Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

GMT
É uma sigla para Greenwich Mean Time, que em português significa Hora Média de Greenwich (mais comummente chamado de Hora de Greenwich), e é conhecido como o marcador oficial de tempo. O fuso horário é contabilizado a partir do meridiano de Greenwhich.

O Meridiano de Greenwich
É o meridiano que passa sobre a localidade de Greenwich (nos arredores de Londres, Reino Unido) e que, por convenção, divide o globo terrestre em ocidente e oriente, permitindo medir a longitude. Definido como o primeiro meridiano serve de referência para estabelecer a relação entre as horas em qualquer ponto da superfície terrestre, estabelecendo os fusos horários. Esse meridiano atravessa dois continentes e oito países. (na Europa: Reino Unido, França, Portugal e Espanha; e na África: Argélia, Mali, Burkina Faso e Gana). Seu anti-meridiano cruza uma parte da Rússia no estreito de Behring e uma das ilhas do arquipélago de Fiji, no Oceano Pacífico.

O termo "meridiano"
Vem do latim meridies, que significa, literalmente, "linha que une os lugares que têm o meio-dia ao mesmo tempo" ou, apenas, "a linha do meio-dia". Ficará claro, portanto, por que um meridiano geográfico, ou linha do meio-dia, não é um círculo máximo, mas sim um semicírculo máximo, ou arco de 180 graus. O Sol cruza um dado meridiano a meio caminho entre a hora do nascer-do-Sol e a do pôr-do-sol naquele meridiano; no meridiano oposto, ou antimeridiano, é meia-noite. A mesma raiz latina deu origem aos termos Ante Meridiem (AM), antes do meio-dia, e Post Meridiem (PM), depois do meio-dia).

O observatório de Greenwich em Londres
É divido pelo meridiano. Daí o nome Meridiano de Greenwhich, sendo que a latitude em Greenwhich é que é zero, mas a latitude não é. A litutude zero com a longitude zero encontra-se no Oceano Atlântico, mais aproxidamente perto de Gana (África).

UTC (sigla de Universal Time, Coordinated)
Também conhecido como tempo civil, é o fuso de referência a partir do qual se calculam todas as outras zonas horárias do mundo. É o sucessor do Tempo Médio de Greenwich (Greenwich Mean Time), abreviadamente GMT. A nova denominação foi cunhada, no dia 1 de Janeiro de 1972, para eliminar a inclusão de uma localização específica num padrão internacional, assim como para basear a medida do tempo nos padrões atômicos, mais do que nos celestes.

O fuso horário no Brasil
Nas regiões sudeste, sul e nordeste) é UTC - 3 e na região norte é UTC - 4. Para se descobrir o horário oficial do meridiano basta somente olhar em seu relógio agora e acrescentar mais 3 horas.

Relógio de Sol
Foi a partir da observação de fenômenos que se repetiam em ciclos constantes e leis imutáveis que guiavam os astros, que apareceram os primeiros astrônomos e por certo foram eles os primeiros homens a se preocuparem com a medição do tempo. A ciência de medir o tempo ligou-se de uma forma lógica à astronomia, que atraiu, nas primeiras civilizações, os homens de ciência mais proeminentes. Desse modo Astrônomos, Físicos, Matemáticos, Sacerdotes, Médicos e Filosóficos se preocuparam com a criação de instrumentos que pudessem assinalar o transcorrer do tempo. Primitivamente, o homem passou a dividir o tempo em noite e dia. O passo seguinte foi o fracionamento do período diurno em certo número de partes, que podemos chamar de horas, e isto foi possível graças à movimentação da sombra dos corpos iluminados pelo Sol.

CANAL DO PANAMÁ Linha do tempo:

1881 - A Compagnie Universelle du Canal Interocéanique, empresa francesa, inicia as escavações do Canal graças a uma concessão da Colômbia, dona das terras na época.

1914 - O Canal do Panamá é inaugurado pelos EUA. Eles apoiaram a independência do Panamá e assumiram as obras após os franceses abandonarem o barco em 1898.

1979 - Acaba o contrato que dava aos EUA o controle exclusivo do Canal. A partir de 1979, eles passaram a dividir a administração com o Panamá.

1999 - O Panamá finalmente assume o controle total sobre o principal atalho marítimo do mundo, conforme acordo assinado com os EUA em 1977.

2005 - Em apenas cinco anos, o Canal rende 3,3 bilhões de reais ao Panamá! Um navio cargueiro pode pegar até 500 mil reais para atravessá-lo.

2025 - Deverá ser inaugurada a ampliação do Canal, que será capaz de receber supercargueiros com 49m de largura e 365m de comprimento.

PANAMÁ

Antes da chegada dos espanhóis, a região do Panamá era habitada por índios da cultura chibcha que foram quase dizimados pelos co0lonizadores.

Para tornarem-se independentes da Espanha, Panamá e Colômbia uniram-se em 1821, e só em 1903, com rebelião apoiada pelos Estados Unidos, é que voltaram a ser separados.

Em 1914 do EUA inauguraram o canal e, para se manterem no controle, paragam ao Panamá uma determinada anuidade.

Em 1968, o general Omar Torrijos assumiu o poder por meio de golpe militar. Em 1981, Torrijos morre num acidente aéreo suspeito, deixando o cargo para Manuel Antonio Noriega, general que, em 1989, anulou a eleição na qual Guillermo Endara, seu oposicionista havia vencido. Os EUA, então, invadiram o país e prenderam Noriega, deixando Endara no seu lugar.

Conforme o contrato, em 1999 os EUA entregam o controle do canal ao Panamá.

TERREMOTOS

Um terremoto é um tremor de terra que pode durar segundos ou minutos. Ele é provocado por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha (as placas tectônicas). O tremor de terra ocasionado por esses movimentos é também chamado de "abalo sísmico".



Essas placas se movimentam lenta e continuamente sobre uma camada de rocha parcialmente derretida, ocasionando um contínuo processo de pressão e deformação nas grandes massas de rocha.



Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acúmulo de pressão que provoca um movimento brusco. Há três tipos de movimentos: convergente (quando duas se chocam), divergente (quando se movimentam em direções contrárias) e transformante (separa placas que estão se deslocando lateralmente).



Alterações no relevo



Os movimentos convergente e divergente das placas provoca alterações no relevo. A cada choque, a placa que apresenta menor viscosidade (mais aquecida) afunda sob a mais viscosa (menos aquecida). A parte que penetra tem o nome de zona de subducção.

No oeste da América do Sul, por exemplo, o afundamento da placa de Nazca sob a placa continental originou a cordilheira dos Andes.


Medição

Os sismógrafos são instrumentos utilizados para registrar a hora, a duração e a amplitude de vibrações dentro da Terra e do solo.

Eles são formados por um corpo pesado pendente a uma mola, que é presa a um braço de um suporte preso num leito de rocha. Se a crosta terrestre é abalada por um terremoto, o cilindro se move e o pêndulo, pela inércia, se mantém imóvel e registra em um papel fotográfico as vibrações do solo.





Os terremotos são classificados principalmente pela escala de Richter, fórmula matemática que determina a largura das ondas.

A escala de Richter não tem limite máximo. De forma geral, terremotos com magnitudes de 3.5 ou menos são raramente percebidos; de 3.5 a 6.0 são sentidos e causam poucos danos; entre 6.1 e 6.9, podem ser destrutivos e causar danos em um raio de cem quilômetros do epicentro; entre 7.0 e 7.9, causam danos sérios em áreas maiores; e de 8 em diante são destrutivos por um raio de centenas de quilômetros.

Há também a escala Mercalli, menos usada, com valores que vão de zero a 12 pontos. Menos precisa, a escala classifica os terremotos de acordo com o seu efeito sobre construções e estruturas.

No Brasil

O Brasil fica em cima de uma grande e única placa tectônica, ao contrário de outros países como os Estados Unidos e Japão. Nesses locais, existe o encontro de duas ou mais placas. As falhas entre elas são, normalmente, os locais onde acontecem os terremotos maiores.

No Brasil, as falhas são apenas pequenas rachaduras causadas pelo desgaste na placa tectônica, que levam a pequenos tremores como os que aconteceram em Brasília (DF), em 2000, em Porto dos Gaúchos (MT), o mais recente, em 1998, e em João Câmara (RN), em 1986 e em 1989.

Além disso, em alguns Estados brasileiros são registrados tremores de terra. Os abalos são reflexos de terremotos com epicentro em outros países da América Latina.

VULCÕES

O vulcão é uma fissura na crosta terrestre, sobre o qual se acumula material vulcânico. Sua forma, muitas vezes cônica, é resultado da deposição de matéria fundida que se solidifica, lançada do interior da Terra através da cratera.

Os vulcões estão associados à atividade tectônica. A maioria deles ocorre nas margens de enormes placas que formam a litosfera, a camada superficial da Terra. Já os vulcões que se formam no meio de platôs são uma importante evidência da direção e da velocidade que a placa se movimenta.

Os vulcões podem ser classificados de acordo com seu tipo de erupção e organizados pela capacidade de explosão. O tipo de erupção também possui um importante papel na evolução da forma do vulcão.

Menos erupções explosivas envolvem o derramamento de magma basáltico de baixa viscosidade e pouco conteúdo gasoso. Erupções explosivas envolvem magma mais viscoso e com mais gases.

Estados de atividade vulcânica

Alguns vulcões são mais ativos que outros. Hoje, apenas alguns estão em estado permanente de erupção, como o Stromboli, nas ilhas Lipari, perto da Sicília (Itália), e o Izalco, em El Salvador.

Outros vulcões em constante atividade são encontrados no chamado "Anel de Fogo", que cerca o oceano Pacífico. Um cinturão similar nas Américas Central e do Sul inclui Cuilapa Miravalles, na Costa Rica, e Sangay e Cotopaxi, no Equador.

Outros vulcões, como o Vesúvio, continuam em estado moderado de atividade por períodos mais ou menos longos e então adormecem por meses ou anos. O Atitlán, na Guatemala, permaneceu ativo por cerca de 300 anos antes de 1843 — desde então, está inativo.

A erupção que se sucede ao período de dormência é geralmente violento, como o registrado em 1980 no monte Saint Helens, nos Estados Unidos, depois de 123 anos de inatividade. A forte explosão do monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, aconteceu depois de seis séculos de dormência.

A erupção

O termo lava é aplicado ao magma fundido depois que atinge a superfície.

Durante a erupção, a lava é carregada de vapor e gases, como dióxido de carbono, hidrogênio, monóxido de carbono e dióxido de enxofre, os quais escapam continuamente da lava em explosões violentas. Uma nuvem densa costuma se formar sobre o vulcão.

Porções de lava são lançadas para cima, formando uma fonte ardente de gotículas e fragmentos incandescentes. Essas partículas caem como uma chuva no lado externo do cone ou dentro da cratera, de onde são novamente lançadas para fora.

Aos poucos, a lava sobe pela fissura e ultrapassa a borda da cratera como uma massa pastosa, o que caracteriza a crise, ou ponto crucial, da erupção. Depois da expulsão final do material fragmentado, o vulcão pode retornar a um estado de dormência.

Sob certas circunstâncias, em vez de lançar de uma fenda central, a lava escorre ao longo de fissuras verticais, as quais podem se estender por vários quilômetros pela superfície do solo. Correntes desse tipo criam camadas grossas de basalto, que cobrem centenas de quilômetros quadrados.

Resfriamento

Por um longo período depois que a erupção cessa, um vulcão continua a emitir gases ácidos e vapor, no chamado "estágio de vapores". Eventualmente, os últimos traços de calor podem desaparecer, e jatos de água quente podem surgir do vulcão e do solo nas proximidades.

Inatividade

Depois de se tornar inativo, o vulcão passa por uma redução progressiva de tamanho pela erosão causada pela água corrente, glaciares, vento e ondas. Finalmente, o vulcão pode ser completamente destruído, sobrando apenas o tubo vulcânico, ou seja, uma "chaminé" preenchida com lava ou material fragmentado e que se estende da superfície terrestre à reserva de lava.

Conseqüências

Os vulcões afetam a humanidade de diversas maneiras. Seu poder destrutivo é terrível, mas o risco envolvido pode ser reduzido quando as pistas são reconhecidas.

