têm sido mantidas baixas ante a presunção de que a UE e o Banco Central Europeu proveriam assistência a países da região, justamente para evitar calotes.
Uma moratória grega, além de estimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo, significaria um aumento de custos para empréstimos tomados pelos países menores da UE, sendo que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentos em dia.
Se Irlanda e Portugal seguissem o caminho do calote, os bancos que lhes emprestaram dinheiro seriam afetados, o que elevaria a demanda por fundos do Banco Central Europeu. Por isso, enquanto a Europa conseguir bancar a ajuda aos países com problemas e evitar seu calote, é provável que continue fazendo isso.
Então por que os países europeus não concordam logo com um novo pacote de resgate?
O problema é que o governo alemão quer que os bancos compartilhem as agruras de um segundo resgate. Isso significaria que, em vez de a Grécia tomar dinheiro emprestado da UE para pagar dívidas de vencimento imediato, os bancos teriam de concordar em renegociar essas dívidas, provavelmente em termos mais favoráveis aos gregos.
O governo francês e o Banco Central Europeu advertiram que tal reestruturação da dívida seria considerada por muitos como uma moratória, o que, por sua vez, continuaria dificultando que a Grécia voltasse a tomar empréstimos comercialmente.
Mas governos europeus talvez estejam sendo influenciados pela quantidade de dinheiro que seus próprios bancos já emprestaram aos gregos. A agência de classificação de risco Moody's já declarou que pode rebaixar a nota dos três maiores bancos da França por causa de sua vulnerabilidade à dívida grega.
A crise na Grécia pode se espalhar?
Se a Grécia promover um calote, os problemas podem se espalhar para a Irlanda e Portugal. Mesmo sem uma moratória, ainda pode haver dificuldades, já que os pacotes de resgate oferecidos a esses dois países foram estruturados para ajudar Lisboa e Dublin até que seus governos fossem novamente capazes de obter dinheiro no mercado - como no caso de Atenas.
Um calote grego pode fazer com que investidores questionem se a Irlanda e Portugal não seguirão o mesmo caminho. O problema real diz respeito ao que acontecerá com a Espanha, que só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes.
A economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa. Seria muito mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacote de resgate para um país dessa dimensão.

Mudanças climáticas estão ligadas ao aumento de catástrofes naturais


Seca, inundações, ciclones e incêndios: os desastres climáticos estão mais frequentes e intensos com o aquecimento global provocado por atividades humanas. A tendência é que esta situação se agrave, alerta um relatório da ONU sobre o clima.
Claro que o impacto do aquecimento climático sobre os eventos depende de sua natureza e de sua distribuição, muito desigual, entre as diferentes regiões do mundo. Além disso, o nível de certeza das previsões formuladas por especialistas varia com a quantidade e a qualidade dos dados disponíveis.
Mas centenas de cientistas redigiram este relatório para o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e são contundentes: os eventos climáticos extremos serão, no geral, mais graves e mais frequentes nas próximas décadas, um risco a mais para a maior parte dos habitantes de nosso planeta.
"Este é o maior esforço já realizado para avaliar o modo como as catástrofes estão mudando", afirmou Neville Nicholls, professor da Universidade Monash de Melbourne e coordenador de um dos capítulos deste relatório, que deve ser revisado pela ONU durante a reunião em Kampala, antes da publicação, programada para o dia 18 de novembro.
Esta publicação coincide com uma série de catástrofes naturais devastadoras que suscitaram muitas interrogações e inquietações.
Em 2010, temperaturas recordes favoreceram incêndios que destruíram florestas da Sibéria, enquanto o Paquistão e a Índia sofreram com inundações sem precedentes.
Neste ano, os Estados Unidos registraram um número recorde de desastres, desde o transbordamento do Mississippi e do Missouri até o furacão Irene, passando pela seca terrível que afeta atualmente o Texas.
Na China, regiões inteiras sofrem com secas intensas, enquanto chuvas devastam a América Central e a Tailândia.
Trata-se apenas de anormalidades climáticas momentâneas ou são consequências, profundas e duráveis, do aquecimento global?
A maior parte destes eventos são consequência do aquecimento climático produzido por ação humana: aumento das temperaturas, do teor de água na atmosfera e da temperatura dos oceanos. Todos eles, fatores propícios para agravar e provocar eventos climáticos extremos.
A maior parte destes eventos são consequência do aquecimento climático produzido por ação humana: aumento das temperaturas, do teor de água na atmosfera e da temperatura dos oceanos. Todos eles, fatores propícios para agravar e provocar eventos climáticos extremos.
De acordo com o relatório, apoiado em centenas de estudos publicados nos últimos anos, é quase certo, de 99% a 100%, que a frequência e a magnitude dos recordes de calor diários vai aumentar em escala planetária neste século 21.
E é também muito provável (90% a 100%) que a duração, a frequência e a intensidade das ondas de calor continuarão a aumentar em quase todas as regiões.
Os picos de temperatura vão provavelmente (66% a 100% de certeza) aumentar em relação ao fim do século 20, até 3°C em 2050 e 5°C até 2100.
Muitas áreas, particularmente os trópicos e as latitudes elevadas, vão enfrentar chuvas e neves mais intensas. Paralelamente as secas vão se agravar em outros pontos do globo, em especial no Mediterrâneo, na Europa Central, na América do Norte, no nordeste do Brasil e na África austral.
O aumento do nível dos mares e da temperatura das águas vai provocar ciclones mais destrutivos, enquanto o derretimento das geleiras e do permafrost, combinada com mais precipitações, poderá provocar mais deslizamentos, diz o IPCC. 