Apesar da força destruidora, o vulcanismo fornece solos férteis, depósitos de minerais e energia geotérmica. Ao longo dos anos, os vulcões reciclam a hidrosfera e a atmosfera terrestres.

OS POVOS BRASILEIROS

PORTUGUESES

A etnia mais representativa entre os que imigraram para o Brasil são os portugueses que, desde 1500, com a chegada de Cabral em terras brasileiras até a década de 1950, quando esse movimento migratório diminuiu, espalharam-se por todo o País. As cidades que acolheram maior quantidade de imigrantes lusitanos foram São Paulo e Rio de Janeiro.

ITALIANOS
Navio abarrotado de imigrantes italianos
A segunda etnia mais numerosa de imigrantes para o Brasil começou a chegar a partir da década de 1870, período em que a Itália enfrentava graves dificuldades nas áreas rurais por conta da crescente industrialização do norte desse país. Os italianos se instalaram principalmente em São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas também foram recebidos em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, onde existem importantes colônias de italianos e de seus descendentes.

ESPANHÓIS
Imigrante espanhol no comércio de ferro-velho em São Paulo, nos anos de 1950. Acervo Museu da Imigração - SP
Fugindo das dificuldades econômicas pelas quais a Espanha passava, os espanhóis começam a chegar em 1870, tendo intensificado o seu movimento migratório entre 1880 a 1890. Hoje figuram como a terceira etnia mais numerosa a migrar para o Brasil, tendo sua maior concentração no Estado de São Paulo.

ALEMÃES

Pintura retratando a chegada dos primeiros Imigrantes alemães ao Brasil, Rio Grande do Sul, 1824
As primeiras colônias de imigrantes alemães foram fundadas no Rio Grande do Sul. A primeira delas em 1824, onde hoje é a cidade de São Leopoldo. O objetivo era colonizar a região e desenvolver a agricultura. A imigração alemã se realizou de forma contínua por mais de um século (1824-1937). Após terem massacrado os caboclos na “guerra” do Contestado, após terem tomado posse de suas terras no acordo de limites com o Paraná em 1918 e encerrada a Primeira Guerra Mundial, o governo imperial e os governos locais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul deram início ao processo de colonização do Contestado e arredores. Tendo desterrado os caboclos brasileiros, ofereceram milhões de hectares a famílias de imigrantes europeus e a egressos de colônias mais antigas, a maioria era de origem alemã.

POLONESES

No final do século XVIII a Polônia sofreu diversas invasões da Rússia, Prússia e Áustria. Sua economia encontrava-se prejudicada pela concorrência dos cereais exportados pelos Estados Unidos e Canadá. Em razão desse cenário, mais de 3,6 milhões de poloneses migraram para outros países. Nesse período, o Brasil recebeu 100 mil poloneses que se estabeleceram, principalmente, no Paraná. Os poloneses que aqui vieram, o fizeram a convite do governo brasileiro que desejava ocupar as terras da região Sul do País, em especial aquelas que foram confiscadas dos caboclos brasileiros no acordo de limites, assinado em 1918, entre Santa Catarina e Paraná.

UCRANIANOS

Em 1891, chegaram ao Paraná os primeiros imigrantes ucranianos, atraídos pelas vantagens oferecidas pelo governo do Brasil e pelo desejo de escapar dos inúmeros conflitos que ocorriam em sua terra natal. Começaram se estabelecendo no Paraná e, em seguida, foram se fixando em terras catarinenses, gaúchas e paulistas. Esses imigrantes também foram beneficiados como a expulsão dos caboclos na região do Contestado.

JUDEUS
Família imigrante de origem judaica em São Paulo, na década de 1920 Acervo Museu da Imigração - SP
A constituição brasileira de 1891 permitiu o livre culto religioso no Brasil. Isso por si só já foi motivo para intensificar a imigração dessa etnia para o País. No entanto, após a ascensão do nazismo em 1933, os judeus procuraram se estabelecer nas Américas. Eles vieram de diversas partes do mundo, Marrocos, Polônia, Rússia, Turquia, Grécia e Alemanha e outros. No Brasil, habitaram as zonas urbanas e desenvolveram atividades ligadas a serviços comércio.

SÍRIOS E LIBANESES

As perseguições políticas ocasionadas pela dominação do Império Turco-Otomano, e as decorrentes dificuldades econômicas do final do século XIX, fizeram com que grandes grupos de sírios e libaneses fugissem de suas regiões de origem. No Brasil, ficaram conhecidos como “turcos”, denominação que não corresponde as suas origens, já que vieram da Síria e do Líbano.

JAPONESES
Os primeiros imigrantes japoneses (ao todo, 781 pessoas) que desembarcaram no país chegaram ao Porto de Santos em 1908, trazidos pelo navio Kasato-Maru, dando início à grande imigração japonesa, que se prolongou até a década de 50 e transformou o Brasil na nação com a maior população japonesa fora do Japão. Grande parte dos imigrantes japoneses se instalou no estado de São Paulo, mas há outros importantes núcleos no Paraná, Pará e Mato Grosso do Sul.

Cronologia da imigração japonesa

Os principais fatos da imigração,
do acordo para trazer os trabalhadores
no começo do século 20 ao fim do ciclo nos anos 70


1907

O acordo
Brasil publica a Lei da Imigração e Colonização, que dá autonomia aos Estados de definir como receberão os imigrantes do Japão, país que passa por problemas populacionais e econômicos. Em novembro, Ryu Mizuno, presidente da Companhia de Emigração Imperial, fecha acordo com o secretário da Agricultura de São Paulo para o envio de 3 mil japoneses em três anos.


1908

A primeira viagem
O navio Kasato Maru parte do porto de Kobe levando 781 pessoas, sendo que 48 foram sozinhas e 733 vieram acompanhadas dos familiares. Cada família deveria cumprir a exigência de levar pelo menos três pessoas maiores de 12 anos, que estariam em condições para o trabalho na lavoura. Em São Paulo, são recebidos na Hospedaria dos Imigrantes, onde são distribuidos para trabalhar nas lavouras cafeeiras


1925

O auge da imigração
No período de 1925 a 1935, chegam ao Brasil quase 140 mil imigrantes japoneses


1935

O limite
Lei dos 2% limita a entrada de imigrantes no Brasil a 2.849 pessoas por ano


1942

2ª Guerra Mundial

Durante a 2º Guerra Mundial a imigração é interrompida

1950

A retomada
Nos anos 50, enfrentando problemas populacionais, os japoneses retomam a imigração


1960

Crescimento econômico
Com a crescente indústria no Japão, surgem ofertas de emprego no próprio país, freando o processo migratório.


1973

A última viagem

Último navio com emigrantes chega ao Brasil e deixa 205 japoneses.

NÚVENS

1. Definição de nuvens

Nuvem é a umidade do ar condensada. É um conjunto visível em suspensão na atmosfera, constituído de partículas minúsculas de água líquida ou de gelo, ou de ambas ao mesmo tempo, mas que pode conter também partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais, de fumaça ou de poeira.

São freqüentes, mas se encontram em constante mudança de dimensão, forma, estrutura, textura, número etc. a classificação das nuvens dependem desses aspectos, bem como da distribuição no espaço das partículas que a constituem, da intensidade e da cor da luz que nela incide e da posição do observador e da luz solar ou lunar.

2. Formação das nuvens

Dá-se durante o processo de resfriamento do ar até a condensação da água ocasionada pela subida e expansão do ar. Quando uma massa de ar sobe para níveis onde a pressão atmosférica é cada vez menor e o volume de ar se expande e requer energia. Essa energia é absorvida do calor da massa de ar. Isso faz com que a temperatura caia. A esse fenômeno dá-se o nome de resfriamento adiabático.

3. Classificação das nuvens

A) Tipos de nuvens

a) Estratiformes: quando se desenvolve horizontalmente, cobrindo grande área. Estas nuvens possuem pouca espessura e a precipitação ocorre de forma leve e contínua.

b) Cumuliformes : quando apresentam um desenvolvimento vertical em grande extensão. São nuvens que surgem isoladas, em forte precipitação com pancadas e localizadas.

Também podem ser:

a) Líquidas : quando são constituídas por gotículas de água

b) Sólidas : quando constituídas por cristais de gelo

Convencionalmente, a parte da atmosfera em que as nuvens se apresentam habitualmente foi dividida verticalmente em três camadas: a superior, a média e a inferior. Para essas camadas, o Altas Internacional de Nuvens da Organização Meteorológica Mundial, OMM, definiu três estágios das nuvens:

a) Nuvens Altas: base acima de 6 km de altura - sólidas (Cirrus, Cirrocumulus e Cirrostratus);

b) Nuvens Médias: base entre 2 a 4 km de altura nos pólos, entre 2 a 7 km em latitudes médias, e entre 2 a 8 km no equador - líquidas e mistas (Altocumulus);

c) Nuvens Baixas: base até 2 km de altura - líquidas (Stratocumulus e Stratus).
B) Principais gêneros de nuvens

Cirrus - Nuvens isoladas com a forma de filamentos broncos e delicados, ou de bancos, ou de faixas estreitas, brancas ou em sua maioria brancas. Estas nuvens têm um aspecto fibroso (cabeludo) ou um brilho sedoso, ou ambas as coisas.

Cirrocumulus - Lençol ou c amada fina de nuvens brancas, sem sombra própria, composta de pequeníssimos elementos em forma de grãos, rugas, etc., soldados ou não, e dispostos mais ou menos regularmente;

Cirrostratus - Véu de nuvens transparente e esbranquiçado, de aspecto fibroso (cabeludo) ou liso, cobrindo inteiramente ou parcialmente o céu, e dando geralmente lugar a fenômenos de halo.

Altocumulus - Lençol ou c amada de nuvens brancas e/ou cinzentas, apresentando geralmente sombras próprias, compostos de pequenas lâminas, seixos, rolos, etc., de aspecto muitas vezes parcialmente fibroso ou difuso, soldados ou não;

Altostratus - Lençol ou c amada de nuvens acinzentada ou azulada, de aspecto estriado, fibroso ou uniforme, cobrindo inteiramente ou parcialmente o céu, e podendo apresentar partes suficientemente finas que deixam ver o sol, embora vagamente, como se fosse através de um vidro despolido.

Nimbostratus - Lençol ou c amada de nuvens cinzenta, muitas vezes sombria, cujo aspecto torna-se velado em conseqüência das pancadas mais ou menos contínuas de chuva ou de neve que, na maioria dos casos, atingem o solo. A espessura desta camada é, em toda a sua extensão, suficiente para esconder completamente o Sol. Existem freqüentemente abaixo desta camada nuvens esfarrapadas.

Stratocumulus - Lençol ou camada de nuvens cinzentas e/ou esbranquiçadas, tendo quase sempre partes sombrias, compostas de mosaicos, seixos, rolos etc.; a maioria dos pequenos elementos dispostos regularmente tem a largura aparente superior a cinco graus.

Stratus - Camada de nuvens geralmente cinzenta, com base uniforme, podendo dar lugar a chuviscos, prismas de gelo ou grãos de neve. Quando o sol é visível através da camada, seu contorno torna-se nitidamente visível. Não dão lugar a fenômenos de halo, salvo, eventualmente, a temperaturas muito baixas.

Cumulus - Nuvens isoladas, geralmente densas e de contorno bem delineado, desenvolvendo-se verticalmente em forma de mamelões, de domos ou de torres, e cuja região superior, apresentando várias intumescências, assemelha-se, muitas vezes, a uma couve-flor. As partes destas nuvens iluminadas pelo Sol são, muitas vezes, de um branco ofuscante; sua base, relativamente sombria, é sensivelmente horizontal.

Cumulonimbus - Nuvens densas e potentes, de considerável dimensão vertical, em forma de montanha ou de enormes torres. Uma de sua região superior é geralmente lisa, fibrosa ou estriada, e quase sempre achatada, expandindo-se, muitas vezes, em forma de bigorna ou de um grande penacho. Em baixo da base desta nuvem, comumente muito escura, podem existir nuvens baixas, ligadas ou não a ela, e precipitações, comumente sob a forma de "virga".

C) Espécies de nuvens

Fibratus - Nuvens isoladas ou véu fino de nuvens, compostas de filamentos sensivelmente retilíneos ou encurvados mais ou menos irregularmente, e que não são terminados em ganchos ou flocos. (Cirrus e Cirrostratus).

Uncinus - Cirrus, muitas vezes em forma de vírgulas terminados em ganchos, ou par flocos cuja parte superior não tem a forma de protuberância arredondada.

Spissatus - Cirrus cuja espessura é suficiente para que pareçam cinzentos quando situados na direção do Sol.

Castellanus - Nuvens que apresentam, pelo menos em alguma parte da região superior, protuberâncias cumuliformes em forma de pequenas torres, o que dá geralmente a estas nuvens um aspecto denteado. Essas pequenas torres, das quais algumas são mais altas que largas, repousam sobre uma base comum e parecem dispostas em linha. (Cirrus, Cirrocumulus, Altocumulus e Stratocumulus).

Floccus - Cada elemento da nuvem é constituído por um pequeno floco de aspecto cumuliforme cuja parte inferior, mais ou menos esfarrapada, é comumente acompanhada de virga. (Cirrus, Cirrocumulus e Altocumulus).

Stratiformis - Nuvens expandidas em camadas, ou em lençol horizontal de grande extensão. (Altocumulus, Stratocumulus, e Cirrocumulus).

Nebulosus - Nuvem com aspecto de uma camada ou de um véu nebuloso, não apresentando detalhes aparentes. (Cirrostratus e Stratus).

Lenticulans - Nuvens em forma de lentes ou amêndoas, geralmente bastante alongadas e cujos contornos estão normalmente bem delimitados; aparecem, muitas vezes, na formação de nuvens de origem orográficas, mas elas podem igualmente ser observadas em cima de regiões sem orografia acentuada. Este (Cirrocumulus, Altocumulus e Stratocumulus).

Fractus - Nuvens em forma de farrapos irregulares, tendo um aspecto nitidamente dilacerado. (Stratus e Cumulus).

Humilis - Cumulus com pequena dimensão vertical. Geralmente parecem achatados.
Um aspecto de vértebras, de costelas ou de um esqueleto de peixe. (Cirrus).

Mediocris - Cumulus de dimensão vertical moderada e cujos cumes apresentam protuberâncias pouco desenvolvidas.

Congestus - Cumulus apresentando protuberâncias fortemente desenvolvidas e tendo comumente uma dimensão vertical grande; tem freqüentemente o aspecto de uma couve-flor.

Calvus - Cumulonimbus no qual algumas protuberâncias que começaram a perder seus contornos cumuliformes. As protuberâncias e as intumescências tendem a formar uma massa esbranquiçada, com estrias mais ou menos verticais.

Capillatus - F reqüentemente com a forma de uma bigorna, de um penacho ou de uma vasta cabeleira mais ou menos desordenada, este tipo de nuvem dá geralmente lugar à pancadas de chuva ou a trovoadas acompanhadas freqüentemente de borrascas e, às vezes, de saraiva.

D) Variedade de nuvens

Intortus - Cirrus cujos filamentos estão encurvados muito irregularmente e parecem, muitas vezes, emaranhados de maneira caprichosa.

Undulatus - L ençóis ou camadas apresentando ondulações.
Radiatus - Nuvens apresentando faixas paralelas ou dispostas em faixas paralelas que, em conseqüência do efeito da perspectiva, parecem convergir para um ponto do horizonte ou, quando as faixas atravessam inteiramente o céu, para dois pontos opostos do horizonte.

Lacunosus - Nuvens geralmente muito delicadas, caracterizadas pela presença de filtros límpidos e arredondados, distribuídos de maneira mais ou menos regular.

Duplicatus - Nuvens superpostas, situadas em níveis próximos e às vezes parcialmente soldadas.

Translucidus - Nuvens em bancos extensos, lençóis ou camadas, sendo suficientemente translúcidas em sua maior parte, deixando aparecer a posição do Sol e da Lua.

Perlucidus - Nuvens em banco extenso, lençol ou camada, apresentando entre os seus elementos interstícios bem pronunciados, mas às vezes muito pequenos. Esses interstícios permitem perceber o Sol, a Lua, o azul do céu ou as nuvens situadas por cima delas.

Opacus - Nuvens em banco extenso, lençol ou camada, cuja maior porte é suficientemente opaca para esconder totalmente o Sol ou a Lua.

E) Particularidades das nuvens

Incus - E m forma de bigorna, de aspecto liso, fibroso ou estriado.

Mamma - Protuberâncias pendentes da superfície inferior de urna nuvem, com o aspecto de mamas. (Cirrus, Cirrocumulus, Altocumulus, Altostratus, Stratocumulus e Cumulonimbus).

Virga - Rastos de precipitações verticais ou oblíquas, contíguos à superfície inferior de uma nuvem e que não atingem a superfície da terra. (Cirrocumulus, Altocumulus, Altostratus, Nimbostratus, Stratocumulus, Cumulus e Cumulonimbus).

Praecipitatio - Precipitações (chuva, garoa, neve, pelotas de gelo, saraiva etc.) caindo de uma nuvem e atingindo a superfície da terra. (Altostratus, Nimbostratus, Stratocumulus, Stratus, Cumulus e Cumulonimbus).

Arcus - Rolo horizontal, denso, tendo as bordas mais ou menos esfiapadas, situado antes da parte inferior de certas nuvens, e que toma, quando se expande, o aspecto de um arco sombrio e ameaçador. (Cumulonimbus e, às vezes, Cumulus).

Tuba - Coluna ou cone de nuvens invertido em forma de funil, saindo da base de uma nuvem; constitui a manifestação nebulosa de um turbilhão de ventos mais ou menos intensos. (Cumulus).

Pileus - Nuvem anexa de fraca dimensão horizontal, em forma de gorro ou capuz. (aparece com os Cumulus e os Cumulonimbus).

Velum - Véu de nuvem anexo, de grande extensão horizontal, situado por cima dos topos de uma ou de várias nuvens cumuliformes ou contíguo às regiões superiores que, muitas vezes, o transpassa. (aparece com os Cumulus e os Cumulonimbus).

Pannus - Fragmentos esfarrapados que, constituindo às vezes uma camada contínua, aparecem por baixo de uma outra nuvem. (aparece com os Altostratus, Nimbostratus, Cumulus e Cumulonimbus).

F) Nuvens orográficas

As nuvens orográficas podem se formar numa corrente de ar que transpõe uma colina, uma montanha isolada ou uma cordilheira, embaixo, no nível ou por cima da parte mais alta do obstáculo. Pertencem, mais freqüentemente, aos gêneros Altocumulus, Stratocumulus e Cumulus. Estando associadas ao relevo terrestre, têm, geralmente, um movimento de conjunto nulo ou muito lento, ainda que o vento ao nível das nuvens possa ser muito forte.

Em certos casos, a velocidade do vento pode ser posta em evidência pelo movimento de certos detalhes apreciáveis, como, por exemplo, o dos elementos isolados que são arrastados de um extremo ao outro da nuvem.

As nuvens deste tipo geralmente não produzem precipitações e, quando as produzem, são sempre muito fracas. As colinas ou as montanhas altas podem produzir a formação, na vertente "exposta ao vento", de nuvens de grande extensão horizontal e que dão lugar a precipitações. As nuvens orográficas coroam a crista da montanha e se dissolvem imediatamente, longe dela.
G) Nuvens nacaradas

As nuvens nacaradas assemelham-se aos Cirrus ou Altocumulus em forma de lentes. As cores das irisações têm seu brilho máximo quando o Sol se encontra a alguns graus abaixo do horizonte. A constituição física das nuvens nacaradas é ainda desconhecida, mas há a hipótese de que constituídas por minúsculas gotículas de água ou por partículas esféricas de gelo. As nuvens nacaradas são raras. Foram observadas principalmente na Escócia, na Escandinávia, na França e no Alasca. Medidas efetuadas nas nuvens nacaradas, observadas no sul da Noruega, mostraram se encontravam em altitudes compreendidas entre 21 e 30 quilômetros.

H) Nuvens noturnas luminosas

As nuvens noturnas luminosas se parecem com os Cirrus tênues, mas geralmente apresentam uma coloração azulada ou prateada, algumas vezes alaranjada ou vermelha; destacam-se sobre o fundo escuro do céu noturno. A constituição física dessas nuvens é ainda desconhecida, mas há certas razões para se pensar que sejam constituídas por poeiras cósmicas muito finas. As nuvens noturnas luminosas só foram observadas muito raramente e na parte setentrional da zona de latitude média do Hemisfério Norte, durante os meses de verão, quando o Sol se encontrava entre 5 e 13 graus abaixo do horizonte. As medições realizadas mostraram que estas nuvens se encontravam em altitudes compreendidas entre 75 e 90 quilômetros.

I) Rastos de condensação

Os rastos de condensação são nuvens que se formam no rasto de um avião quando a atmosfera, ao nível do vôo, está suficientemente fria e úmida. Quando de formação recente, tem o aspecto de riscos broncos brilhantes; mas, ao fim de pouco tempo, apresentam intumescências pendentes, com a forma de cogumelos invertidos. O fator principal que intervém na formação dos rastos de condensação é o resfriamento dos gases de escoamento que, em conseqüência da combustão do carburante, tem um forte teor de vapor de água. Rastos fugazes formam-se, às vezes, como conseqüência da expansão do ar nos remoinhos das extremidades das pás das hélices e das asas.

J) Nuvens de incêndios

Os produtos da combustão provenientes dos grandes incêndios (por exemplo, incêndios das florestas ou incêndios de depósitos de petróleo) tomam freqüentemente o aspecto de nuvens densas, sombrias, apresentando intumescências e parecendo nuvens de convecção fortemente desenvolvidas, das quais se distinguem, não obstante, pela rapidez do seu desenvolvimento e pela sua cor escura. Os produtos da combustão, como os que provêm dos incêndios de florestas ou das grandes queimadas das matas tropicais, podem ser arrastados pelo vento a grandes distâncias do lugar de origem. Tomam o aspecto de véus estratiformes pouco espessos e de matiz característico, produzindo, às vezes, uma tonalidade azul que encobre o Sol ou a Lua.

K) Nuvens de erupções vulcânicas

As nuvens formadas pelas erupções vulcânicas. Podem expandir-se a grandes altitudes e cobrir grandes regiões, neste caso, o céu apresenta uma coloração característica, capaz de subsistir por várias semanas. As nuvens de erupções vulcânicas são constituídas, em sua maioria, por partículas de poeira ou por outras partículas sólidas de dimensões diversas. Estas nuvens podem igualmente conter partes quase que inteiramente constituídas por gotículas de água e produzir, às vezes, precipitações.

Fonte: http://www.fisica.ufc.br/lfnm/html/nuvens.html

GRANIZO

É o gelo que se forma dentro das nuvens de grande extensão vertical. Tal formação pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer lugar, desde que apresente as condições atmosféricas necessárias.

A chuva, no ciclo natural da água, ocorre porque a água atmosférica, em estado de vapor, é levada pelo ar quente que, por ser mais leve que o ar frio, tende a subir. Mas, quanto mais quente e úmido está o clima, maiores são as massas de carregadas de vapor. Quando essas massas esfriam, formam enormes nuvens de tempestades. A chuva, neste caso, no lugar de gotas d’água, cai em forma de pedras de gelo.

As gotas de água da nuvem são empurradas pelo ar quente, porque no interior das nuvens, as correntes de ar descem e sobem. Quando as nuvens atingem a troposfera, a 5 km, chegam a uma temperatura inferior à 0ºC. Abaixo dessa linha Isotérmica de 0ºC, temos a constituição de partículas de água e vapor na forma de gotículas. Acima da linha Isotérmica de 0ºC, as gotas de água congelam e formam o granizo.

O granizo é empurrado para cima e para baixo, choca-se com outras gotas de os cristais de gelo, e aumentam de tamanho, adquirindo peso, com isso, a massa de ar quente sopra as nuvens são lançadas para cima, se avolumando em forma de cogumelo e a pedra desaba, fazendo chover granizo.