Cientistas debatem nova definição de tempo e GMT pode virar história



 Cinquenta cientistas de todo o mundo se reúnem a partir desta quinta-feira a portas fechadas, a noroeste de Londres, convocados pela prestigiosa Royal Society para debater uma nova definição de tempo, que pode fazer o horário GMT constar apenas dos livros de história.
O tema provoca comoção na imprensa britânica. Para o jornal Sunday Times é a "perda do horário GMT, símbolo durante mais de 120 anos do papel de superpotência da Grã-Bretanha vitoriana".
O Greenwich Mean Time, baseado no primeiro meridiano de Greenwich, se tornou a referência mundial do tempo em uma conferência celebrada em 1884 em Washington.
"Compreendemos que o Reino Unido tenha este sentimento de perda", declarou Elisa Felicitas Arias, diretora do Departamento de Tempo do Escritório Internacional de Pesos e Medidas, organismo com sede em Sevres, nas proximidades de Paris, responsável por definir o quilo e o metro.
A nova definição propõe a libertação total do tempo "solar", baseado na rotação da Terra e medido pelos astrônomos há mais de 200 anos a partir do meridiano de Greenwich.
Na realidade, há 40 anos o mundo não é gerenciado pelo horário GMT, que continua sendo a hora oficial da Grã-Bretanha e ainda é utilizado amplamente no mundo como referência.
Uma conferência internacional adotou em 1972 o "Tempo Universal Coordenado" (UTC), calculado em 70 laboratórios do mundo por 400 relógios "atômicos" (batizados assim porque o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio).
Uma conferência internacional adotou em 1972 o "Tempo Universal Coordenado" (UTC), calculado em 70 laboratórios do mundo por 400 relógios "atômicos" (batizados assim porque o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio)
O tempo atômico tem a vantagem de ser muito mais preciso, mas difere por frações de segundo do tempo definido pela rotação da Terra.
Atualmente, para guardar a correlação com rotação terrestre, um "segundo intercalado" é acrescentado aproximadamente a cada ano.
E agora os cientistas propõem suprimir este segundo, abandonando com isto a correlação com o horário GMT.
A mudança é necessária em consequência do funcionamento das redes de telecomunicações ou de navegação com a ajuda dos satélites através do GPS.
"Estas redes precisam de uma sincronização do nível do nanosegundo", explica Arias.
E como alguns sistemas aplicam o "salto" de um segundo e outros não, a interoperabilidade se vê comprometida.
"Começaram a ser criadas escalas de tempo paralelas. Imaginem um mundo com duas ou três definições do quilo", afirma Arias, alarmada.
Uma recomendação que propõe suprimir o segundo intercalado será submetida em janeiro à votação da União Internacional de Telecomunicações em Genebra.
Se o texto for aprovado, o tempo atômico se afastará progressivamente do tempo solar, ao ritmo de um minuto a cada 60 a 90 anos, e de uma hora a cada 600 anos.
Diante das dúvidas, a conferência da Royal Society, a academia de ciências britânica, pode deixar aberta a possibilidade de ajustes futuros.
"A conferência pode refletir outra maneira de correlacionar o tempo de rotação da Terra", sugere Arias.
Uma possibilidade é adicionar uma hora a cada 600 anos."Depois de tudo, pulamos uma hora como no horário de verão".