Algumas nuvens atingem altitudes iguais ou superiores a 15 km no seu volume total e, quando lançadas para cima pela massa de ar quente, se avolumam em forma de cogumelo com quilômetros de diâmetro e altitude.

Também conhecido por saraivada, na maioria das vezes o granizo se forma em nuvens do tipo Cumulonimbus pelo seguinte processo:



1º as gotas de chuva são lançadas pelo vento para as camadas superiores da nuvem (13 ou 15 km de altitude), onde se resfriam a 0ºC ou menos, transformando-se em pedras de gelo;

2º as gotas ficam pesadas, caem e vão agregando ainda mais água;

3º pegam, então, outra corrente de ar ascendente e sobem, congelando as gotas que acabaram de se juntar, formando os cristais de gelo;

4º permanecem nesse estado até que seu volume seja expressivo e perceba a força atrativa da gravitação, quando, finalmente, despencam.



A base da nuvem pode estar à 600 ou 700 metros, mas as pedras de gelo podem cair diretamente do topo, à 10, 13 ou 15 Km de altura. Conforme a sua formação, muitas vezes as pedras degelam, chegando ao chão em forma de gotas líquidas muito frias. Ao cair, o granizo ainda pode se fundir com elementos gasosos e, com isso, adquirir a forma de floco de neve, e não mais de pedra de gelo. Os casos de tempestades podem trazer graves conseqüências.



Danos causados pela chuva de granizo



Além de problemas como destelhamentos, perda de lavouras, quebra de vidros, de latarias de automóvel, a chuva de granizo, sob a influência de ventos fortes, pode causar danos à rede elétrica, engarrafamentos no trânsito de ruas e avenidas, quedas de árvores e de placas de propaganda etc.

Para evitar danos nas plantações, as cooperativas de floricultores ou de outros cultivos podem fazer parcerias com as instituições de meteorologia e se munir de instrumentos como foguetes para bombardearem as nuvens de granizo com substâncias higroscópicas (iodeto de prata), de modo a provocar a precipitação da chuva, evitando a formação de granizo.

A incursão de uma aeronave no núcleo de nuvens do tipo Cumulonimbus é perigosa por causa do desenvolvimento propício de granizo no interior delas. O grande volume de partículas de gelo em formação e podem comprometer qualquer aeronave, pois a velocidade de vôo corresponde à velocidade do impacto de cada uma das pedras de gelo.

O Granizo e as Operações Aéreas
Um dos mais trágicos acidentes aeronáuticos ocorridos no Peru envolveu uma das mais perigosas combinações atmosféricas, windshear com granizo. O Boeing 737-200 da companhia estatal peruana Tans que fazia a rota de Lima para Pucallpa, caiu em 23 de agosto de 2005 ao norte do Peru, na região amazônica, deixando 40 mortos. Mas um dos fatores que mais surpreendeu neste acidente foi que logo após a queda, os sobreviventes que saiam da aeronave, muitos deles queimados, assustados e atordoados, foram atingidos por uma saraivada de pedras de gelo tornando a situação dos passageiros ainda mais caótica e complicada para o resgate. Ainda assim, milagrosamente, 58 pessoas foram resgatadas com vida.

O granizo é um fenômeno meteorológico associado a condições de acentuada instabilidade atmosférica principalmente na fase de maturidade de uma nuvem cumulonimbus, quando predominam as rajadas de vento, pancadas de chuva, fortes correntes descendentes e descargas elétricas.

O granizo se constitui de grãos de gelo translúcidos, mais ou menos esféricos, cujo diâmetro oscila de 2 a 5 mm ; acima disso, a pedra de gelo recebe o nome de saraiva. Nos boletins METAR, para diferenciar o tipo de precipitação sólida que está ocorrendo sobre o aeródromo, se granizo ou saraiva, é bom lembrar que o primeiro vem indicado como GS e o segundo como GR.

As pedras caem a temperaturas geralmente superiores a 0ºC, procedentes de nuvens de grande desenvolvimento vertical – Cumulus congestus (TCU ou Towering Cumulus) ou Cumulonimbus (Cb) em seu estágio de maturidade, acompanhados de chuva, sendo de breve duração. Quando fortes e rápidas correntes ascendentes de ar dentro dessas nuvens levam para grandes altitudes gotas de água fria, tem-se a condição ideal para formação do granizo.

Se cortarmos pelo meio uma pedra de granizo, verificamos que ela é constituída por camadas superpostas, como uma cebola, com a diferença de suas camadas serem alternadamente de gelo e neve.

Depois de formados os pingos de chuva, correntes ascendentes dentro da nuvem os levam para cima, até o nível de congelamento (0ºC), formando a neve. Os pingos de chuva são transformados em gelo e recebem uma capa sobreposta de neve que se agrega à gota de gelo, ficando assim mais pesada, e, se diminui a força da corrente ascendente, começa a cair.

Quando atingem os níveis mais baixos da nuvem, onde há novamente a presença de água líquida, entram em contato com as gotas de chuva e recebem mais uma capa de água. Então, novamente uma corrente ascendente leva-os para a altitude de congelamento. A cobertura de água mais uma vez transforma-se em gelo e o granizo recebe outra capa de neve antes de cair. Os pingos de chuva ficam neste vai-e-vem dentro do CB por vários minutos. Quando o granizo atinge tamanho considerável, finalmente ele se torna pesado demais para continuar suspenso no ar pelas correntes ascendentes e acabam por precipitar atingindo o solo.

Conhecimentos Gerais - Questões

Questão 1 - Analise as alternativas abaixo e responda:

I. Os dois únicos países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil são o Chile e a Venezuela.

II. O Brasil é o 5° maior país do mundo em extensão territorial, superado apenas por Rússia, Canadá, China e Estados Unidos da América.

III. Segundo os dados do IBGE, apurados no Censo Demográfico de 2000, a população brasileira é de aproximadamente 170 milhões de habitantes, com o número de mulheres maior que o de homens.

IV. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano (2002), divulgado pela ONU, o Brasil é o 5º país em número de habitantes, perdendo somente para a China, a Índia, os Estados Unidos da América e a Indonésia.

a) Apenas as alternativas I e III estão corretas.

b) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas.

c) Apenas a alternativa IV está correta.

d) Todas as alternativas estão corretas.


Questão 2 - Acerca dos blocos econômicos existentes no mundo, analise as assertivas abaixo e responda:

I. O acordo comercial que criou o Mercosul foi assinado por Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

II. O Nafta reúne os Estados Unidos, a Austrália e o México.

III. A Alca, conforme previsto inicialmente, funcionará a partir de janeiro de 2007.

IV. A União Européia é formada por trinta e dois países do continente europeu, que adotaram uma moeda comum, o Euro.

a) Apenas a I e II estão corretas.

b) Apenas a III está correta.

c) Apenas a II e IV estão corretas.

d) Nenhuma das alternativas está correta.



Questão 3- Acerca das questões ambientais globais, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:

I. O efeito estufa provoca o derretimento gradual das neves eternas e das camadas de gelo dos pólos, aumento do volume dos oceanos, mais chuvas em algumas regiões, mais secas em outras, aumento do número e intensidade de furacões, tufões, tempestades, inundações e do fenômeno El Niño, que altera o clima no mundo.

II. O Protocolo de Kyoto é o principal documento internacional que regulamenta a emissão dos chamados gases-estufa, do qual não fazem parte os EUA.

III. Os EUA são responsáveis pela emissão de aproximadamente 25% das emissões globais de dióxido de carbono, o principal dos gases causadores do efeito estufa.

IV. O Protocolo de Kyoto fixou metas percentuais de diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa, que podem ser alcançadas por meio de investimentos na redução ou com a aquisição de créditos de emissões de outros países.

a) Apenas a I, III e IV estão corretas.

b) Apenas a I e II estão corretas.

c) Apenas a II, III e IV estão corretas.

d) Todas estão corretas.



Questão 4 - Em relação aos limites de Santa Catarina, assinale a alternativa correta:

I. Ao oriente, Santa Catarina limita-se com o Oceano Pacífico, e, ao ocidente, faz fronteira com a Argentina.

II. Ao ocidente, Santa Catarina faz fronteira com a Argentina, e, ao norte, limita-se com o Paraná.

III. Ao noroeste, Santa Catarina faz fronteira com o Paraguai, e, ao sudoeste, com a Argentina.

IV. Ao sul, Santa Catarina limita-se com o Rio Grande do Sul, e, ao oriente, com o Oceano Atlântico.

a) Apenas a I e II estão corretas.

b) Apenas a I e IV estão corretas

c) Apenas a II e IV estão corretas.

d) Apenas a III e IV estão corretas.



GABARITO

1) B; 2) D; 3) D; 4)C

A Rodada Doha é o principal elemento do comércio mundial

De fato, se trata das exaustivas negociações entre as maiores potências comerciais do mundo, com o objetivo de diminuir as barreiras comerciais, focando o livre comércio. As negociações receberam o nome de “Doha”, capital do Qatar, pois foi nessa cidade que os países começaram a discutir a abertura do comércio mundial.

O principal problema da Rodada Doha, ou seja, do comércio mundial, é a preocupação de cada país na sua própria economia, esquecendo que o maior propósito de tudo isso é o combate à fome e o desenvolvimento dos países pobres.
Se as nações em desenvolvimento como Brasil e Índia querem que a UE (União Européia) e os EUA (Estados Unidos da América) diminuam os subsídios (impostos) aos produtos agrícolas estrangeiros, os países desenvolvidos querem em troca, a abertura aos produtos manufaturados europeus e americanos.
Todas essas questões foram grandemente discutidas nas rodadas em Cancun, Genebra, Paris e Hong Kong, porém até hoje não há um consenso mundial a respeito da abertura comercial.

Recentemente, o Brasil e a Índia, as principais potências comerciais em desenvolvimento, abandonaram as negociações da Rodada Doha, levando todo o mundo à frustração e à descrença a respeito da liberação do comércio mundial, já que os principais países realizarão eleições recentemente, adiando ainda mais as esperanças de negociações futuras.
Texto extraído de Tiago Dantas, Brasil Escola.com

As exportações brasileiras continuarão a crescer

...mesmo diante da crise nas negociações comerciais internacionais e da falta de acordos entre o Brasil e outros parceiros. Isso pelo menos é o que garante o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Não vamos ser catastrofistas. O comércio vai continuar", afirmou, ao deixar uma reunião com o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.
Amorim ressaltou que durante todo o período em que as crises na OMC ocorreram - foram as diferenças entre Brasil e Estados Unidos que impediram um acordo na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ou a ausência de um acordo entre Mercosul e União Européia - as exportação dos produtos brasileiros nos mercados internacionais continuaram aumentando.
Texto extraído de Jamil Chade,
Exportação continuará a crescer, mesmo sem acordo na OMC.

Brasil características

- declarou independência em 7 de setembro de 1822, transformando-se em um Império liderado por D. Pedro I
- proclamou a República em 1889 e tornou-se a República Federativa do Brasil
- possui 8 514 876,599 km² 5ª maior área do mundo.
- território largamente coberto por florestas e áreas de agricultura e pecuária
- o clima predominante é o tropical, no sul predomina o clima subtropical
- possui 189.589.094 habitantes, 5º maior do mundo (6.617.490.298 habitantes no mundo), dados de 2007.
- cerca de 45% da população tem alguma origem africana
- uma parcela considerável possui ascendência indígena.
- a maioria possui alguma ascendência portuguesa.
- possui a maior população de origem italiana fora da Itália
- e a maior população japonesa fora do Japão.
- apresenta uma das mais baixas densidades populacionais (medida expressa pela relação entre a população e a superfície do território).
- a maior parte da população se concentra ao longo do litoral, apresentando enormes vazios demográficos em seu interior.
- faz fronteira
- ao norte com a Venezuela, a Guiana, o Suriname e com o departamento ultramarino francês da Guiana Francesa;
- ao sul com o Uruguai;
- ao sudoeste com a Argentina e o Paraguai;
- a oeste com a Bolívia e o Peru e,
- a noroeste com a Colômbia.
- (os únicos países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile e o Equador).
- é banhado pelo Oceano Atlântico ao longo de toda sua costa, ao nordeste, leste e sudeste.
- além do território continental, o Brasil também possui alguns pequenos grupos de ilhas no Oceano Atlântico como exemplo:
- Penedos de São Pedro e São Paulo,
- Fernando de Noronha (região administrativa especial do estado de Pernambuco) e
- Trindade e Martim Vaz no Espírito Santo.
- (Há também um complexo de pequenas ilhas e corais chamado Atol das Rocas).
- administrativa e politicamente divide-se em 27 unidades federativas,
- 26 estados
- um distrito federal.
- 5.564 municípios.
- é o único país de língua portuguesa das Américas.
- religião com mais seguidores é o catolicismo, sendo o país com maior número de católicos do mundo.

Brasil na América Latina

O Brasil é hoje, o mais desenvolvido e próspero país da América Latina, além de possuir papel de liderança em seu continente.
Culturalmente, o Brasil é o mais notável e importante país de língua portuguesa no mundo. Sua música, literatura, cinema e televisão são consumidas em todo o mundo, especialmente em Portugal, Itália e em outros países de línguas latinas. Em Portugal, o uso de expressões e gírias brasileiras são difundidos, enquanto o oposto não ocorre há séculos.

CONCEITOS: Poder - Estado - Nação - Soberania - Federalismo

CONCEITO DE PODER

Texto extraído e adaptado de:



O poder de liderança faz parte da natureza.

Exemplos fáceis de se observar a existência natural do "poder", além dos seres humanos, são as formigas e as abelhas.

O poder apresenta três aspectos essenciais:

A) O fenômeno jurídico:

No qual o poder só existe, só é realidade, se ele se puder efetivar, se houver uma força que o efetive. Essa força traz uma sanção para aqueles que desobedecem a norma jurídica. Sendo assim, o poder é indispensável para a efetivação da norma jurídica. O que vale dizer que o poder é imanente à própria norma, porque não se compreende a norma jurídica sem a sua efetivação.

“O indivíduo que deixa transgredirem o seu direito como um verme, não pode se queixar se for pisado também como um verme”. Jhering

B) O fenômeno psicológico:

Espinoza disse: “Obedientia faciat auctoritatem”. É a obediência que faz a autoridade e a obediência civil é um mistério. Por que um certo grupo obedece a outro grupo, a ponto de entregar até a própria vida? Quando prestamos serviço militar, entregamos nossa vida em holocausto a uma concepção abstrata, que é a concepção de pátria, estado etc.

D) O fenômeno histórico:

Aristóteles disse que há nos homens uma sede tal de poder que dá a impressão de que os homens só estão bem quando estão no poder. Goethe disse que, onde há dois, um cavalga e o outro é cavalgado. Toda sociedade humana é necessariamente uma sociedade política, isto é, em toda sociedade humana existe uma luta pelo poder.

CONCEITO DE ESTADO
O Estado, segundo diz Burdeau, é a nação institucionalizada.

Para Miguel Reale, o Estado é uma pirâmide de três faces: uma face social, uma face jurídica e uma face política.

Origem do Estado

Estado – do latim status = estar firme, significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em “O Príncipe” de Maquiavel, escrito em 1513.

Sociedades Políticas – são sociedades que visam criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, além de se ocupar da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum.

Muitos autores acreditam que o Estado existe como um elemento organizador e unificador em toda organização social, desde os primeiros agrupamentos sociais.

Outros admitem a sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período.

No século XVII surgiu o pensamento de que o Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas, relativas ao exercício da soberania:

a) Karl Schmidt afirma que o Estado apareceu com o surgimento da soberania.

b) Balladore Pallieri: indica a data de nascimento do Estado no ano de 1648 (a data oficial em que o mundo ocidental se apresenta organizado em Estados é a de 1648, ano em que foi assinada a paz de Westfália).

Finalidades do Estado

O Estado tem como finalidades proporcionar a defesa, a ordem, o bem-estar e o progresso aos grupos sociais. Para O jurista Dalmo Dallari, a finalidade é elemento essencial do Estado.



O PODERDO ESTADO

Texto extraído e adaptado de: www.profpito.com/ead7.doc



Para Dalmo de Abreu Dallari, existem duas classificações do Poder do Estado:

a) Poder do Estado como poder político, incondicionado e preocupado em assegurar sua eficácia e sem qualquer limitação;

b) Poder do Estado como poder jurídico, nascido do direito e exercido exclusivamente para a consecução de fins jurídicos.

Para Georges Burdeau:

a) O Estado não só tem um poder, mas é o poder, ou seja, o Estado é a institucionalização do Poder.

b) Os chefes de grupos sociais desejam que seja reconhecida sua legitimidade no exercício do poder, querem assegurar a continuidade do poder, e, por isso, teria surgido o Estado.

Poder legal

Representa o poder em harmonia com os princípios jurídicos, que servem de esteio à ordem estatal.

Poder legítimo

Na Idade Média, a crença-suporte da legitimidade foi Deus, a religião, o sobrenatural, ao passo que contemporaneamente ela vem sendo o povo, a democracia, o consentimento dos cidadãos e a adesão dos governados.

Limitações do poder

Surgiram com a separação dos Poderes. No século XVIII, dois outros métodos foram lançados para limitar o Poder do Estado, a legalidade e a legitimidade do exercício do Poder.

A falta de poder organizado: o anarquismo

O anarquismo é uma teoria (um movimento) que preconiza o funcionamento da sociedade sem Estado e sem governo.

A organização social e os serviços necessários à comunidade seriam obtidos mediante a cooperação espontânea de todos os indivíduos.

O Estado e as instituições políticas e sociais seriam substituídos por uma federação de grupos autônomos, dentro dos quais os indivíduos agiriam com liberdade e independência.

Exaltando a liberdade absoluta e reclamando um socialismo voluntário, o anarquismo tenta o enlace de duas posições extremas e conduz a resultados idênticos ao marxismo: decomposição do Estado, supressão de privilégios de classe, abolição da propriedade privada etc.



CONCEITO DE NAÇÃO

Texto extraído e adaptado de: www.profpito.com/ead4.doc



A Nação, diz Georges Burdeau, é a coletividade limite, isto é, desde a horda indiferenciada, passando pelo clã, pela tribo, pela cidade, chega-se à coletividade limite.

É a comunidade das comunidades, o máximo de agrupamento social, quer dizer, a expressão máxima da sociedade humana.

Sabe-se que dificilmente poderia uma nação manter-se, através da História, sem movimentos de conquista, movimentos violentos. Por exemplo: em 1.066 os normandos invadiram a Inglaterra.

Durante muitos anos, como que houve dois estados distintos na ilha, os antigos ingleses saxônicos e os normandos, com diferenças inclusive na língua. No entanto, nós temos em 1.215, a Magna Carta Libertatum, considerada o ato (ou a Ata) de nascimento da nação britânica, porque então, não houve mais diferenciação entre normandos e saxônicos.

Fatores que levaram ao conceito atual de nacionalidade

A) Um primeiro fator que se pensou como determinante de uma nacionalidade foi a raça. A Escola Antroposociologia e suas ramificações sustentou uma distinção histórica, já superada, entre raças superiores e raças inferiores, ou raça superior (a raça ariana) e raças inferiores.

Essa concepção de uma nacionalidade assentada na raça é funesta, perturbadora, porque vem trazer profundas repercussões na reestruturação político-constitucional de todos os povos.

B) Outro fator poderia que se levou em consideração foi a língua, mas, por exemplo, há na Suíça quatro línguas oficiais: o francês, o italiano, o alemão e o romanche (rético). Isso não impede de haver uma consciência nacional una na Confederação Helvética. Existem também os povos que abandonam uma língua e adotam outra. Há, ainda, muitos outros exemplos que mostram que a língua não é um fator determinante absoluto.

C) Outro fator poderia ser entendido como determinante de uma nacionalidade é a religião é um elemento forte, basta lembrar que é um sistema normativo, ainda que sem poder de sanções como as jurídicas. Mas, pelos exemplos históricos, não se pode afirmar que a religião seja um fator absoluto determinante. A Suíça, por exemplo, é uma nação em que há, com a mesma liberdade, a prática da religião protestante e a prática da religião católica.

Os três fatores mencionados são parcialmente importantes, mas não podem ser tomados como absolutos ou verdadeiros.

Há, ainda, os fatores de segunda ordem como:

a) O meio físico: o relevo, a hidrografia, a orografia, o clima, que são importantes para a formação da nacionalidade de certos povos.

b) A capacidade de adaptação dos indivíduos ao meio ambiente.
A Escola Geográfica francesa, a escola de Vidal de la Plache, de Jean Brune, sustenta a tese que se chama o possibilismo, isto é, uma determinada forma física leva a uma certa possibilidade de reação social. Essa possibilidade pode ser modificada pelo homem (fator morfo-geográfico). O homem é um fator capaz de modificar a paisagem.

Pensamentos sobre o conceito de nacionalidade

Burdeau diz:

a) o sentimento nacional poderia se identificar com o sentimento de solidariedade.

b) o sentimento nacional (e ele confunde deliberadamente a nação com a pátria, não sabe como distinguir) é um sentimento tão misterioso quanto o amor, é tão inexprimível, ou inefável, quanto a emoção estética. Não há como defini-lo. Pode-se sentir, mas não definir.

Nacionalidade, por fim, são todos os fatores sintetizados e agregados.


COMPARAÇÃO ENTRE

ESTADO E NAÇÃO

Texto extraído e adaptado de:


Burdeau definiu: A nação é a comunidade das comunidades.

Maurice Hauriou definiu: O Estado é a instituição das instituições.

O Estado é a Nação depois que ela adquire cérebro (para dirigir) e braços (para executar).

Os gregos não tinham a nossa concepção individual da liberdade, eles tinham a concepção social da liberdade. A nossa concepção individual da liberdade, que vem da Revolução Francesa, está sofrendo uma revisão profunda no nosso tempo.

Não é a Nação que pode nos tirar a vida, a liberdade ou a propriedade, é o Estado, através dos seus mecanismos, da sua execução, da sua direção.

O Estado é uma entidade abstrata, quer dizer, ele é distinto dos governantes. Os governantes morrem, mas o Estado não morre.

É claro que os Estados perecem também, mas não se supõe que os Estados sejam temporários, eles não se instituem temporariamente.

Não é a Nação que exige de nós o tributo do sangue (o serviço militar). É o Estado que, por exemplo, nos países em que se admite a pena de morte, tira a vida daquele que comete determinada infração.

É o Estado que tira a liberdade penalizando aquele que comete um delito com a reclusão ou detenção no nosso sistema, ou que tira a propriedade através da desapropriação. Tudo isso quem faz é o Estado.

A Nação pode catalizar o nosso sentimento, porém não é capaz de direção e execução. É o Estado que, depois que a Nação se organiza jurídica e politicamente, tem direção e execução.



CONCEITO DE SOBERANIA



A soberania é um “símbolo altamente emocional”, é uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder.

A) No Estado Antigo

Não se falava em soberania. Durante o Estado grego, Aristóteles, no Livro I, “A Política”, utilizou o vocábulo “Autarquia”. O que se verifica é auto-suficiência, mas não exercício de Poder.

Em Roma, os poderes visualizados eram: civil ou militar, que não apresentavam um Poder Político que representasse o Poder uno e indivisível do Estado.

B) No Estado Medieval

Nas Monarquias medievais, o poder de suserania era de fundamento carismático e intocável. No absolutismo monárquico, que teve seu clímax em Luiz XIV, a soberania passou a ser o poder pessoal exclusivo dos monarcas, sob a crença generalizada da origem divina do poder de Estado.

C) Estado Moderno

A partir da Revolução Francesa firmou-se o conceito de poder político e jurídico de Estado emanado da vontade geral da Nação.



CONCEITO DE ESTADO FEDERAL
É um Estado formado pela união de vários Estados; é um Estado de Estados.

O Estado Federal é aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra provincial. Brasil, Estados Unidos da América do Norte, México, Argentina, Venezuela são Estados federais.

No caso do Estado brasileiro, a primeira Constituição que disciplinou o Estado Federal foi a de 1891 e depois disso todas as demais Constituições continuaram adotando esta mesma forma de Estado.

O modelo norte americano

a) Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos: federal e provincial (ou central e local). O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhe foram reservados na Constituição Federal, poderes esses que dizem respeito às relações internacionais da União ou aos interesses comuns das unidades federadas. Os Estados-Membros exercem todos os poderes que não foram expressa ou implicitamente reservados à União e que lhes não foram vedados na Constituição Federal. Somente nos casos definidos de poderes concorrentes, prevalece o princípio da superioridade hierárquica do Governo Federal.

b) Sistema judiciarista, consistente na maior amplitude de competência do Poder Judiciário, tendo este, na sua cúpula, um Supremo Tribunal Federal, que é órgão de equilíbrio federativo e de segurança da ordem constitucional.

c) Composição bicameral do Poder Legislativo, realizando-se a representação nacional na Câmara dos Deputados e a representação dos Estados-Membros no Senado, sendo esta última representação dos Estados-Membros no Senado uma representação rigorosamente igualitária.

d) Constância dos princípios fundamentais da Federação e da República, sob as garantias da imutabilidade desses princípios, da rigidez constitucional e do instituto da intervenção federal.

O Federalismo brasileiro

O Brasil-Império era um Estado juridicamente unitário, mas, na realidade, era dividido em províncias. O ideal da descentralização política, no Brasil, vem desde os tempos coloniais. Os primeiros sistemas administrativos adotados por Portugal, as governadorias gerais, as feitorias, as capitanias, traçaram os rumos pelos quais a nação brasileira caminharia fatalmente para a forma federativa.

A enormidade do território, as variações climáticas, a diferenciação dos grupos étnicos, toda uma série imensa de fatores naturais ou sociológicos tornaram a descentralização política um imperativo indeclinável da realidade social, geográfica e histórica.

E, quando o centralismo artificial do primeiro Império procurou violar essa realidade, a nação forçou a abdicação de D. Pedro I, impondo a reforma da Carta Imperial de 1824, o que se realizou pelo Ato Adicional de 1834, concessivo da autonomia provincial.

Contrariamente ao exemplo norte-americano, o federalismo brasileiro surgiu como resultado fatal de um movimento de dentro para fora e não de fora para dentro; de origem natural-histórica e não artificial. De certo modo, deve-se à queda do Império, ou seja, deve-se mais ao ideal federativo do que ao ideal republicano.

Tanto assim que o Manifesto republicano de Itu, em 1870, justificava-se combatendo o centralismo imperial, proclamando, em resumo, que no Brasil, antes ainda da idéia democrática, encarregou-se a natureza de estabelecer o princípio federativo.

Acresce observar que o último e desesperado esforço do Gabinete Ouro Preto no sentido de salvar a monarquia agonizante consistiu em desfraldar a bandeira do federalismo. Mas já era tarde; poucos meses depois, proclamava-se a República Federal.

A Constituição de 1891 estruturou o federalismo brasileiro segundo o modelo norte-americano. Ajustou a um sistema jurídico-constitucional estrangeiro uma realidade completamente diversa. Daí resultou que a Constituição escrita não pôde reproduzir, como não reproduziu, a Constituição real do país.

O nosso sistema é de federalismo orgânico

A federação brasileira tornou-se cada vez mais uma federação orgânica, um sistema muito mais rígido do que o modelo norte americano.

Trata-se de uma federação de poderes superpostos, na qual os Estados-Membros devem organizar-se à imagem e semelhança da União; suas Constituições particulares devem espelhar a Constituição Federal, inclusive nos seus detalhes de ordem secundária; e suas leis acabaram subordinadas, praticamente, ao princípio da hierarquia.

A DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS NO PLANETA

A distribuição geográfica da chuva depende, basicamente, de quatro fatores:

Latitude

Distância do oceano

Ação do relevo

Efeito das correntes marítimas

- Há uma relação direta ente:

DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO X CHUVAS

- Quanto à latitude, as chuvas se concentram nas regiões próximas a linha do Equador e nas latitudes médias (45º a 60º norte e sul) = áreas de baixa pressão do planeta.

- Por outro lado, há dois pontos de chuvas por volta das latitudes 30° norte e sul — zonas de alta pressão onde estão vários desertos, como o Atacama, o Saara, o Kalahari etc — e nos pólos, onde o frio é o responsável pelas altas pressões.

- Nas regiões de baixa pressão próximas à linha do Equador, o processo de subida e esfriamento do ar úmido provoca condensação e chuvas a ano inteiro.

- Nas regiões tropi­cais,ao contrário, há movimento descencional do ar já seco, impedindo a formação habitual de nuvens — situação típica de áreas anticiclonais. Por isso mesmo, a maior parte dos desertos do planeta situa-se nas regiões tropicais.



Tipos de chuvas


a) Chuvas convectivas ou de convecção

- Típicas de altas temperaturas:

a) na região intertropical;

b) principalmente na zona equatorial e de verão;

c) no interior do continentes.



- Como ocorre:

1º O calor do sol esquenta o ar que tende a subir e a esfriar enquanto sobe.

2º O vapor d’água contido no ar esfria e precipita.

3º A evaporação também é intensa, portanto esse ar sobe e carrega muita umidade.

4º Aumenta cada vez mais a quantidade de vapor no ar.

5º Aumenta-se a instabilidade, isto é, o ar fica a beira de atingir o ponto de saturação.

6º A umidade se eleva de forma a atingir níveis muito elevados por volta de 15-16 horas, desencadeando tempestades e aguaceiros.

- A chuva se manifesta intensamente e é de curta duração (pode durar apenas 10 mim).

- É de fácil identificação, pois decorre de nuvens brancas, densas e algodoadas, os cúmulos .

- Em caso de muita umidade, o branco torna-se cinza escuro, e a nuvem é chamada de cúmulo-nimbo, que verterá sua carga de modo particularmente intenso, acompanhada de tormenta, raios e granizo.



- Chama-se CHUVA DE CONVERGÊNCIA, porque a massa de ar sobe com a ajuda dos ventos alísios, que convergem às áreas equatoriais.

b) Chuvas frontais

- Resultantes do encontro de duas massas de ar com características diferentes de temperatura e umidade.

- Do choque, a massa de ar quente sobe e o ar:

1º esfria

2º aproxima-se do ponto de saturação

3º origina nuvens

4º e precipita (chove)

a) CHUVISCO – quando a frente é quente

b) AGUAÇEIRO – quando a frente é fria

- As precipitações são típicas de:

a) áreas de baixa pressão

b) principalmente nas zonas dos trópicos ou temperadas

c) onde ocorrem as das massas de ar polares e dos trópicos

- Quando a chuva ocorre por conta do ar frio procedente dos pólos, diz-se que vem de uma FRENTE FRIA.

- No entanto ela pode ocorrer de uma FRENTE QUENTE E ÚMIDA que atropela massas de ar em região fria.

d) Chuvas orográficas ou de relevo

- Quando há uma subida forçada no ar porque no seu trajeto há uma cadeia de montanhas.

- Ao subir:

1º o ar esfria

2º o ponto de saturação diminui

3º a umidade relativa do ar aumenta

4º ocorre a condensação

5º conseqüentemente, forma-se nuvens e chove

- São chuvas freqüentes nas áreas:

a) de relevo acidentado

b) ao longo das serras

c) ao lado de onde sopra ventos úmidos

ex: Serra do Mar em São Paulo

Nebulosidade

Céu coberto pelas nuvens ou por espessos vapores

Insolação

Tempo durante o qual o Sol permanece descoberto, brilhando sem nebulosidade.

Ventos locais

- Apesar da importância dos ventos locais para a determinação dos ventos dominantes numa determinada área, as condições climáticas locais podem influenciar as direções do vento.

- A direção do vento é influenciada pela soma dos efeitos globais e locais. Quando os ventos globais são suaves, os ventos locais podem dominar o regime de ventos, por exemplo:

a) Brisa marítima

- Durante o dia, as superfícies de terra aquecem-se mais rápido que as superfícies de água adjacentes.

- Conforme o ar em contato com a terra é aquecido, o mesmo sobe e é trocado pelo ar mais frio sobre a água.

- O vento local próximo da costa que é formado como o resultado dessa convecção é denominado brisa marítima.

- Onde o ar mais frio e o mais quente se encontram, existe ascensão do ar quente devido à diferença em densidade.

- Ao longo dessa linha de contato, freqüentemente denominada frente de brisa, nuvens convectivas e tempestades podem se desenvolver.

- Isto ocorre freqüentemente durante o dia nas regiões tropicais costeiras.

- Evidências da frente de brisa podem ser detectadas em imagens de satélite.

- Céu claro que aparece sobre a linha da costa e águas adjacentes mais distantes, e uma área sobre a terra com nuvens cumulus são indicadores de uma brisa marítima.



b) Brisa de lago (lacustre)

- A brisa de lago também se desenvolve de forma similar, em torno de largos corpos de água dentro do continente.

- Frentes de brisa de lago ao longo das costas dos Grandes Lagos, podem ser freqüentemente visíveis em imagens de satélite.

- De forma similar, o ar sobre o lago permanece sem nuvens, enquanto uma área de nuvens cumulus é aparente sobre a terra, indicando a brisa de lago.

- Para ambos lagos e mar, o vento sopra em direção a costa, geralmente perpendicular à linha da costa. Fenômeno semelhante pode ser observado onde existem grandes rios como o Amazonas.



c) Brisas terrestres

- À noite, as superfícies sobre a terra se esfriam mais rapidamente que as superfícies das águas circunvizinhas.

- Quando isso ocorre, o ar mais frio sobre a terra irá fluir da terra para o corpo de água iniciando a brisa terrestre.

- Uma linha de cumulus poderá freqüentemente se formar ao longo da frente de brisa, imediatamente fora da linha da costa.

- Ventos de superfície localizados serão geralmente perpendiculares à linha de nuvens.

- Pode-se observar esse fenômeno em muitas regiões durante as primeiras horas da manhã (por exemplo, na costa da Flórida e em várias regiões costeiras do Nordeste do Brasil).

- Algumas vezes, tempestades podem estar associadas com essas nuvens.

- No caso do nordeste brasileiro, esse tipo de circulação pode causar chuva durante as primeiras horas da manha nessa região, até que a brisa terrestre (que intensifica os alíseos) ganhe força.

- Os ventos de grande-escala podem também influenciar o desenvolvimento da frente de brisa terrestre, bem como a marítima.



d) Ventos da montanha:

- Circulações locais também podem se formar ao longo de montanhas e terras altas conforme o ar flui para cima e para baixo dos terrenos inclinados.

- Conforme os lados de uma montanha se aquecem durante o dia, o ar adjacente é aquecido e sobe.

- Isso é conhecido como brisa de montanha ou mountain upslope wind.

- Essas áreas são freqüentemente fáceis de se localizar em imagens de satélite quando as áreas em torno das montanhas são claras e nuvens convectivas são frequentemente observadas sobre regiões montanhosas.

- Quando o aquecimento é muito intenso, tempestades podem se formar sobre as montanhas.

Ventos Alísios e Contra-alísios

Ventos Alísios

- Ocorrem durante todo o ano nas regiões tropicais, sendo muito comuns na América Central.
- O resultado da ascensão de massas de ar que convergem de zonas de alta pressão (anticiclônicas), nos trópicos, para zonas de baixa pressão (ciclônicas) no Equador, formando um ciclo.
- São ventos úmidos, provocando chuvas nos locais onde convergem.
- Por essa razão, a zona equatorial é a região das calmarias equatoriais chuvosas.
- O Alísio de hemisfério Norte sopra de Nordeste para Sudoeste, enquanto o do hemisfério Sul sopra do Sudeste para o Noroeste.
- A sua influência é mais marcante no clima de regiões costeiras e de baixa latitude, exercendo grande importância na meteorologia insular.

Contra-alísios

- Sopram do Equador para os trópicos, em altitudes elevadas.
- São ventos secos e são os responsáveis pelas calmarias tropicais secas que geralmente ocorrem ao longo dos trópicos.
- Os maiores desertos da Terra encontram-se junto a essas zonas atravessadas pelos trópicos.

Ventos Globais

- Consistem nos movimentos de grandes massas de ar e dos fluxos nas correntes de jato, enquanto os ventos locais envolvem gradientes em escala local, afetando assim uma área menor.
- Esses ventos na realidade são considerados
VENTOS GEOSTRÓFICOS, e ocorrem a partir da ltitude dos 1.000 m.
- A velocidades destes ventos pode ser medida por balões meteorológicos.

Uma vez que os ventos não podem ser diretamente observados por satélite, a direção e intensidade dos ventos podem ser inferidas por padrões de nuvens. Para entender o que causa esses padrões de nuvens nas imagens de satélite, necessita-se entender o conceito de arCONVERGINDO e DIVERGINDO .

Em geral o ar:

Em baixos níveis converge próximo das baixas e associados às regiões frontais; usualmente diverge na região das altas.

Em altos níveis, o ar tende a divergir sobre
as baixas e convergir sobre as altas,
o reverso do que acontece em baixos níveis.

Convecção

- Convecção ocorre tipicamente quando o ar acima do solo está desigualmente aquecido. Isso faz com que:
- o ar mais quente torne-se menos denso e suba,- o ar mais frio na vizinhança afunda,- o ar subindo esfria-se e forma nuvens convectivas e possivelmente precipitação,
- estudando essas áreas convectivas do espaço, podemos freqüentemente determinar a direção do vento a partir das formas e padrões criados pelas nuvens convectivas.

Ruas de nuvens e linhas

Durante os meses de verão, quando a terra está mais fria que os oceanos, o ar frio pode mover-se para fora das costas dos continentes e sobre as águas oceânicas mais quentes, onde é aquecido e umidificado por baixo.
- Esse ar sobe rapidamente, e como um resultado, nuvens cumulus se formam.
- Essas nuvens cumulus são usualmente encontradas em fileiras que são paralelas à direção do vento.
- Essas fileiras, conhecidas como ruas de nuvens (cloud streets), consolidam-se vento abaixo em linhas sólidas.
- Se alguma inversão estiver presente, o desenvolvimento vertical é limitado e as nuvens se espalharão em linhas de estratocumulus.
- Vistas do espaço, essas linhas de cumulus e stratocumulus — as quais, igualmente às ruas de nuvens, tendem a se formar paralelas à direção dos ventos de baixos-níveis — são facilmente reconhecidas. São usualmente bons indicadores da direção dos ventos em baixos níveis quando são jovens e próximas da costa.
- Longe da costa, outros fatores afetam a orientação das linhas e não são indicadores confiáveis da direção dos ventos. Essas nuvens são espessas e com baixos topos.
- Mais para dentro do oceano, as linhas se espalham e sua orientação é mais influenciada por padrões de tempo de grande-escala do que pela direção dos ventos de baixos-níveis.
- Os oceanos não são os únicos lugares que as ruas de nuvens se formam.
- Ventos frios soprando através de águas mais quentes em um corpo de água sobre a terra (digamos, um grande lago), irá freqüentemente formar ruas de nuvens sobre o lago, estendendo para as costas.
- Na região dos Grandes Lagos, estas nuvens freqüentemente trazem nevascas fortes a partes do oeste de Nova York, Michigan e norte de Ohio.
- Esse efeito é conhecido como “Great Lakes effect”, onde a neve e as bandas convectivas podem ser freqüentemente vistas em imagens de satélite.
- Esse “efeito de lago” pode ser estendido por centenas de km.

Ventos de superfície

Os ventos são muito influenciados pela superfície terrestre até altitudes de 100 metros. O vento é travado pela rugosidade da superfície da terra e pelos obstáculos. A direção perto da superfície é ligeiramente diferente da dos ventos geostróficos, devido à rotação da terra.

Atributos ou elementos do clima

Temperatura

- É o estado ou grau de frio ou de calor de um corpo ou lugar.
- A temperatura média à superfície é de 14º C, variando entre cerca de -60º C e +45º C.
- Pode ser determinada pela sensação de morno ou frio.

Umidade

- Corresponde à quantidade de vapor de água que encontramos na atmosfera.
- A umidade é relativa ao ponto de saturação de vapor de água na atmosfera, que é de 4%. Quando a atmosfera atinge essa porcentagem, ou se satura de vapor, ocorrem as chuvas.
- Muitas vezes escutamos no jornal falarem que a umidade relativa do ar é, por exemplo, de 60%. Isto quer dizer que estamos a 60% da capacidade máxima de retenção de vapor de água na atmosfera. Quando está chovendo, a umidade relativa do ar está em 100%, ou 4% em termos absolutos. Portanto, quando a umidade relativa do ar está por volta de 60%, está em 2,4% de vapor em termos absolutos.

Resumindo:

Umidade = quantidade de vapor de água na atmosfera
Umidade relativa =umidade relativa ao ponto de saturação (4%) de vapor de água na atmosfera
Capacidade máxima de retenção de vapor de água na atmosfera = 4% de vapor (valor absoluto) ou 100% (valor relativo). Ex.: 60% de umidade relativa = 2,4% de vapor em termos absolutos

Pressão atmosférica

- Embora o ar seja extremamente leve, não é desprovido de peso. O peso que exerce sobre nós a totalidade da atmosfera denomina-se pressão atmosférica.
- Cada pessoa suporta em média sobre os ombros o peso de cerca de 1 tonelada de ar, mas as pessoas não sentem esse peso porque o ar é um gás e a força da pressão é exercida em todas as direções.
- O peso normal do ar ao nível do mar é de 1Kg/cm2. Porém, a pressão atmosférica diminui com a altitude.

A 3.000 m, a pressão atmosférica é de cerca de 0,7 kg/cm2.
A 8.848 m, a altitude do monte Everest, a pressão é de apenas 0,3 Kg/cm2.

- O barômetro é o instrumento usado para medir a pressão atmosférica.

Ao nível do mar o peso do ar é = 1kg/cm2
A 3.000 metros de altura o peso do mesmo ar é =
+/- 0,7 kg/cm2

- Pressão atmosférica é, então, a força causada pelo ar sobre a superfície terrestre.
- Ela depende da latitude, altitude e temperatura.

Quanto maior a ALTITUDE, menor a pressão e vice-versa.

Quanto menor a LATITUDE, menor a pressão

- O movimento do ar decorre da diferença de pressão. Ele se movimenta das altas para as áreas de baixa pressão. Esse movimento do ar chama-se VENTO.

Altas Pressões

- Quando o ar é relativamente frio, desce lentamente e comprime o ar que está por baixo, causando uma maior pressão. Embora essa maior pressão seja causada pelo ar frio, ela provoca um tempo quente e soalheiro. Isto acontece porque o ar, ao descer, impede a formação de nuvens, originando um céu limpo.

AR FRIO DESCE = COMPRIME O AR ABAIXO = ALTA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

- Próximo aos pólos, o frio contrai o ar, deixando mais denso, tendo uma maior pressão.
- E em regiões de baixa temperatura há maior pressão, visto que o ar frio tende a descer.

Baixas Pressões

- Quando o ar quente se eleva, cria, por baixo dele, uma zona de baixa pressão.
- Baixas pressões normalmente significam mau tempo.- À medida que o ar sobe, ele se esfria e o seu vapor de água se transforma em nuvens que podem produzir chuva, neve ou tempestades.
- Simultaneamente, ao nível do solo, há ar que se desloca para substituir o ar quente em elevação, o que dá origem a ventos.
- As massas de ar deslocam-se sempre de um centro de alta pressão para um de baixa pressão, gerando o vento.
- Mas neste caminho são desviadas (para a direita no hemisfério Norte) por causa da rotação terrestre.
- Se nos pusermos de costas para o vento (no hemisfério Norte), o centro de baixa pressão se encontrará sempre à nossa esquerda. Esta regra foi descoberta pelo físico Buys-Ballot, em 1800.
- Nas regiões mais quentes (região equatorial), o ar se dilata ficando leve, por isso tem uma baixa pressão.

- A temperatura também tem forte influencia na modificação da pressão atmosférica. Isto porque o ar quente é leve, ou seja, sobe e como conseqüência diminui a pressão.

Resumindo:

> altitude = < pressão atmosférica
< latitude = < pressão atmosférica
Ar quente = leve = sobe = diminui a pressão
Ar frio = denso = desce = aumenta a pressão

REGIÕES MAIS QUENTES (equatorial) = o ar se dilata e se torna mais leve = BAIXA PRESSÃO ATMOSFÉRICA.

REGIÕES MAIS FRIAS (próximas aos pólos) = o frio contrai o ar que se torna mais denso = MAIOR PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Ventos

Vento = diferenças de aquecimento entre
superfícies + das diferenças na pressão

O movimento do ar que decorre da
diferença de pressão = VENTO

- O ar sobre superfícies quentes torna-se também aquecido e sobe.
- O ar sobre superfícies mais frias “afunda”.
- Isso leva a diferenças na pressão do ar à superfície.
- Assim, a PRESSÃO tende a ser.

MAIS BAIXA EM REGIÕES DE AR ASCENDENTE

MAIS ALTA EM REGIÕES DE AR DESCENDENTE

- Essas diferenças de pressão geram os gradientes de pressão.

- Assim, à superfície o ar flui da alta para a baixa pressão.

- Os gradientes de pressão se desenvolvem tanto em escala global quanto local.

CLIMA

Pode-se definir clima como o comportamento da atmosfera ao longo do ano, constante em um ponto qualquer da superfície da Terra.

Clima não pode ser confundido com Tempo. Por exemplo: se dizemos que o dia ontem estava quente, estamos nos referindo ao tempo. Mas, se dissermos que na Amazônia o tempo é quente e úmido o ano inteiro, estamos nos referindo ao clima da região. O tempo, portanto, é algo passageiro, é como o ar está naquele momento.

1) Tempo: é o estado da atmosfera em determinado momento.

Exemplo: "o tempo agora está bom, isto é, faz sol e calor", "o tempo está chuvoso" ou ainda, "o tempo está muito frio".
Tempo é, portanto, um dado momentâneo, sujeito a mudanças mais ou menos rápidas;
2) Clima: é a sucessão habitual dos tipos de tempo em determinado local do espaço terrestre. Para definir o clima de uma região, utilizam-se, sobretudo, as médias de temperatura, precipitação e umidade do ardurante vários anos seguidos (geralmente 30 anos de observação).

Resumindo:

- Tempo é o estado da atmosfera em determinado momento;
- Clima engloba vários tipos de tempos que se sucedem ao longo de vários anos.

Yes, nós temos urânio.

O Chefe do programa nuclear brasileiro diz que a polêmica mundial gerada pela inauguração da primeira fábrica brasileira de enriquecimento de urânio não passa de paranóia pós-11/9. Será?

Marcelo Bortoloti
Há um país desenvolvendo um polêmico programa nuclear – que inclui restrições às inspeções técnicas da ONU. Preocupada com a possibilidade de estar diante de uma nova potência atômica, a comunidade internacional acusa o governo de violar tratados de desarmamento. A onda de críticas inclui reportagem numa das mais respeitadas revistas científicas do mundo afirmando que, em breve, o país terá 6 bombas atômicas. Se você pensou no Irã, esqueça. O centro dessa controvérsia é o Brasil mesmo – e ela só faz crescer desde maio, quando a primeira fábrica brasileira de enriquecimento de urânio foi inaugurada em Resende, estado do Rio.

"É tudo paranóia mundial pós-11 de Setembro", garante Odair Dias Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão que detém o monopólio da exploração de materiais radioativos no país. Professor de física da UFRJ, Odair é o responsável por orientar o governo sobre as estratégias a serem seguidas na área nuclear. Ele não só defende que o país invista mais em energia nuclear, como acredita estar aí a melhor opção para a crise elétrica brasileira. Então, prepare-se. O barulho está só começando.

Alguns importantes especialistas em energia nuclear acusam o Brasil de se aproveitar da pressão sobre o Irã para desenvolver, na surdina, um programa atômico ilegal. Afinal, por que há tanta polêmica em torno do projeto nuclear brasileiro?

R. Não estamos fazendo nada na surdina. Esses comentários críticos ao Brasil partiram de grupos que refletem uma certa paranóia de que qualquer país que domine a tecnologia é uma ameaça para a humanidade. Há também uma disputa econômica, porque o mercado de energia é extremamente promissor.

É possível comparar o programa nuclear do Brasil com o do Irã?

O Irã não está sendo perseguido por ter um programa nuclear, mas sim porque omitiu alguns procedimentos à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). E, ao fazer isso, deixou de cumprir o que está estabelecido no Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que é um tratado internacional que garante a redução e a não-proliferação de armas nucleares. Qualquer país pode desenvolver a tecnologia nuclear para energia elétrica. E o Brasil não teve absolutamente qualquer tipo de questão internacional, nem da parte da agência nem da parte de qualquer outro país. Existe uma série de regras que têm que ser cumpridas e nós sempre cumprimos à risca.

Por que, então, o Brasil não assinou o protocolo adicional do TNP, que permite aos inspetores internacionais acesso irrestrito e sem aviso prévio às instalações nucleares?

Na verdade, ainda não decidimos se vamos assinar ou não – inclusive porque custaria muito dinheiro. O TNP já inclui visitas avisadas e não avisadas. O que o protocolo adicional faz é mudar o enfoque, porque atualmente a inspeção é feita a partir do que o país declara. Ou seja, se baseia na confiança internacional nas informações divulgadas. O protocolo adicional se tornou importante depois do 11 de Setembro e impõe garantias para o caso de você querer esconder alguma coisa. Os detalhes são muito técnicos, mas a diferença principal é essa.

Quais motivos o Brasil tem para restringir o acesso de inspetores às centrífugas da fábrica de Resende?

Antes de Resende, nós já havíamos feito uma fábrica piloto no interior de São Paulo. Ela foi construída de uma maneira que as centrífugas ficavam guardadas dentro de armários para proteger a propriedade tecnológica. Quando desenhamos a fábrica de Resende, simplesmente transportamos para lá esse modelo. Mas no meio do processo aconteceu o 11 de Setembro, que mudou os parâmetros internacionais de segurança, e a Aiea passou a não aceitar mais os procedimentos de salvaguarda que já havíamos combinado. No final, eles tiveram todo o acesso que julgaram necessário.

Não é exagerada essa preocupação com espionagem industrial por parte de técnicos da Aiea, entidade que, por princípio, não possui interesses comerciais?

Não existe área da tecnologia em que as pessoas não protejam seus segredos. Não temos suspeitas sobre a agência, o problema são as pessoas. A tecnologia brasileira tem uma eficiência maior que a de outros países, sobretudo no que diz respeito à resistência do equipamento. A maior parte das centrífugas possui um eixo no qual elas são apoiadas. E, como giram em velocidade supersônica, o desgaste desse eixo é enorme. A nossa não fica apoiada num eixo, fica levitando num campo magnético. É um sistema de dupla levitação, que reduz o atrito e dá uma resistência muito maior para o equipamento. Na área nuclear, não é possível registrar patentes, inclusive porque para isso seria necessário divulgar uma série de informações que poderiam ser usadas para fins não pacíficos. Então temos de nos proteger.

Há denúncias, também, de que o Brasil estaria pesquisando o enriquecimento de urânio a porcentagens maiores que 5% – a utilizada em usinas energéticas. É verdade?

As pessoas dizem o que querem. A revista Science saiu com um artigo que, entre outras coisas, afirmava que o Brasil teria capacidade de produzir 6 bombas atômicas por ano ou qualquer coisa do gênero. É um absurdo, nós mandamos cartas para as pessoas e para a própria revista perguntando como havia sido calculado esse número. Eles sequer sabem quanto urânio a gente produz. Isso é especulação mal-intencionada. Eu posso afirmar que o Brasil não estão produzindo urânio enriquecido além de 5%.

Mas um ex-inspetor da ONU, David Albright, afirmou ter trabalhado com você, no Brasil, em um projeto para fabricar centrífugas que enriquecem urânio a mais que 5%.

Eu conheço o David e ele nunca fez afirmações desse tipo. Inclusive, negou algumas falas atribuídas a ele pela Science. David é um cara responsável que jamais diria isso sem conhecer todo o sistema.

Você defende que o Brasil pesquise o desenvolvimento da bomba atômica?

Claro que não. Acho que todo país tem direito de investir em defesa. Os EUA, por exemplo, são os que mais investem e desenvolvem armamentos. Acontece que essa não é a vocação do Brasil. Mesmo porque, num mundo em que a guerra é toda baseada em alta tecnologia, não adianta você ter um revolverzinho de brinquedo — é burrice pura.

Nos últimos meses, ambientalistas historicamente avessos à energia nuclear, como o fundador do Greenpeace Patrick Moore, passaram a defender o uso dessa fonte como parte do combate ao aquecimento global. A que você atribui essa mudança de postura?

Acho que a tecnologia nuclear avançou. Hoje os reatores estão mais seguros do que no passado e o tratamento de rejeitos passou a ser mais eficiente. A energia nuclear é limpa, só emite vapor d'água para a atmosfera. Não contribui para o aquecimento global. Hoje sabemos que até a energia hidrelétrica, até bem pouco tempo atrás considerada limpa, provoca emissões de gás quando inunda campos.

Mas há o problema do lixo radioativo, que é tóxico e não pode ser eliminado.

É verdade, mas também não existe maneira de eliminar garrafas pet, que provocam uma quantidade de lixo absurda. A civilização humana produz muito lixo. A área nuclear também, mas pelo menos guarda tudo. Respondemos por toda grama de material produzido. E já existem várias pesquisas procurando soluções para o problema, como a reutilização do lixo atômico ou então o bombardeamento do núcleo radioativo para que ele deixe de emitir radiação. Já conhecemos a parte física desses processos, só não sabemos fazê-los em escala. Mas creio que em 30 anos seremos capazes de reverter todo o lixo produzido.

O Brasil já teve um sério acidente radioativo, com césio 137 em Goiás. Hoje o país tem segurança para implementar um programa nuclear?

As usinas são as menos perigosas entre as instalações que lidam com radiação. O sistema mundial é tão detalhado e preciso que é muito difícil acontecer acidentes. Com 440 usinas instaladas no mundo, até hoje só aconteceram dois acidentes significativos. E, em matéria de vítimas, apenas Chernobyl.

A energia nuclear é economicamente viável para o Brasil?

As melhores opções de energia que temos são a hidrelétrica e a nuclear. Há alguns anos, o preço do petróleo era baixo e a energia nuclear, cara. Hoje não. Ela é extremamente competitiva no custo – incluindo o valor da instalação da usina. E é preciso lembrar que o país tem poucas reservas de gás, as energias eólica e solar servem mais para sítios e casas do que para aglomerados urbanos, e não há mais grandes quedas de água disponíveis para a instalação de hidrelétricas.

Odair Dias Gonçalves
• Preside a Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão que orienta o governo sobre a política nuclear brasileira.

Sonhar demais com o vestibular pode ser um problema .

Associar vestibular a sonho é, para muitos estudantes, um processo quase automático. Nada que soe absurdo dados os esforços empregados na tarefa de garantir uma vaga na universidade. Exercícios, aulas, palestras, leituras e simulados. Isso tudo aliado à necessidade de uma boa saúde física e mental. Afinal, negligenciar esses aspectos é risco certo para o sonho do vestibular. Sonho, aliás, que parece ser, muito mais do que um clichê nesse contexto, forte indicativo de como anda a cabeça dos vestibulandos. E nesse caso, sonhar demais, pode significar um problema.

Pesquisa realizada pela equipe do neurocientista Sidarta Ribeiro, do instituto internacional de neorociência de Natal, que também é professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), analisou o que os vestibulandos que tentavam uma vaga na instituição em que ele leciona sonharam um dia antes da prova. O resultado mostrou que a grande maioria que foi bem no teste havia sonhado razoavelmente com a prova, isto é, nem muito e nem pouco. Já os que sonharam muito ou tiveram pesadelos apresentaram um rendimento ruim. A possível explicação é a de que sonhos demais elevam o estresse e atrapalham o desempenho dos estudantes.

Segundo Rafael Scott, doutorando em Psicobiologia e integrante da equipe de Ribeiro, a presença das provas nos sonhos se deu nos estudantes que estavam mais nervosos com o vestibular. "Nesses casos, o ideal é que o vestibulando busque maneiras de aliviar tal estresse, seja através do lazer, conversa com colegas e familiares, ou altere o modo como encara o desafio. Em casos extremos, recomenda-se que o candidato busque a ajuda de um profissional", explica Scott.

Para os candidatos que têm sonhado muito com a prova, Scott afirma que os sonhos funcionam como indicadores de fatos relevantes que se passam dentro do nosso subconsciente. Dessa forma, é necessário buscar em si mesmo a resposta do que provoca esse reflexo noturno. "Se o aluno tem pesadelos recorrentes, talvez seja porque não tem se preparado da forma adequada. É importante passar por esse processo de autoavaliação e auto-conhecimento", acrescenta o doutorando.

Fernando Mazzilli Louzada, mestre e doutor em Neurociências e Comportamento e professor da UFPR, acredita ser difícil relacionar o conteúdo do sonho com o desempenho alcançado no vestibular, mas considera importante que o estudante durma 9 horas por dia. "Seria ideal que os estudantes dormissem o essencial e evitassem essa desregularidade. Eles dormem pouco durante a semana e tentam tirar o débito do sono no final de semana, dormem muito no domingo e tem a disposição comprometida na segunda-feira", alerta ele. Entretanto, para o professor da UFPR, não adianta apenas ter quantidade de sono, mas sim qualidade. "O estudante precisa criar um ambiente adequado para dormir, evitar claridade, estar com a TV e aparelhos de som desligados. Além de não ingerir chocolates e bebidas com cafeína, como refrigerantes e cafés", aconselha.

Armazenamento de informações

Segundo Louzada, é durante o sono que as informações e acontecimentos ficam armazenados na memória, portanto esse tempo de descanso é fundamental. Quando o sono é ruim, surgem problemas como déficit de atenção e outros distúrbios, coisas que nenhum estudante quer as vésperas da prova. Louzada ainda aponta que dormir bem melhora em cerca de 10% a 15% a facilidade de acumular o conhecimento. "Num vestibular, 5% é muito. Se você comparar a nota do último aluno que entrou e do 1º na lista de espera fica fácil de ver que nessas provas qualquer mínimo detalhe pode fazer a diferença", alerta ele.

De acordo com Louzada, diversos artigos de pesquisadores do mundo todo procuram encontrar um consenso também quanto ao cochilo depois do almoço. Ele destaca que até mesmo a soneca pós-refeição tenha papel importante na trajetória dos vestibulandos. Louzada defende cochilo de aproximadamente 40 minutos após a refeição. "Se o estudante estiver com sono, vale a pena dar essa descansada, pois à tarde ele terá mais disposição para estudar e com isso, o rendimento com relação ao conteúdo aprendido será maior", declara ele.

E com a proximidade do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e dos vestibulares, os estudantes pré-universitários acabam por se dedicar demais aos estudos e se preocupam menos com a saúde. Nesse rumo, além do sono, outros aspectos fundamentais para a boa saúde física e mental são afetados. Muitos se esquecem que para fixar o conteúdo aprendido é preciso, além de bom sono, cuidados com a alimentação.

Comer direito têm influência na capacidade de aprendizado. O alerta é de Fernanda Pisciolaro, nutricionista e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). Ela sugere que alimentos muito pesados sejam evitados 2 horas antes de dormir. "Se for preciso comer algo, é preferível que seja algo leve, como frutas, iogurtes, sucos", resume ela. Evitar ingerir muitos alimentos gordurosos também é uma dica pois, de acordo com Fernanda, estes podem interferir na atenção, memória e humor do estudante.

Além disso, Fernanda destaca a importância da prática de esportes e um momento de lazer como essenciais. Segundo ela, o estudante precisa ativar o sistema cardiovascular seja ao passear com o cachorro, seja durante um jogo de futebol com os amigos. Essa atividade deve ser regular. O lazer também não deve ser esquecido, pois uma pausa nos estudantes é importante para dar refresco à mente. Cinema, teatro e leituras que não sejam apenas obrigatórias podem fazer com que o estudante saia um pouco da sua realidade e possa relaxar um pouco.